Tratado de Niš (1914)

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Tratado de Aliança Sérvio-Albanês
Tratado de Niš (1914)
O edifício Banovina em Niš (que fez parte da Universidade de Niš desde 1966), onde o tratado foi assinado
Local de assinatura Niš, Reino da Sérvia
Signatário(a)(s) Reino da Sérvia Nikola Pašić

Essad Pasha Toptani

Partes Reino da Sérvia
República da Albânia Central
Assinado 17 de setembro de 1914 (1914-09-17)

Tratado de Aliança Sérvio-Albanês, também conhecido como Tratado de Niš, [1] foi um tratado secreto assinado em Niš entre Essad Pasha Toptani e o primeiro-ministro do Reino da Sérvia Nikola Pašić em 17 de setembro de 1914.

Contexto[editar | editar código-fonte]

Em 17 de maio de 1914 Essad Pasha Toptani foi acusado de apoiar a Revolta Camponesa contra Guilherme de Wied. [2] Ele seria exilado para a Itália em 20 de maio, sem julgamento. [3][4] Na Itália foi recebido com honras uma vez que, tanto os representantes italianos como austríacos, desempenharam papéis nas intrigas que envolveram a revolta. [5] Apenas uma semana após o príncipe Guilherme de Wied partir de Durrës, em 3 de setembro de 1914, outra revolta violenta surgiu. Os rebeldes conseguiram sitiar Durrës e aprisionar os apoiantes de Wied para exigir um príncipe muçulmano e para estabelecer o Senado para a Albânia Central. [6]

Essad Pasha Toptani

O Tratado[editar | editar código-fonte]

Nikola Pašić

No outono de 1914 Essad Pasha decidiu aceitar o convite do Senado da Albânia Central para retornar e liderá-lo. [7] Primeiramente, viajou para Niš, Reino da Sérvia, onde ele e o primeiro-ministro sérvio Nikola Pašić assinaram o tratado secreto de aliança sérvio-albanês em 17 de setembro de 1914. [8] O tratado foi assinado no edifício Banovina (o qual faz parte da Universidade de Niš desde 1966), que fica próximo a Fortaleza de Niš. [9]

O tratado possuía quinze pontos que estabeleceram as instituições políticas e militares sérvio-albanesas e a aliança militar da Albânia e do Reino da Sérvia. O tratado previa uma ferrovia para Durrës, o apoio financeiro e militar do Reino da Sérvia para a posição de Essad Pasha como governante albanês e registrou a demarcação por uma comissão servo-albanesa.[10] O tratado permitiu que Essad Pasha alterasse algumas cláusulas uma vez que o tratado necessitaria da concordância da Assembleia Nacional Albanesa. Isso seria possível depois que Pasha fosse eleito governante. A Sérvia assumiu o compromisso de fornecer uma intervenção militar para proteger o governo de Pasha e subsidiar sua gendarmerie, pagando 50.000 dinares por mês pelos suprimentos militares albaneses. [11]

Consequências[editar | editar código-fonte]

Em outubro de 1914 Essad Pasha retornou à Albânia. Com o apoio financeiro italiano e sérvio estabeleceu forças armadas em Dibër e capturou o interior da Albânia e Durrës.[12]


Referências

  1. «Banovina». Niš: Tourist Organization of Niš web site. Consultado em 26 de abril de 2016. Arquivado do original em 12 de março de 2011. the “Treaty between Serbia and Albania”, also known as “Nis Treaty” 
  2. Elsie, Robert. «Albania under prince Wied». Consultado em 26 de abril de 2016. Arquivado do original em 25 de janeiro de 2011. It was obvious to Wied and the Dutch officers that Essad Pasha had his hand in the unrest. 
  3. Heaton-Armstrong, Duncan (2005). «An Uprising in the Six-Month Kingdom». Gervase Belfield and Bejtullah Destani (I.B. Tauris, in association with the Centre for Albanian Studies). Consultado em 26 de abril de 2016. Arquivado do original em 25 de janeiro de 2011. Essad would be sent into exile, without a trial. 
  4. Elsie, Robert. «Albania under prince Wied». Consultado em 26 de abril de 2016. Arquivado do original em 25 de janeiro de 2011. to exile Essad Pasha to Italy 
  5. Jelavich, Barbara (1999) [1983], History of the Balkans: Twentieth century, ISBN 0-521-27459-1, 2, Cambridge, United Kingdom: The Press Syndicate of University of Cambridge, p. 103, The Italian and Austrian representatives played roles in intrigues surrounding this event...to Italy, and there received with honor. 
  6. Vickers, Miranda (1999). The Albanians: a modern history. [S.l.]: I.B.Tauris. p. 85. ISBN 978-1-86064-541-9. Barely a week after Wied's departure yet another violent revolt, this time led by supporters of Young Turks, laid siege on Durres. The rebels raised Ottoman flag, imprisoned Wied's supporters and called for, upon other things, a Muslim prince.... the insurgents set up a Senate for Central Albania 
  7. Bataković, Dušan T., «Serbian government and Essad Pasha Toptani», The Kosovo Chronicles, ISBN 86-447-0006-5, Belgrade, Serbia: Knižara Plato, cópia arquivada em 19 de janeiro de 2011, The senate of free towns in central Albania invited Essad Pasha to take over power. 
  8. Bataković, Dušan T., «Serbian government and Essad Pasha Toptani», The Kosovo Chronicles, ISBN 86-447-0006-5, Belgrade, Serbia: Knižara Plato, cópia arquivada em 19 de janeiro de 2011, Essad Pasha signed a secret alliance treaty with Pasic on September 17. 
  9. «Banovina». Niš: Tourist Organization of Niš web site. Consultado em 26 de abril de 2016. Arquivado do original em 12 de março de 2011. Banovina building is located on the right bank of the Nisava, close to the entrance to the Fortress....On 4 September 1914 in this building the “Treaty between Serbia and Albania”, also known as “Nis Treaty” was signed by Essad Pashё Toptani and Nikola Pasic.... since 1966 the building has been the seat of the University of Nis. 
  10. Bataković, Dušan T., «Serbian government and Essad Pasha Toptani», The Kosovo Chronicles, ISBN 86-447-0006-5, Belgrade, Serbia: Knižara Plato, cópia arquivada em 19 de janeiro de 2011, The 15 points envisaged the setting up of joint political and military institutions,... focused on a military alliance, the construction of an Adriatic railroad to Durazzo and guarantees that Serbia would support Essad Pasha's election as the Albanian ruler. ...The demarcation between the two countries was to be drawn by a special Serbo-Albanian commission 
  11. Bataković, Dušan T., «Serbian government and Essad Pasha Toptani», The Kosovo Chronicles, ISBN 86-447-0006-5, Belgrade, Serbia: Knižara Plato, cópia arquivada em 19 de janeiro de 2011, Essad Pasha was to confirm the treaty only upon being elected ruler, with consent from the National Assembly: this left maneuvering space for revising individual provisions. Serbia, at the invitation of Essad Pasha, carry out a military intervention to protect his regime Essad Pasha was to confirm the treaty only upon being elected ruler, with consent from the National Assembly: this left maneuvering space for revising individual provisions. Serbia was obligated to finance Pasha's gendarmery and supply the necessary military equipment by paying off 50,000 dinars per month. 
  12. Vickers, Miranda (1999). The Albanians: a modern history. [S.l.]: I.B.Tauris. p. 87. ISBN 978-1-86064-541-9. In October 1914 Essad returned to Albania, where he managed, with Italian and Serbian financial backing and a force raised in Diber - to march into interior of Albania to take Durres 
  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês cujo título é «Treaty of Niš (1914)».