Usuário(a):2N.2/Testes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Grafites Apagados em São Paulo[editar | editar código-fonte]

No dia 3 de julho de 2008, pela ação da Lei Nº 14.223, de 26 de Setembro de 2006, promulgada pelo ex-prefeito Gilberto Kassab [1], foi apagado um mural de 680 m que ocupava um mural coletivo da Av. 23 de Maio (Viaduto Julio de Mesquita Filho). O Grafite apagado reunia trabalhos dos artitas: Nina Pandolfo, OsGêmeos (Gustavo e Otávio Pandolfo), Vitché e Hebert Baglion, Franciso da Silva (Nunca), sendo alguns deles, artistas renomados que fazem com que o Grafite brasileiro, e em especial, o paulistano, seja considerado hoje um dos mais inovadores do mundo[2].

Consequências do Grafite Apagado[editar | editar código-fonte]

No dia 16 de julho de 2008, após o ocorrido, houve um protesto feito por artistas, estudiosos, intelectuais e admiradores. Por conseguinte, o prefeito Kassab chamou OsGêmeos para uma conversa, onde o Secretário da Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, se justificou alegando que os pintores da empresa contratada não sabem diferenciar um trabalho que tem valor de um que não tem. A prefeitura se retratou encomendando um novo painel para os artistas, que ocuparia o mesmo espaço.

Obra de OsGemeos.

Demais Ocorrências[editar | editar código-fonte]

Na mesma época em que o Grafite do mural coletivo da Av. 23 de Maio (Viaduto Julio de Mesquita Filho) foi apagado, outro grafiteiro conhecido por Boleta, também diz ter observado suas obras desaparecerem da região central da cidade. A lei Cidade Limpa estabeleceu um programa para eliminar as pichações da cidade, porém, a questão que se levanta é a tênue fronteira entre pichação e grafite[3]. No dia 04 de set. de 2014, foi apagado novamente um Grafite de um muro na Av. 23 de Maio, cuja a autoria é de Francisco Rodrigues, o Nunca. A arte foi desenvolvida em 2005, a convite do SESC, e teve autorização da prefeitura na época. Em nota, a Coordenação da Secretaria de Subprefeituras mais uma vez alegou que “os Servidores das empresas terceirizadas responsáveis pelo serviço não têm o conhecimento técnico necessário para diferenciar o que é manifestação artítsica do que é dano ao patrimônio” [4]. Há uma semana o artista Mundano limpou a tinta cinza da prefeitura com água e vassoura depois que um trabalho seu foi apagado na Rua da Consolação. No ano de 2013, um grafite da dupla Os Gêmeos, foi apagado três vezes sob o Viaduto do Glicério. Perante diversos apagamentos de Grafites pela cidade de São Paulo, a Gestão Fernando Haddad ficou de criar uma comissão formada por representantes de Secretarias e artistas. O fato é que Grafites sempre são apagados dos muros da cidade de São Paulo. O que muda é a frequência e intensidade com que isso ocorre, e tal processo depende da gestão [5].

Grafite Apagado no Rio de Janeiro[editar | editar código-fonte]

Escritas "Por Gentileza" em uma das pilastras de um viaduto da cidade do Rio de Janeiro.

Anos 90 no Rio de janeiro, foram apagadas pela prefeitura as escritas "por Gentileza", um personagem folclórico da cidade. Encontravam-se presentes nos pilares de um viaduto. Os protestos foram tantos que as inscrições foram restauradas e hoje fazem parte da paisagem carioca. Essa história inspirou a canção “Gentileza”, de Marisa Monte (“Apagaram tudo/ Pintaram tudo de cinza/ A palavra no muro/ Ficou coberta de tinta”).

Cidade Cinza[editar | editar código-fonte]

Marcelo Mesquita e Guilherme Valiengo fizeram um longa documentário, produção independente, denominado Cidade Cinza, o qual contou com a participação dos artistas OsGêmeos, Nunca, Nina, Finok, Zefix e Ise, e trilha sonora composta por Criolo e Daniel Ganjaman. Cidade Cinza relata que os grafiteiros, OsGemeos, Nunca e Nina possuem suas obras expostas em museus e galerias no exterior, e que em São Paulo, cidade de origem dos artistas, seus grafites são pintados de cinza pela prefeitura. O documentário ainda acompanha a repintura de um enorme mural que foi apagado, abre nossos olhos para as cores deste grupo de artistas e questiona o cinza que cerca nossas vidas nas grandes metrópoles. O filme entrou em cartaz no final do ano de 2013 gratuitamente para o público, e o DVD, foi lançado em 16 de setembro de 2014 [6].

  1. Dispõe sobre a ordenação dos elementos que compõem a paisagem urbana do Município de São Paulo. Art. 34. Compete à Secretaria Municipal de Coordenação das Subprefeituras - SMSP: I - supervisionar e articular a atuação das Subprefeituras em matéria de paisagem urbana; II - expedir atos normativos e definir procedimentos administrativos para fiel execução desta lei e de seu regulamento;
  2. FIORATTI, JULIANA NADIN GUSTAVO. Prefeitura se Retrara por ter Apagado Grafite em SP. Folha de São Paulo, São Paulo, 27 jun. 2008, Cotidiano online.
  3. A ARTE SE APAGA. Época. Disponível em <http://epoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR81337-6014,00.htm> Acesso em 12 set. 2014 as 11h53min
  4. TEIXEIRA, REGIANE. Prefeitura de São Paulo Apaga Grafite em Avenida por Engano. Folha de São Paulo, São Paulo, 06 de jun. 2014, online.
  5. DEODORO, JULIANA. Prefeitura vai Criar Política Pública para Grafite em São Paulo. Veja São Paulo, São Paulo, 30 jul. 2014, online.
  6. CIDADE CINZA - O FILME. Um projeto de Cinema e Vídeo por Sala12 Filmes. Disponível em <http://www.catarse.me/pt/cidadecinza> Acesso em 06 out. 2014