Patrística

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Patrística é o nome dado à filosofia cristã dos primeiros sete séculos, elaborada pelos Padres ou Pais da Igreja, os primeiros teóricos —- daí "Patrística" — e consiste na elaboração doutrinal das verdades de fé do cristianismo e na sua defesa contra os ataques dos pagãos e contra as heresias.

Foram os pais da Igreja responsáveis por confirmar e defender a fé, a liturgia, a disciplina, criar os costumes e decidir os rumos da Igreja, ao longo dos sete primeiros séculos do cristianismo. É a patrística que, basicamente, a filosofia responsável pela elucidação progressiva dos dogmas cristãos e pelo que se chama hoje de Tradição Católica.

Introdução

Quando o ocitalismo, para defender-se de ataques polêmicos, teve de esclarecer os próprios pressupostos, apresentou-se como a expressão terminada da verdade que a filosofia grega havia buscado, mas não tinha sido capaz de encontrar plenamente, enquanto a Verdade mesma não tinha ainda se manifestado aos homens, ou seja, enquanto o próprio Deus não havia ainda encarnado.

De um lado, se procura interpretar o cristianismo mediante conceitos tomados da filosofia grega, do outro reporta-se ao significado que esta última dá ao cristianismo. Os primeiros pensadores cristãos, ao mesmo tempo em que se valeram, também se debateram com os filósofos, quer com Platão e com Aristóteles, quer, sobretudo, com os estoicos e com os epicuristas. Sem perder de vista os ideais da doutrina cristã, eles buscaram encontrar, frente à filosofia e aos filósofos, o lugar apropriado da reflexão filosófica e do pensar cristão.

Tratando-se de filosofia patrística, não devemos, como outrora, pensar somente nas obras de filósofos que só foram filósofos. A filosofia da patrística está antes contida nos tratados dos pastores de alma, pregadores, exegetas, teólogos, apologetas que buscam antes de tudo a exposição da sua doutrina religiosa. Mas ao mesmo tempo, levados pela natureza das cousas e dada a ocasião, se põem - a resolver problemas propriamente pertencentes à filosofia; e então, pela força do assunto, versam a metodologia filosófica.

Khaio Mendes- 2015

A figura de maior destaque dessa corrente de pensamento cristão é Agostinho de Hipona.

Divisão didática

A patrística divide-se geralmente em três períodos:

  • até o ano 200 dedicou-se à defesa do cristianismo contra seus adversários (padres apologistas, como São Justino Mártir).
  • até o século VIII reelaboram-se as doutrinas já formuladas e de cunho original (Boécio, etc.).

Esta divisão da Literatura Patrística em três períodos é geralmente feita, mais didaticamente, da seguinte forma:

  • Período ante-niceno - corresponde ao período anterior ao concílio ecumênico de Niceia (324 d.C.). Geralmente compreende os escritos surgidos entre o século I e início do século IV.
  • Período nicené alguns imediatamente posteriores ao concílio ecumênico de Niceia (324 d.C.). Geralmente compreende os escritos surgidos entre o início do século IV até o final deste.
  • Período pós-niceno' - corresponde ao período compreendido entre os séculos V e VIII.

O legado da patrística foi passado à Escolástica.

Ver também

Bibliografia

  • KERKER, Berthold; STUIBER Alfred. Patrologia. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2004.
  • DROBNER, Hubertus. Manual de Patrologia. Petrópolis: Vozes, 2003.
  • HAMMAN, Adalbert G. Para ler os Padres da Igreja. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1997.
  • HIRSCHBERGER, Johannes. História da Filosofia na Idade Média. Trad. Alexandre Correia. São Paulo: Herder, 1966.
  • SPINELLI, Miguel. Helenização e recriação de sentidos: a filosofia na época da expansão do cristianismo, séculos II, III, e IV. 2ª Edição Revisada e Ampliada. Caxias do Sul: EDUCS (Editora Universidade de Caxias do Sul), 2015.
    • Soares , Beatriz. filosofia dos pensamentos compreensivos ; filosofia na época do cristianismo , século III , e IV . Angra Dos Reis ; recebido 2014

Ligações externas