Introdução aos Estudos Históricos

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Introdução aos Estudos Históricos, publicado em 1898, é um manual escrito por Charles-Victor Langlois e Charles Seignobos. A obra contém ideias e métodos de análise que os historiadores deveriam se basear para o seu ofício.[1][2] Ela foi uma das principais no que diz respeito aos métodos difundidos pela escola metódica, sendo referência para gerações futuras de historiadores. Interessava a Langlois e Seignobos atingir uma imparcialidade e o objetividade na produção historiográfica, e para isso se propuseram a elaborar técnicas de análise visando uma história profissional.[3] Langlois e Seignobos afirmaram a importância da crítica para o trabalho histórico, pois, o documento não fala por si mesmo, sendo necessário o trabalho do historiador na análise crítica[4]

Pontos principais[editar | editar código-fonte]

Metodologia histórica[editar | editar código-fonte]

Para a Escola Metódica a investigação científica deve estar distante de qualquer concepção filosófica. A história deve almejar uma objetividade absoluta e empregar técnicas sistemáticas para a obtenção dos fatos.[5]

Crítica interna e externa[editar | editar código-fonte]

O método histórico proposto consistia em diversas etapas divididas em duas categorias de análise: a crítica externa e a crítica interna. Dentre estas etapas, a reunião dos documentos, e as análises críticas, de autenticidade, de procedência, de interpretação e de credibilidade.[6] O historiador iniciaria seu trabalho realizando a crítica externa por meio da erudição.  Nesta fase, busca-se localizar a fonte, examinar a sua autenticidade, destacar pontos de referência; indicar a data, o local e confeccionar uma ficha de análise móvel. Esta ficha permite um melhor manuseio e verificação da fonte. Passando para a crítica interna ou hermenêutica, retoma-se esta ficha, e adiciona-se mais dados relevantes ao documento. Analisa-se o conteúdo e a crítica positiva de interpretação da fonte, as condições e o contexto em que foi produzido o documento, a crítica negativa que sofreu, os termos utilizados. Nessa última fase, o historiador também reflete sobre as intenções que estavam em jogo na elaboração do documento analisado.[7][8]

Síntese histórica[editar | editar código-fonte]

A síntese histórica ou operações sintéticas ocorre posteriormente à crítica externa e interna, tratando-se do período de passagem dos fatos históricos à construção histórica final. Nesta etapa é feita a organização dos fatos, as relações estabelecidas entre eles, e, pôr fim, a produção historiográfica[8]

Referências

  1. Reis, José Carlos (2018). A história, entre a filosofia e a ciência 4a edição, revista e ampliada ed. Belo Horizonte: [s.n.] OCLC 1192499013 
  2. Malatian, Teresa (2012). «Um percurso historiográfico do conhecimento histórico». Caderno de Formação: Conteúdos e Didática de História.: p.61-68 
  3. SILVA & 2010 p. 375-376.
  4. LANGLOIS & SEIGNOBOS 1946, p. 47-9.
  5. BOUDÉ;MARTIN & 2012 p. 97.
  6. CARBONELL 1992, p. 120.
  7. BOURDE & MARTIN 2012, p. 103-105.
  8. a b DE NADER, Pedro Eduardo Portilho. Histórias adversas-A confrontação entre a história dos Annales e a chamada histórica positivista. Revista USP, n. 23, p. 65. 1994.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]