Usuário(a):Gabriele Trabalon Santos/Potencial evocado auditivo de tronco encefálico

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Potencial evocado auditivo de tronco encéfalico[editar | editar código-fonte]

Peate em maiores de 18 meses:[editar | editar código-fonte]

Conhecido como PEATE, o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico é um exame objetivo, no qual é registrado a atividade elétrica (impulsos) geradas a partir de um estímulo sonoro dentro de todo o sistema auditivo, avaliando a funcionalidade do nervo e do tronco encefálico. Desta forma, é utilizado para complementar outros exames audiológicos durante a rotina clínica, auxiliando para um diagnóstico diferencial. [1] Como resultado dessas atividades elétricas são geradas sete ondas nomeadas com algarismos romanos, sendo a I, III e V as principais com valores de amplitude maiores, ou seja, mais visíveis, sendo as estruturas correspondentes na onda I a porção distal do nervo auditivo, a onda III aos núcleos cocleares e a onda V o lemnisco lateral.[1]

De acordo com o tempo após a apresentação do estímulo e o surgimento da resposta (latência), torna-se possível classificá-lo como um exame de curta latência, por ser registrado nos primeiros 10ms. [2] É importante ressaltar que depois o nervo despolariza (latência da onda I), existe a latência absoluta em torno de 1ms para registrar a próxima onda, além de entender que o conceito de janela é o período em milissegundos em que consigo visualizar resposta após a apresentação de um estímulo, sendo esses 10ms em indivíduos maiores de 2 anos.[3]

Para a realização deste exame, na maioria das vezes é utilizado o estímulo clique (1 a 4KHz), por conseguir abranger uma maior quantidade de fibras devido ao amplo espectro de frequência. Entretanto, quando queremos obter respostas específicas de cada faixa de frequência deve ser usado o estímulo tone burst (500 a 6KHz).[1]

A análise do PEATE começa a partir da observação da reprodutibilidade das ondas inicialmente na intensidade de 80 dB nHL por ser a intensidade possível de visualizar as três principais ondas em uma audição normal, assim, verificamos os valores de latência e latência absoluta, amplitude das ondas e intervalos interpicos. [4]

Vale lembrar que as crianças com até 18 meses apresenta diferentes valores devido ao processo maturacional do Complexo Olivar Superior não estar finalizado. A partir desta idade, com esse processo maturacional completo, os valores são semelhantes à de um adulto.[4] Portanto, dentro da normalidade encontramos valores de latência por volta de 1,50 ms e 1,68 ms na onda I, de 3,50 ms e 3,80 ms na onda III e na onda V 5,50 ms e 5,64ms, obtendo um intervalo interpicos das ondas I-III e III-V de 2,0 ms, e I-V de 4,0 ms aproximadamente.[2]

Já em casos que apresentam ausência de resposta na intensidade inicial de 80 dB nHL, torna-se necessário aumentar a intensidade do estímulo em 10 dB nHL para fazer a análise da integridade dessa via auditiva, não podendo ultrapassar o limite de 99 dB nHL, na tentativa de observar ao menos a onda V. [5]

Referências:[editar | editar código-fonte]

  1. a b c Pinto, Fernanda Rodrigues; Matas, Carla Gentile (agosto de 2007). «Comparação entre limiares de audibilidade e eletrofisiológico por estímulo tone burst». Revista Brasileira de Otorrinolaringologia: 513–522. ISSN 0034-7299. doi:10.1590/S0034-72992007000400010. Consultado em 29 de julho de 2022 
  2. a b Lot, Andreia Borges de Oliveira; Pereira, Liliane Desgualdo (12 de dezembro de 2016). «Potenciais evocados auditivos de tronco encefálico em adultos em posição de repouso e em movimentação». Audiology - Communication Research. ISSN 2317-6431. doi:10.1590/2317-6431-2016-1712. Consultado em 29 de julho de 2022 
  3. Esteves, Maria Carolina Braga Norte; Dell'Aringa, Ana Helena Bannwart; Arruda, Gustavo Viani; Dell'Aringa, Alfredo Rafael; Nardi, José Carlos (junho de 2009). «Brainstem evoked response audiometry in normal hearing subjects». Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (em inglês): 420–425. ISSN 1808-8694. doi:10.1590/S1808-86942009000300018. Consultado em 29 de julho de 2022 
  4. a b Sousa, Luis Carlos Alves de; Piza, Marcelo Ribeiro de Toledo; Alvarenga, Kátia de Freitas; Cóser, Pedro Luis (16 de agosto de 2012). Eletrofisiologia da Audição e Emissões Otoacústicas: Princípios e aplicações clínicas. [S.l.]: Editora Novo Conceito 
  5. Silva, Daniela Polo Carmargo da; Ribeiro, Georgea Espindola; Montovani, Jair Cortez (22 de maio de 2021). «Resultado do PEATE e Resposta Auditiva de Estado Estável em lactentes com e sem falha na TANU». Distúrbios da Comunicação (2): 339–348. ISSN 2176-2724. doi:10.23925/2176-2724.2021v33i2p339-348. Consultado em 29 de julho de 2022