Thereza Maria Machado Quintella

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Thereza Quintella
Thereza Maria Machado Quintella
Embaixadora Thereza Quintella (2018)
Nome completo Thereza Maria Machado Quintella
Nascimento 27 de maio de 1938
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Nacionalidade  Brasil
Ocupação Diplomata

Thereza Maria Machado Quintella (Rio de Janeiro, 27 de maio de 1938) é uma diplomata brasileira. Foi a primeira aluna do Instituto Rio Branco a ter se tornado embaixadora de carreira.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Infância[editar | editar código-fonte]

Nasceu no Rio de Janeiro, filha de Clelia Mendes Machado e Moacyr Machado. Estudou no colégio Sacré-Coeur de Marie, em Copacabana, onde concluiu a Escola Normal.

Primeiras Atividades Profissionais e Formação Acadêmica[editar | editar código-fonte]

Foi professora no colégio Sacré-Coeur de Marie, onde lecionou no jardim de infância e, posteriormente, no curso de formação de novos professores.

Em 1958, licenciou-se em letras neolatinas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras do Instituto Santa Úrsula. A escolha de uma instituição de ensino católica e exclusivamente feminina foi requisito imposto pelo pai para que Thereza Quintella ingressasse no ensino superior.[1]

Carreira Diplomática[editar | editar código-fonte]

Em 1958, foi aprovada no Curso de Preparação à Carreira de Diplomata (CPCD), tendo sido nomeada terceira-secretária em outubro de 1961.

Foi, em sua primeira lotação na Secretaria de Estado das Relações Exteriores, assistente do secretário-geral-adjunto para Assuntos Econômicos (1961-1963).

Em seguida, exerceu a função de assistente e chefe interina da Divisão de Transportes e Comunicações (1963-1964).

Entre 1964 e 1966, esteve lotada no Consulado do Brasil em Baía Blanca, na Argentina, onde exerceu as funções de vice-cônsul e cônsul.

Em novembro de 1965, foi promovida por merecimento a segunda-secretária.

Em 1967, regressou ao Brasil, tendo sido lotada como assistente do chefe da Divisão da Ásia e Oceania. Em 1969, foi removida para a Bélgica, tendo trabalhado como segunda-secretária na Missão do Brasil junto à Comunidade Econômica Européia (CEE).

Em 1970, teve seu primeiro contato com temas de gênero no âmbito multilateral, ao representar o Brasil no seminário das Nações Unidas sobre a Participação das Mulheres na Vida Pública de Seus Países, em Moscou.

Em 1972, foi promovida por merecimento a primeira-secretária.

De dezembro de 1973 a dezembro de 1976, Thereza Quintella serviu em Montevidéu, onde integrou a para a delegação junto à Associação Latino-americana de Livre Comércio (ALALC). Ocupou, entre 1974 e 1975, o cargo de encarregada de negócios.

Em julho de 1977, foi promovida a conselheira. Foi também lotada na assessoria do chefe do Departamento de Organismos Regionais Americanos. Em 1978, chefiou a Divisão da ALALC e, em 1979, a Divisão de Imigração.

Em junho de 1980, foi promovida a ministra de segunda classe.

Entre 1980 e 1982, foi coordenadora técnica do Departamento de Comunicações e Documentação.

Em 1982, foi removida ao Reino Unido, onde exerceu os cargos de cônsul-geral em Londres (1982-1986) e de foi ministra-conselheira na representação junto aos organismos econômicos multilaterais (1986-1987).

Em 1987, assumiu a direção do Instituto Rio Branco, a escola de formação de diplomatas brasileiros, tendo sido a primeira mulher a ocupar a função de Diretora (1987-1991).

Em dezembro de 1987, foi promovida a ministra de Primeira Classe, tendo sido a primeira mulher egressa do Instituto Rio Branco a alcançar o mais alto escalão da carreira diplomática.

Entre 1992 e 1994, foi embaixadora da República da Áustria. Nesse mesmo período, foi representante-residente junto à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), representante-permanente junto à Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e representante permanente junto aos órgãos da ONU sediados em Viena.

Entre junho de 1995 e setembro de 2001, assumiu o cargo de embaixadora do Brasil na Federação Russa, tendo exercido, cumulativamente, a chefia da embaixada junto à Bielorrússia, Armênia, Geórgia e Cazaquistão.[2]

Entre setembro de 2001 e abril de 2005, foi presidente da Fundação Alexandre de Gusmão, em Brasília. Em abril de 2005, foi nomeada cônsul-geral do Brasil em Los Angeles, função que ocupou até sua aposentadoria por idade, em maio de 2008.[1]

Promoções[editar | editar código-fonte]

  • Segunda Secretária (1965)
  • Conselheira (1977)
  • Ministra de Segunda Classe (1980)
  • Ministra de Primeira Classe (1987)[2]

Postos no Exterior[editar | editar código-fonte]

  • Consulado do Brasil em Bahía Blanca, Vice-Cônsul e Cônsul Adjunta (1964-1966)
  • Missão do Brasil junto à Comunidade Econômica Europeia (CEE), Bruxelas, segunda-secretária (1967-1973)
  • Missão do Brasil junto à Associação Latino-americana de Livre Comércio (ALALC), delegada e Encarregada de Negócios (1973-1976)
  • Consulado do Brasil em Londres, cônsul-geral (1982-1986)
  • Representação do Brasil junto aos organismos econômicos multilaterais em Londres, ministra-conselheira (1986-1987)
  • Embaixada do Brasil na República da Áustria, embaixadora (1992-1994)
  • Embaixada do Brasil em São José da Costa Rica, Embaixadora (1995-2001)
  • Consulado do Brasil em Los Angeles, cônsul-geral (2005-2008)[2]

Referências

  1. a b Roeder Friaça, Guilherme José (2018). Mulheres Diplomatas no Itamaraty (1918-2011). Brasília: FUNAG. p. 244 
  2. a b c «Verbete Biográfico - Embaixadora Thereza Quintella». Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 1 de abril de 2020