Usuário(a):Debsdebsfro/Rato-de-cauda-gorda

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

O rato-de-cauda-gorda (Thylamys karimii),[1] é uma espécie de gambá marsupial da família Didelphidae. Restrita à porção sul da América do Sul,[2] é endêmica do Brasil e sua localização geográfica é consideravelmente extensa, sendo que pode ser encontrada em nos biomas da Caatinga e Cerrado,[3] principalmente nos estados brasileiros de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Mato Grosso, Tocantins, Piauí e Goiás,[3] em regiões com altitudes de 300 a 1100 m.[4] É uma das espécies ameaçadas de extinção no estado da Bahia.[5]

Características[editar | editar código-fonte]

Dentre suas principais características morfológicas, encontram-se o tamanho da cauda (72 milímetros) menor do que a soma do comprimento da cabeça e do corpo (95 milímetros). O final da cauda não tem facilidade de preensão, e por isso a espécie desenvolveu adaptação a hábitos terrestres,[3]tendendo a permanecer nos níveis mais baixos de vegetação.[6] Em volta dos olhos proeminentes, a pelagem forma um anel de coloração preta.[1] As patas e os dedos são muito pequenos e as almofadas plantares são pequenas ou ausentes[3] e as garras são bastante fortes[7].

A forma de diferenciar o macho e a fêmea se dá em relação ao tamanho entre os indivíduos, sendo que a fêmea é um pouco menor do que o macho e apresenta uma coloração amarelada na região do pescoço.[1]

Alimentação[editar | editar código-fonte]

Pelo fato de se locomoverem no solo e não conseguirem escalar, a alimentação deles se limita a regiões mais rasteiras.[1] Semelhantemente a outras espécies de Thylamys, a dieta se baseia em insetos, pequenos vertebrados e frutas. Os ratos- de-cauda-gorda filhotes se alimentam do leite da mãe até aproximadamente 68 dias, e é nesse período que eles passam por um aumento muito grande no seu desenvolvimento.[7]

Reprodução[editar | editar código-fonte]

As fêmeas podem ter duas ninhadas em seu período de reprodução[6] e a época em que estão lactantes é em janeiro e abril.[7]

Como acontece com a maioria dos gambás, o período de gestação é bastante curto e quando os filhotes nascem, eles são muito pequenos, pouco desenvolvidos e se esforçam para chegar ao aconchego promovido pela mãe e isso evidencia que para essa espécie o contato e o cuidado parental é extremamente importante. Cada ninhada pode apresentar em média 15 filhotes e, pelo fato das fêmeas terem mais crias do que mamas, alguns deles podem morrer por falta de alimento suficiente e ideal para o seu crescimento. De modo diferente do que acontece com outros animais marsupiais, o rato-de-cauda-gorda não tem uma bolsa na qual os jovens possam se proteger enquanto se alimentam.[7]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b c d «Karimi's fat-tailed mouse opossum videos, photos and facts - Thylamys karimii | Arkive». web.archive.org. 2 de setembro de 2018. Consultado em 8 de agosto de 2019 
  2. Palma, R. Eduardo; Boric‐Bargetto, Dusan; Jayat, J. Pablo; Flores, David A.; Zeballos, Horacio; Pacheco, Víctor; Cancino, Ricardo A.; Alfaro, Fernando D.; Rodríguez‐Serrano, Enrique (2014). «Molecular phylogenetics of mouse opossums: new findings on the phylogeny of Thylamys (Didelphimorphia, Didelphidae)». Zoologica Scripta (em inglês). 43 (3): 217–234. ISSN 1463-6409. doi:10.1111/zsc.12051 
  3. a b c d Carvalho, Bianca de A; Oliveira, Luiz F. B; Mattevi, Margarete S (2009). «Phylogeny of Thylamys (Didelphimorphia, Didelphidae) species, with special reference to Thylamys karimii». Iheringia. Série Zoologia. 99 (4): 419–425. ISSN 0073-4721. doi:10.1590/s0073-47212009000400012 
  4. «The IUCN Red List of Threatened Species». IUCN Red List of Threatened Species. Consultado em 8 de agosto de 2019 
  5. «Lista vermelha da Bahia - Avaliação do Estado de Conservação da Fauna e Flora do Estado da Bahia». www.listavermelhabahia.org.br. Consultado em 8 de agosto de 2019 
  6. a b Vieira, E. M.; Palma, A. R. T. (1 de janeiro de 1996). «Natural history of Thylamys velutinas (Marsupiali, Didelphidae) in Central Brazil». Mammalia. 60 (3). ISSN 1864-1547. doi:10.1515/mamm-1996-0313 
  7. a b c d Byers, George W.; Walker, Ernest P. (1999). «Mammals of the World.». Systematic Zoology. 13 (4). 250 páginas. ISSN 0039-7989. doi:10.2307/2411787