Ofício dos Mestres de Capoeira
O mestre e a mestra capoeirista é a atividade exercida pelo detentor do conhecimento tradicional e cultural da luta afro-brasileira capoeira,[1] sendo também responsável pela transmissão de suas práticas e herança cultural.[1][2] Onde o mestre e a mestra é uma designação dada à uma pessoa física que possui notório conhecimento do ofício e,[2][3] que tenha longo tempo em atuação contribuindo para o desenvolvimento desta prática tradicional.[3] Estes fazem parte da existência e da continuidade das manifestações populares e tradições.[4]
No Brasil[editar | editar código-fonte]
A Constituição Federal do Brasil (1988) reconhece o patrimônio cultural imaterial e sua proteção/salvaguarda (registros e inventários) e, entre os bens culturais que podem ser salvaguardados, está o saber tradicional e o ofício do mestre e mestra de Capoeira que foram reconhecimento legalmente e identificados pelo inventário.[5] No dossiê do inventário de salvaguarda, a comunidade fez uma solicitação, articularem os saberes tradicionais desta prática tradicional nos ambientes universitários e, a outorga do título de Doutor Honoris Causa aos mestres capoeiristas que contribuiram para construção essa manifestação.[5]
A capoeira[editar | editar código-fonte]
A capoeira (ou capoeiragem[6]) é uma expressão cultural e esporte afro-brasileiro que mistura arte marcial, dança e música,[7][8][9][10][11] desenvolvida no Brasil por descendentes de escravos africanos (os afro-brasileiros) possivelmente no final do século XVI no Quilombo dos Palmares (no atual estado de Alagoas), que resistiu por mais de um século na antiga Capitania de Pernambuco.[12][13][14] Distingue-se de outras artes marciais através da musicalidade, onde os praticantes chamados capoeiristas aprendem, além de lutar e a jogar, a tocar os instrumentos típicos e a cantar.[15]
Referências
- ↑ a b «Notícia: Ofício do Mestre de Capoeira e Roda de Capoeira comemoram sete anos de Registro - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 15 de setembro de 2023
- ↑ a b «Um giro pelo Brasil dos Mestres do Ofício». Artesol. Consultado em 13 de setembro de 2023
- ↑ a b «Prefeitura premia Mestres da cultura popular de Belo Horizonte». Prefeitura de Belo Horizonte. Consultado em 14 de setembro de 2023
- ↑ Jorgete Maria Portal Lago. «Mestras da cultura popular em Belém-PA: a importância da mulher na manutenção e divulgação da cultura popular». 18redor. ufpb. Consultado em 13 de setembro de 2023
- ↑ a b «O reconhecimento dos saberes tradicionais de mestres e mestras da cultura popular». Estadão. Consultado em 13 de setembro de 2023
- ↑ FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 344.
- ↑ Capoeira, Nestor (2012). Capoeira: Roots of the Dance-Fight-Game. [S.l.]: North Atlantic Books. ISBN 978-1-58394-637-4
- ↑ Ancona, George (2007). Capoeira: Game! Dance! Martial Art!. [S.l.]: Lee & Low Books. ISBN 978-1-58430-268-1
- ↑ Goggerly, Liz (2011). Capoeira: Fusing Dance and Martial Arts. [S.l.]: Lerner Publications. ISBN 978-0-7613-7766-5
- ↑ Dils, Ann; Cooper Albright, Ann (2001). Moving History/Dancing Cultures: A Dance History Reader. [S.l.]: Wesleyan University Press. p. 165. ISBN 978-0-8195-6413-9
- ↑ Cachorro, Ricardo (2012). Unknown Capoeira: A History of the Brazilian Martial Art. 2. [S.l.]: Blue Snake Books. ISBN 978-1-58394-234-5
- ↑ «Estado é exaltado em festa nacional». Ministério da Cultura. Consultado em 26 de junho de 2017. Arquivado do original em 17 de novembro de 2018
- ↑ «Quilombo dos Palmares: Verdades e mitos sobre o quilombo e Zumbi». UOL. Consultado em 10 de dezembro de 2018
- ↑ Assunção, M. R. (2005). Capoeira: A history of an afro-brazilian martial art. New York, NY: Routledge. pp. 5–27. ISBN 0-203-58260-8
- ↑ «Roda de Capoeira». IPHAN. Consultado em 28 de dezembro de 2015