Minimalismo tecnológico

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Minimalismo tecnológico é uma metodologia de implantação de tecnologia na educação de maneira simples e mínima, sem a intrusão de grandes sistemas que acabariam rendendo maior custo do que benefício.[1]

Parafraseando do inglês a famosa citação de John Maeda: "Less is more", a tecnologia contemporânea está evoluindo tanto, e se tornando tão complexa que dificilmente um cidadão comum esteja absorvendo todo o potencial tecnológico disponível. Portanto, além do desenvolvimento deste conceito nas artes, precisamos avançar com o minimalismo também na tecnologia.

Conforme o Prof. Wilson Azevedo, em seu artigo "O Minimalismo Tecnológico em Educação Online e a Inclusão Educacional e Digital no Brasil", afirma que Zane Berge, expôs em dois trabalhos, o primeiro de 1994 e o segundo em fins do ano 2000, o princípio que denominou “Minimalismo Tecnológico”, para orientar a seleção de tecnologias para a Educação a Distância.

Citando outra pioneira e companheira de trabalho, Mauri Collins, Berge explica que o minimalismo tecnológico pode ser definido como “o uso de níveis mínimos de tecnologia, cuidadosamente escolhida com atenção precisa para com suas vantagens e limitações, em apoio a objetivos educacionais bem definidos”. De sua larga experiência Berge aprendeu que os melhores resultados são colhidos quando se opta pelo caminho da simplicidade tecnológica e, inversamente, as maiores dificuldades e os maiores obstáculos estarão no caminho dos que optam pela complexidade e sofisticação tecnológicas.

Teorias que utilizam a mesma nomenclatura[editar | editar código-fonte]

A Teoria Minimalista de John M. Carroll (1990) é focada na construção de material didático, particularmente a de manuais de instrução para uso de software. Pode ser explicada pelo "paradoxo de produção" identificado por Carroll and Rosson (1987): usuários querem atingir seus objetivos o mais rápido possível, mas para fazer algo novo, precisam aprender. Enfatiza a redução, a um mínimo, da distância entre o indivíduo, a tarefa real e o sistema instrucional. Diz que os aprendizes adultos não são um quadro em branco pois possuem experiências prévias e não gostam de serem tratados como se não soubessem nada. O sistema instrucional deve ser baseado na experiência dos aprendizes. Carroll também identifica as raízes do Minimalismo no construtivismo de Bruner e Piaget. Vale ressaltar que Carroll (1998) não utilizou o termo "minimalista" para significar "menos" instrução ou recursos, mas sim um engajamento mais rápido, concreto, e direto com as atividades reais de interesse do usuário

A teoria sugere que:

  1. todas as tarefas de aprendizado devem ser atividades significativas e independentes;
  2. devem ser dados para os aprendizes projetos realistas e que engajem o aprendiz com a tarefa o mais rápido possível;
  3. a instrução deve permitir o raciocínio e a improvisação autodirecionados, aumentando o número de atividades ativas de aprendizado;
  4. os materiais e as atividades de treinamento devem levar em consideração o reconhecimento;
  5. o erro não é tratado como um problema e sim como uma oportunidade de aprendizado; há uma ênfase em ajudar o aprendiz a se recuperar do erro;
  6. deve existir uma ligação próxima entre o treinamento e o sistema real.

Referências

  1. Mauri Collins e Zane L. Berge (Novembro–Dezembro de 2000). «Technological Minimalism in Distance Education». The Technology Source. Consultado em 4 de novembro de 2011 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Carroll, J.M. (1990). The Nurnberg Funnel. Cambridge, MA: MIT Press.
  • Carroll, J. M., & Rosson, M. B. (1987). The paradox of the active user. In J. M. Carroll (Ed.), Interfacing thought: Cognitive aspects of human-computer interaction (pp. 80-111). Cambridge, MA: MIT Press/Bradford Books.
  • Carroll, J. M. (1998). Reconstructing minimalism. In Carroll, J. (1998). Minimalism beyond the nurnberg funnel (pp. 1-18). London, England: The MIT Press.
  • Power of Less, The: The Fine Art of Limiting Yourself to the Essential...in Business and in Life (Leo Babauta)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]