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Idioma guarani[editar | editar código-fonte]

As línguas guarani (/ɡwɑ.rəˈni/) integram o tronco tupi-guarani, da família linguística tupi. As variedades guarani são majoritariamente faladas na América do Sul, especificamente no Paraguai, na Bolívia, no norte da Argentina e no sul e sudeste do Brasil. Historicamente, os grupos da etnia guarani ocupavam os territórios onde hoje se localizam esses países, mas se distribuindo pelo amplo território que compreende desde a costa centro-leste da Argentina, até o Caribe, concentrando-se na região da costa atlântica.

É comum que se chame de língua guarani, ou idioma guarani, uma, dentre as variadas línguas que integram o grupo. Normalmente, entende-se por guarani a variedade falada no Paraguai, conhecida também como guarani jopará, ou avañeʼẽ ([aʋ̃ãɲẽˈʔẽ], "língua das pessoas", "língua do povo"). Embora consolidada pelo senso comum, essa generalização não se sustenta se considerarmos a grande variedade de idiomas que compõem o grupo linguístico guarani. As várias línguas guarani compõem um contínuo linguístico complexo, de variedades tão diversas entre si que, dados certos pares de idiomas, não se estabelece inteligibilidade mútua.

Variedades[editar | editar código-fonte]

A classificação das numerosas línguas ameríndias registradas é uma tarefa extramemente difícil para os linguistas que preocupam-se com o agrupamentos dessas línguas em troncos e famílias linguísticas. Comumente, a comunidade científica não chega ao consenso sobre o parentesco entre determinadas línguas e grupos linguísticos nativas do continente americano, dada a falta de evidência e o possível contato linguístico entre línguas não relacionadas. Ainda assim, baseando-se na similaridade entre duas ou mais línguas e na proximidade geográfica dos grupos falantes, pesquisadores propõem novas formas para classificarem-se línguas como as do grupo guarani.

Rodrigues & Cabral (2012)[editar | editar código-fonte]

Rodrigues & Cabral (2012) propõem oa divisão do Tupí–Guaraní

*Cabral argues that Kokama/Omagua is a mixed language, and so not directly classifiable, though most of its basic vocabulary is Tupi–Guarani.

**Not listed in Rodrigues & Cabral

Karipuna language (Amapá) may be spurious.

Sound changes from Proto-Tupi-Guarani (PTG) defining each of the 8 Tupi-Guarani groups as listed by Rodrigues & Cabral (2002):[1]

É comum que se entenda o guarani exclusivamente como sua variedade paraguaia, . O guarani paraguaio concentra parte majoritária dos falantes das línguas guarani, de modo geral, sendo a língua nativa mais amplamente falada em comunidades não nativas do mundo. Com mais de 7 mihões de falantes, o guarani jopará é falado principalmente no Paraguai, onde seus falantes representam cerca de 90% da população do país. Em sua maioria, falantes de guarani do Paraguai são bilíngues, também dominando o espanhol paraguaio como língua materna.

O contínuo linguístico guarani inclui variedades como o mbyá-guarani, o kaiowá-guarani, o chiripá (ñandeva, ou avá), o guarani paraguaio (ou guarani jopará; variedade com maior número de falantes atualmente), o guarani boliviano ocidental (simba), o guarani boliviano oriental (chawuncu, ou avá), o aché (guayakí), o xetá, entre outros.

Atualmente, as línguas guarani são faladas majoritariamente no Paraguai, com comunidades étnicas distribuindo-se pelo norte da Argentina (províncias de Misiónes, Corrientes, Formosa, Jujui e Salta), pela região do chaco boliviano, e pelo sul e sudeste do Brasil, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul.[2]

As variedades guarani são faladas tanto em comunidades relativamente isoladas, mais conservadoras de suas culturas milenares, como por falantes com certo grau de contato com os centros urbanos sul-americanos, e, mais frequentemente, por membros integrados e difusos dentro destes centros.

No Brasil, há comunidades guarani - principalmente das etnias mbyá e kaiowá - habitando terras, cedidas ou demarcadas pelo Estado, que se distribuem esparsamente no território que compreende desde as proximidades da costa atlântica da Região do Prata, do Uruguai e do Rio Grande do Sul, até o estado de Santa Catarina, alcançando, inclusive, a região metropolitana de Porto Alegre e as regiões na divisa entre Brasil e Paraguai.[3]

As condições nessas comunidades, com variados graus de manutenção de aspectos culturais e linguísticos tradicionais, variam, por exemplo, de acordo com a qualidade do solo das regiões delimitadas, crucial para a autossuficiência, ou com a presença de ações governamentais, nos casos em que as comunidades mantêm-se sob condições de subsistência. Moradores das aldeias situadas nas proximidades da região metropolitana de Porto Alegre, por exemplo, se introduzem nas zonas de comércio das áreas centrais da capital, vendendo, geralmente, artesanato e produtos naturais de suas reservas para garantir a compra de produtos essenciais de difícil acesso.

the indigenous language that is most widely spoken amongst non-indigenous communities is Guaraní. South America is home to more than 280,000 Guaraní people, 51,000 of whom reside in Brazil. The Guaraní people inhabit regions in Brazil, Paraguay, Bolivia, as well as Argentina. There are more than four million speakers of Guaraní across these regions.Com mais de 7 mil

Para além do Paraguai, as línguas guarani são expressivas

Estatuto oficial[editar | editar código-fonte]

O reconhecimento oficial das línguas guarani pelos estados onde são faladas só passou a lhes ser atribuído nas últimas décadas. Dentre os casos de institucionalização desses idiomas, destaca-se o pionerismo do Paraguai, onde o guarani jopará, ao lado do espanhol, é língua oficial do Paraguai desde a promulgação de sua Constituição de 1992.

Para além do Paraguai, o guarani é também língua oficial na província argentina de Corrientes, desde 2004; na cidade brasileira de Tacuru, desde 2010; e na Bolívia, desde 2009, onde possui caráter co-oficial, juntamente com o aimára, o quechua e o espanhol.

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A UNESCO classifica o guarani como "vulnerável” porque, mesmo que a maioria das crianças em comunidade guarani falem a língua, o uso da língua é limitado a contextos particulares, como o ambiente familiar. Além disso, por mais que o guarani seja classificado como "vulnerável", outras línguas do tronco tupi-guarani são classificadas como "extintas" e "criticamente ameaçadas" (por exemplo, o amanayé e o anambé, respectivamente).

The Guaraní language has been an object of study since the arrival of the Jesuits in the seventeenth century. The Guaraní language is a subgroup within the Tupí-Guaraní branch. There are three dialects within the Guaraní subgroup: Mbyá, Kaiowá and Ñandeva. The differences among the three dialects of the Guaraní language can be noted primarily in their distinct phonologies and syntax, as these vary depending on the social context that the language is being used. Of note, the Mbyá prioritize oral transmission. Literacy within the Mbyá received an increased level of importance in the late 1990s as a product of new educational institutions in the villages. Lemle (1971) contends that in spite of there being almost forty dialects within the Tupí-Guaraní family, there exist numerous similarities between the words of these dialects.

  1. Rodrigues, A. D.; Cabral, A. S. A. C. Revendo a classificação interna da família Tupí-Guaraní. In: CABRAL, A. S. A. C., RODRIGUES, A. D. (Orgs.). Línguas indígenas brasileiras: fonologia, gramática e história. Tomo I. Belém: UFPA/EDUFPA, p. 327-337, 2002.
  2. «O Brasil Indígena (IBGE)». www.funai.gov.br. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  3. Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Atlas Socio-econômico do Rio Grande do Sul (7 de junho de 2010). «Atlas Socio-econômico do Rio Grande do Sul». Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Consultado em 8 de outubro de 2020