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TEORIA DA ADEQUAÇÃO DA PERSONALIDADE AO TRABALHO


A TEORIA

A premissa básica da teoria formulada pelo psicólogo americano [[John Lewis Holland]] (1919-2008) é de que as preferências ocupacionais são uma velada expressão do caráter subjacente do indivíduo. Assim, a escolha de uma vocação é a expressão da personalidade deste indivíduo.

Holland (1997), diz que ambientes profissionais e indivíduos sejam vistos de maneira integrada: “Ambientes são constituídos por meio das caraterísticas das pessoas, isto é, indivíduos com caraterísticas similares tendem a se agrupar em torno de atividades e tarefas adequadas às suas caraterísticas e valores”.

Para Holland as pessoas são separadas em 6 tipos de personalidades, ou seja, cada indivíduo possui uma adequabilidade diferente no ambiente de trabalho. Portanto, ele utiliza a tipologia RIASEC (Realista, Investigativo, Artístico, Social, Empreendedor e Convencional), onde em resumo possui as características citadas abaixo, amplamente discutida em seu livro:

Realista: indivíduo pouco sociável, que carece de habilidade interpessoal, possui facilidade em atuar nas áreas de engenharia, mecânica e agronomia;

Investigativo: indivíduo desconfortável diante de emoções intensas e que aparenta frieza e alheamento, é mais centrado em si mesmo. As possíveis áreas de atuação são: física, biologia, matemática e sociologia;

Artístico: indivíduo que aprecia o contato interpessoal quando está seguro de poder expressar-se livremente, senão, é tímido e introvertido. Possíveis áreas de atuação: música, artes plásticas, teatro e literatura;

Social: indivíduo que se interessa pelos vínculos humanos e manifesta sensibilidade e responsabilidade em auxiliar, orientar, tratar e resolver as dificuldades dos outros. Gosta de se sentir aceito e respeitado em suas atividades, ter a atenção para si através de seu jeito expansivo. Possíveis áreas de atuação: enfermaria, trabalho social e magistério;

Empreendedor: indivíduo que gosta das habilidades verbais para a persuasão e controle de outras pessoas. Deseja ter poder e status social. É extrovertido, tem iniciativa e facilidade em assumir a liderança das situações. Possíveis áreas de atuação: gerência, advocacia e política;

Convencional: indivíduo que tende a controlar os afetos e a sentir-se à vontade no âmbito interpessoal somente quando em atividades rotineiras e estruturadas. Identifica-se com tudo que outorgue status e poder, mas tende a exercer a posição de subordinado. Possíveis áreas de atuação: contabilidade, administração, vendas e organização;

De acordo com Holland, o tipo de personalidade do indivíduo se estabiliza entre dezoito e trinta anos e diz que depois desta idade é difícil de mudar. Defende a tese de que a consciência da personalidade do indivíduo faz com que ele encontre um ambiente de trabalho satisfatório e com que seja mais hábil para lidar com o trabalho, alterando o ambiente conforme suas necessidades, porém não mudando a própria personalidade. Porém, sempre existem exceções, conforme os estudos de Sisto & Oliveira (2007), que defendem que há “possibilidade de mudanças, como produto das interações das pessoas com seu meio social”.


ESTUDOS ADJACENTES


Yost & Corboshley ( 1987 ), citam que a teoria de Holland foi sujeita a críticas por ser preconceituosa. Assim, Holland realizou algumas reformulações, mas manteve as premissas originais. Incorporou os efeitos vocacionais de variáveis previamente negligenciadas, incluindo o status socio-econômico, gênero, habilidade e educação.

Segundo os estudos de Antoniou, A. S., Kaprara (2016), Holland também incluiu em sua teoria os conceitos de congruência, consistência e diferenciação e criou então, o Modelo Hexagonal de Holland: “Se as características do ambiente se assemelham às da pessoa, então os perfis RIASEC de pessoa e ambiente são considerados “congruentes”. O conceito de “consistência” de um perfil refere-se diretamente à estrutura hexagonal dos diferentes tipos. Um código é consistente quando é composto de tipos adjacentes no modelo hexagonal. Quanto maior a distância no hexágono entre os temas dominantes, menos consistente é o perfil. O conceito de “diferenciação” é o grau em que o perfil RIASEC é mais ou menos variado”.

Holland e Gottfredson (1992, cit. por Prediger, 1992) perceberam que os guias de profissões eram extensos e nada práticos. Elaboraram um agrupamento em hexágono das profissões por similaridade. Para utilizá-lo deve-se avaliar o tipo de personalidade e o tipo de ambiente: “o hexágono pode ser usado em conjunção com as formulações dos tipos de personalidade e ambientes para definir os níveis de consistência e congruência e predizer resultados (satisfação, realização, mudança de profissões), suportando-se em três objetivos: definir o nível de consistência no padrão de personalidade da pessoa; definir a consistência do ambiente da mesma forma; e definir os níveis de congruência entre a pessoa e o respetivo ambiente” (Holland, 1973, 1985, 1997). O modelo demonstra que as relações entre as personalidades são inversamente proporcionais à dimensão da relação entre os tipos.


A aplicação prática deste modelo é utilizada no questionário SDS - Questionário de Busca Auto-Dirigida.

Outros estudos e trabalhos que investigam a personalidade citam cinco principais traços de personalidade, na teoria conhecida como Big Five definidos por Robert McCrae e Paul Costa que as descrevem como as Cinco dimensões principais da personalidade do indivíduo e suas características.( https://pt.wikipedia.org/wiki/Big_Five_(psicologia)) Em todos estes trabalhos científicos a adequabilidade das personalidades ao tipo de atividade realizada profissionalmente são determinantes para auxiliar os indivíduos e as empresas a escolher ou direcionar o desenvolvimento dos profissionais contratados.

Referencias:

Antoniou, A. S., Kaprara, N., & Drosos, N. (2016). The relationship between trait emotional intelligence and vocational interests of Greek 10th and 11th grade students. Psychology,7, 523-532.http://dx.doi.org/10.4236/psych.2016.74053

Guez, W. & Allen, J. (2000). Orientação. França: Unesco

Guichand, J. & Hutean, N. (2001). Psicologia da Orientação. Lisboa: Instituto Piaget. Osipow, S. H. (1968). Theories of career development. New York: Appleton Century Crofts

Holland, J. L. (1959). A Theory of Vocational Choice. Journal of Counseling Psychology, 6, 35-45. http://dx.doi.org/10.1037/h0040767

Gottfredson, L. S. (2005). Applying gottfredson’s theory of circumscription and com promise in career guidance and counseling. In Brown, S. D. & Lent, R. W. (Ed.), Career development and counseling: Putting theory and research to work (pp. 71-100). Hoboken, NJ: John Wiley & Sons.

Holland, J. L. (1973). Making Vocational Choices: a theory of careers. New Jersey: Prentice-Hall, Inc.

Holland, J. L. (1985). Manual for the Vocational Preference Inventory. Odessa, FL: Psychological Assessment Resources.

Holland, J. L. (1997). Making vocational choices: A theory of vocational personalities and work environments (3rd ed.). Odessa, FL: Psychological Assessment Re sources.

McCRAE, Robert. R. O que é personalidade? In: FLORES-MENDOZA, Carmen et al. Introdução à psicologia das diferenças individuais. Porto Alegre: Artmed, 2006.

McCRAE, Robert. R.; COSTA, Jr. Paul T. Validation of the Five-factor Model of personality across instruments and observers. Journal of Personality and Social Psychology, v. 52, n. 1, p. 81-90, 1987.

Silva, M. de L. R. da. (1992). Personalidade e Escolha profissional: Subsídios de Keirsey e Bates para a Orientação Vocacional. Editora Pedagógica e Universitária, Lta: São Paulo.

Silva, T. (2007). Teorias da Escolha e do Desenvolvimento Vocacional.

Sisto, F. F. & Oliveira, A. F. (2007). Traços de personalidade e agressividade: Um estudo de evidência de validade. Psic, 8(1), 89-99.

Teixeira, M. A. P.; Castro, G. D. & Cavalheiro, C. V. (2008). Escalas de Interesses Vocacionais (EIV): construção, validade fatorial e consistência interna. Porto Alegre: Psicol. estud. vol.13 no.1.

Yost, E. & Corbishley, M. (1987). Carrer Counselling: A Psychological Approch. Jossey-Bass

https://blogtek.com.br/tipologia-de-holland-personalidades-vocacionais-e-estilos-interpessoais/

https://en.wikipedia.org/wiki/Holland_Codes

https://en.wikipedia.org/wiki/John_L._Holland

https://pt.wikipedia.org/wiki/Big_Five_(psicologia)