Organização Autentizoica

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Organização Autentizoica é a cultura de uma empresa que dá significado ao trabalho das pessoas para obter delas os melhores resultados.[1]

A origem de Autentizoica é um neologismo resultante da conjugação de dois termos gregos “authenteekos” que trata-se de uma organização que se assume como autêntica e confiável e “zoteekos” aquilo que é essencial para a vida.[2]

O termo organização autentizoica é um conceito sugerido pelo professor Manfred F. R. Kets de Vries, em que as culturas das empresas que seguem este modelo estão permeadas por valores que acabam por se traduzir em formas específicas de comportamento, que são a confiança, a alegria, a franqueza, o respeito pelo individuo, a justiça, o trabalho em equipe, o empreendedorismo, a inovação, a orientação para o cliente, a responsabilidade, a aprendizagem contínua e a abertura para mudanças. Essas empresas também oferecem benefícios tais como formação e treinamento, conciliação trabalho-família, participação nos lucros, licenças sabáticas, seguro-saúde, apoio médico, áreas para a prática desportiva, creches, apoio jurídico, horários de trabalho flexíveis, empregos em tempo parcial e compartilhamento de postos de trabalho também são comuns. [3][4]

O termo também pode estar relacionado às empresas “amigas da família”, “empresas vivas” e “empresas humanizadas” termos criados que abrangem não somente o indivíduo, mas também propõe uma organização centralizada na ética, na responsabilidade social, na cidadania corporativa e no desenvolvimento sustentável, os autores que defendem essas ideias acrescentam que é necessário romper com o modelo empresarial e econômico voltado somente aos resultados e lucros da empresa, defendem a ideia de que é inadiável a necessidade de conciliação entre competitividade e humanização. Alguns autores defendem a ideia desse conceito ser o “antídoto” para o estresse que domina a vaidade muitas organizações do mundo, e que este modelo é capaz de auxiliar os seus trabalhadores permitindo que estes consigam um equilíbrio entre a vida profissional e sua vida pessoal e familiar.[5][6]

Características[editar | editar código-fonte]

Abaixo constam as características das organizações autentizoicas:[7]

Proporcionam Explanação
Sentido de propósito Mediante a articulação de uma visão para o futuro, uma descrição vívida de uma cultura

e de um propósito para a organização, os líderes criam um sentido de propósito para as pessoas

Sentido de autodeterminação Os colaboradores sentem que controlam as suas vidas – não sendo meros “peões no

tabuleiro organizacional”

Sentido de impacto As pessoas são dotadas de empowerment, sentindo que as suas ações influenciam,

efectivamente, a vida da organização

Sentido de competência As pessoas sentem que podem crescer do ponto de vista pessoal e desenvolver o seu

potencial. A aprendizagem contínua é fomentada

Sentido de pertença (de comunidade) Sentindo que pertencem a uma comunidade organizacional, as pessoas desenvolvem

laços de confiança e respeito mútuo

Sentido de prazer e alegria A vida organizacional é comandada por líderes entusiastas que instilam um sentido de

alegria no trabalho

Sentido de significado As pessoas podem colocar a sua criatividade ao serviço do trabalho, sentem-se

completamente envolvidas e concentradas no que fazem

Referências

  1. Rego, Pinha e Cunha, Arménio, Miguel (2004). «Comportamento organizacional: XXI temas e debates para o séc. XXI» (PDF). Repositório ISPA - Instituto Universitário de Ciências Psicológicas, Sociais e da Vida  line feed character character in |titulo= at position 50 (ajuda)
  2. Rego, Arménio (2004). «Organizações Autentizóticas: Desenvolvimento e validação de um instrumento de medida» (PDF). Portuguese Journal of Management Studies, Vol IX 
  3. Rego, Souto, Arménio, Solange (2004). «Comprometimento organizacional em organizações autentizóticas: um estudo luso-brasileiro». RAE-Revista de Administração de Empresas, vol. 44, n. 3, 2004 
  4. Rego, Souto, Arménio, Solange (2003). «ORGANIZAÇÕES AUTENTIZÓTICAS: UM ESTUDO DE VALIDAÇÃO DO CONSTRUTO NO BRASIL». Alcance - UNIVALI - Vol. 10 - n.3 p. 377 - 418 - Set./Dez. 2003 
  5. Cugnier, Joana (2016). «GESTÃO DE PESSOAS, PREVENÇÃO E COMBATE AO ASSÉDIO MORAL EM UMA ORGANIZAÇÃO COM INDÍCIOS DE SER SAUDÁVEL» (PDF). Repositório UFSC 
  6. Freitas, Carla (2016). «As Práticas de Comunicação Interna nas Organizações da Administração Pública em Portugal e a Valorização dos Seus Trabalhadores - estudo de Caso: Projeto Showcasing 2015» (PDF). Repositórios Científicos de Acesso Aberto de Portugal  line feed character character in |titulo= at position 141 (ajuda)
  7. Rego, Souto, Arménio, Solange. «Organizações autentizóticas: Uma investigação luso-brasileira sobre a operacionalização do construto» (PDF). Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração