Rompimento de barragem em Itabirito

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Rompimento da barragem da Mina Retiro do Sapecado
Vítimas 3 mortos[1]
5 feridos[2]
Áreas afetadas Município de Itabirito,
bacia do rio das Velhas

O rompimento da barragem de Itabirito, em 10 de setembro de 2014, resultou em um desastre com rejeitos controlados pela Herculano Mineração[1] e estava localizada na Mina Retiro do Sapecado, no município brasileiro de Itabirito, em Minas Gerais[1] e a 55 quilômetros da capital mineira, Belo Horizonte.[3][4]

A Mina Retiro do Sapecado apresentava quatro barragens, sendo denominadas de B1, B2, B3 e B4.[1] Em 2010 a barragem B1 atingiu a sua lotação máxima e, portanto, segundo as investigações, consequentemente a empresa começou a construir a B4. Entretanto, em 2014 a barragem apresentou um problema, fazendo com que a mineradora voltasse a depositar os rejeitos na primeira barragem. A Herculano Mineração chegou a construir quatro baias, espécie de piscinas, sobre a mina e essa implementação não tinha autorização dos órgãos competentes para ser realizada.[1] Conforme o laudo técnico da perícia, elaborado pela Instituto de Criminalística, o rompimento foi provocado por saturação de água, presente na barragem B1. Foi constatada então uma deficiência na drenagem, o que causou a movimentação no nível freático em seu interior e a ruptura da estrutura, por volta de 7 horas e 55 minutos do dia 10 de setembro de 2014.[1]

Os afluentes do rio Itabirito, os córregos Silva e do Eixo, cujas águas destinam-se para o rio das Velhas, foram contaminados pelos rejeitos de minério e o abastecimento da região metropolitana de belo Horizonte poderia ser parcialmente comprometido.[5] Os bens da empresa Herculano Mineração e de seus sócios foram bloqueados pela Justiça de Itabirito, na Região Central de Minas Gerais.[6] Foram indiciados por crime de homicídio doloso: O engenheiro de Minas da empresa Nivaldo José Machado, os sócios da mineradora Jairo Herculano Antunes, Mardoquel Herculano Antunes, Gláucio Herculano Antunes e Renato Mariano Antunes Herculano Souza.[1] Por crime ambiental, vão responder: Nivaldo, Jairo, Mardoquel e o sócio-diretor da Engeo, Marcos Naves Branco.[1]

Foi firmado um termo de compromisso entre a Herculano Mineração e o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em que a empresa se comprometeu a pagar 8,5 milhões de reais[7] para recuperação ambiental das áreas degradadas até 2018.[1] O documento indica que a empresa planeja voltar a minerar no local atingido, mas inclui o compromisso de que a Herculano usará a barragem que se rompeu apenas para dar destinação correta aos resíduos, conforme a legislação ambiental, agora utilizando a deposição a seco, para evitar riscos.[1]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e f g h i j João Henrique do Vale; Sandra Kiefer (16 de dezembro de 2015). «Sócios da Herculano Mineração são indiciados por homicídio doloso por tragédia em Itabirito». Estado de Minas. Consultado em 5 de fevereiro de 2019 
  2. Thaís Mota e Enzo Menezes (10 de setembro de 2014). «Omissão de mineradora causou rompimento de barragem em Itabirito». R7. Consultado em 5 de fevereiro de 2019 
  3. «Rompimento de barreira em mina soterra trabalhadores em Itabirito». G1. 10 de setembro de 2014. Consultado em 5 de fevereiro de 2019 
  4. Danilo Emerich (16 de dezembro de 2015). «Omissão de mineradora causou rompimento de barragem em Itabirito». O Tempo. Consultado em 5 de fevereiro de 2019 
  5. João Henrique do Vale (11 de dezembro de 2014). «Rejeitos de minério de barragem que cedeu em Itabirito podem atingir rio que abastece BH e região». Estado de Minas. Consultado em 5 de fevereiro de 2019 
  6. «Justiça bloqueia bens de mineradora onde houve rompimento de barragem». G1. 23 de setembro de 2014. Consultado em 5 de fevereiro de 2019 
  7. Guilherme Paranaiba; Sandra Kiefer (16 de dezembro de 2015). «Mineradora vai pagar R$ 8,5 milhões por rompimento de barragem em Itabirito». Estado de Minas. Consultado em 5 de fevereiro de 2019