Legião Portuguesa (Estado Novo)

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Estandarte da Legião Portuguesa.

Organização miliciana portuguesa fundada em 1936 e que perdurou até ao 25 de Abril de 1974. Estava dependente do Ministério do Interior para efeitos de segurança interna e do Ministério da Guerra para efeitos militares.

História

A Legião Portuguesa (LP) foi uma organização paramilitar, criada em Portugal em 1936, 15 anos depois de Hitler ter fundado na Alemanha as SA (em 1921), o famoso grupo paramilitar dos camisas castanhas que foi determinante na sua subida ao poder em 1933. A Legião Portuguesa era uma milícia que estava sob a alçada dos Ministérios do Interior e da Guerra. O seu objectivo era "defender o património espiritual" e "combater a ameaça comunista e o anarquismo", de acordo com a ideologia do Estado Novo. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Legião Portuguesa foi a única organização oficial portuguesa que adoptou e defendeu abertamente as intenções de Hitler para a Europa.

A partir de meados da Segunda Guerra Mundial a Legião Portuguesa recebeu a missão de coordenar a Defesa Civil do Território. Essa missão manteve-se mesmo depois do fim da Guerra e, sobretudo a partir da entrada de Portugal na NATO, acabou por tornar-se a principal função da LP.

Nas décadas de 1950 e 1960, a sua acção policial caracterizou-se pela colaboração com a Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE) na repressão às forças da oposição, para a qual contribuiu o seu Serviço de Informações e a sua vasta rede de informadores. Foi também utilizada como força de choque na repressão de manifestantes e de instituições tidos por oposicionistas ao regime.

Foi extinta em 1974, na sequência da Revolução de 25 de Abril, pelo Decreto-Lei n.º 171/74, de 25 de Abril.

Organização

A LP incluía os seguintes orgãos, forças e serviços:

  • Junta Central (órgão superior político)
    • Serviço de Acção Política e Social
  • Comando-Geral (órgão superior executivo)
    • Comandos distritais;
    • Brigada Naval;
    • Brigada Automóvel.
    • Serviço de Informações;
    • Serviço de Transmissões;
    • Serviço de Saúde.

As forças distritais eram constituídas por batalhões e terços independentes. Cada batalhão era composto por três terços. Cada terço era composto por quatro lanças. Cada lança era composta por três secções. Cada secção era composta por duas ou três quinas. Cada quina era constituída por cinco legionários.


Símbolos

Emblemas e crachás

A LP adoptou como emblema a cruz da Ordem de Avis em homenagem a D. João I, mestre de Avis

Emblema e crachá da Força Automóvel de Choque.

Hino

A Legião Portuguesa tinha um hino, escrito por José Gonçalves Lobo em 1937, que enunciava os seus princípios e objectivos e continha palavras de enaltecimento a Salazar.

Bibliografia

  • RODRIGUES, Luís Nuno. A Legião Portuguesa: a milícia do Estado Novo (1936-1944). Lisboa, Editorial Estampa, 1996. ISBN 978-972-33-1184-6.
  • SILVA, Josué da. Legião Portuguesa: força repressiva do fascismo. Lisboa, Diabril Editora, 1975.