Buda: diferenças entre revisões
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[[Imagem:Longmen-hidden-stream-temple-cave-amitabha.jpg|thumb|right|200px| De suas raízes na [[Índia]], os ensinamentos do Buda se espalharam pelo mundo, como essa escultura de [[Amitaba|Amitabha]] da [[Dinastia Tang]], encontrada na Hidden Stream Temple Cave, [[Longmen Grottoes]].]] |
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'''Buda''' ([[Sânscrito|sânscrito-devanagari]]: बुद्ध, [[transliteração|transliterado]] ''Buddha'', que significa ''Desperto'', ''Iluminado'', que vem do radical "Budh", ''despertar'') é um título dado na filosofia budista àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal redescoberta aos demais seres. "A verdadeira natureza dos fenômenos", aqui, quer dizer o entendimento de que todos os fenômenos são impermanentes, insatisfatórios e impessoais. Tornando-se consciente dessas características da realidade, seria possível viver de maneira plena, livre dos condicionamentos mentais que causam a insatisfação, o descontentamento, o sofrimento. |
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Do ponto de vista da doutrina budista clássica, a palavra "Buda" denota não apenas um mestre religioso que viveu em uma época em particular, mas toda uma categoria de seres iluminados que alcançaram tal realização espiritual. Pode-se fazer uma analogia com a designação "Presidente da República" que refere-se não apenas a um homem, mas a todos aqueles que sucessivamente ocuparam o cargo. As escrituras budistas tradicionais mencionam pelo menos 24 Budas que surgiram no passado, em épocas diferentes. |
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O Budismo reconhece [[três tipos de Buda]], dentre os quais o termo ''Buda'' é normalmente reservado para o primeiro tipo, o Samyaksam-buddha (Pali: Samma-Sambuddha). A realização do [[Nirvana]] é exatamente a mesma, mas um Samyaksam-buddha expressa mais qualidades e capacidades que as outras duas. |
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Atualmente, as referências ao Buda referem-se em geral a [[Siddhartha Gautama]], mestre religioso e fundador do [[Budismo]] no século VI antes de Cristo. Ele seria, portanto, o último Buda de uma linhagem de antecessores cuja história perdeu-se no tempo. Conta a história que ele atingiu a iluminação durante uma meditação sob a árvore Bodhi, quando mudou seu nome para Buda, que quer dizer "iluminado" |
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Existe uma passagem nas escrituras [Anguttara Nikaya (II, 37)] - a qual é freqüentemente interpretada de maneira superficial - na qual o Buddha nega ser alguma forma de ser sobrenatural, mas esclarece: |
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: "Brâmane, assim como uma flor de lótus azul, vermelha ou branca nasce nas águas, cresce e mantém-se sobre as águas intocada por elas; eu também, que nasci no mundo e nele cresci, transcendi o mundo e vivo intocado por este. Lembre-se de mim como aquele que é desperto." |
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Com isso ele rejeitava qualquer possibilidade de ser tomado como um Deus, mas reafirmava a característica transcendente da sua vivência espiritual e do caminho de libertação que oferecia para os demais seres. Nesse sentido, o Buddha exerceu um papel importante de democratização da religião que, até então, estava sujeita ao arbítrio da casta dos [[Brâmane|brâmanes]]. |
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Para Siddhartha Gautama não há intermediário entre a humanidade e o divino; deuses distantes também estão sujeitos ao [[karma]] em seus paraísos impermanentes. O Buda é apenas um exemplo, guia e mestre para os seres sencientes que devem trilhar o caminho por si próprios. |
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Dentre as [[religiões mundiais]], a maioria das quais proclama a existência de um [[Deus criador]], o Budismo é considerado incomum por ser uma religião [[Não-teísmo|não-teísta]]. Para o Buda, a chave para a libertação é a pureza mental e a compreensão correta, e por esse motivo ele rejeitou a noção de que se conquista a salvação implorando para uma deidade distante. |
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De acordo com o Buda Gautama, a felicidade Desperta do [[Nirvana]] que ele atingiu está ao alcance de todos os seres, porém na visão ortodoxa é necessário ter nascido como um ser humano. No [[Tipitaka]] - as escrituras budistas mais antigas - fala-se dos numerosos Budas do passado e suas vidas, bem como sobre o próximo [[Bodhissatva]], que é chamado [[Maitreya]]. |
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==Estátuas do Buda== |
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Budas são freqüentemente representados em estátuas. Algumas formas comuns incluem: |
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* Buda sentado, como na escultura da [[Dinastia Tang]] acima |
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* Buda deitado |
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* Buda em pé |
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* [[Hotei]], o "Buda gordo e sorridente", geralmente visto na [[China]], que no senso estrito não é uma estátua do próprio Buda. |
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A maior parte das representações do Buda contém certas ''marcas'' que simbolizam sua Iluminação. Essas marcas variam de acordo com a região, mas três se destacam: |
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* Uma protuberância no topo da cabeça (simbolizando uma grande acuidade mental) |
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* Longos lóbulos auriculares (simbolizando uma grande percepção) |
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* Um [[terceiro olho]] (simbolizando, também, grande percepção) |
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==Buddha, o Nono Avatara de Vixnu == |
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De acordo com a tradição [[vaixnava]] (os adoradores de Vixnu), o Buddha considerado o nono avatara de Vixnu não é Sidhartha Gautama, o Buddha tido como o fundador da doutrina budista atual e nascido como um príncipe nepalês no século VI AC. |
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A encarnação de Vixnu é mais antiga, nascida em Gaya (Índia) e que data do terceiro milênio após o desaparecimento de Krishna há mais de 5 mil anos. Segundo as escrituras seguidas pelos vaixnavas (Bhagavata [[Purana]], Vishnu Purana), essa encarnação surgiu para eliminar a matança de animais durante os sacrifícios védicos e não ensinava a doutrina [[advaita]] como a do sábio Gautama, pregada por Sidharta, seguidor da linha filosófica de Gautama (daí o nome Sidharma Gautama) e que deu origem ao atual budismo. |
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=={{Ver também}}== |
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[[Cinco Budas da Meditação]] |
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[[Budismo]] |
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=={{Ligações externas}}== |
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*[http://himalayacrafts.com/statues/index.html Buda] |
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*[http://www.vertex.com.br/users/san/sidarta A vida do Buda (em página e em powerpoint)] |
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{{Wikiquote|Buda}} |
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{{Commons|Buddha}} |
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[[Categoria:budismo]] |
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[[Categoria:líderes religiosos]] |
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[[af:Boeddha]] |
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[[el:Βούδας]] |
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[[en:Buddhahood]] |
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[[eo:Budho]] |
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[[es:Buda (concepto)]] |
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[[fa:بودا]] |
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[[fi:Buddha]] |
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[[fr:Bouddha]] |
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[[ga:An Búda]] |
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[[gl:Buda]] |
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[[gu:ગૌતમ બુદ્ધ]] |
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[[hu:Buddha]] |
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[[hy:Բուդդա]] |
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[[ia:Buddha]] |
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[[id:Buddha]] |
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[[it:Buddha]] |
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[[ja:仏陀]] |
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[[jv:Buddha]] |
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[[ka:ბუდა]] |
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[[ko:부처]] |
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[[lo:ພຣະພຸດທະເຈົ້າ]] |
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[[lt:Buda]] |
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[[ml:ബുദ്ധന്]] |
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[[nl:Boeddha (verlichte)]] |
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[[tr:Buda]] |
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[[vi:Phật]] |
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[[zu:UBudha]] |
Revisão das 21h28min de 13 de maio de 2008
Buda (sânscrito-devanagari: बुद्ध, transliterado Buddha, que significa Desperto, Iluminado, que vem do radical "Budh", despertar) é um título dado na filosofia budista àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal redescoberta aos demais seres. "A verdadeira natureza dos fenômenos", aqui, quer dizer o entendimento de que todos os fenômenos são impermanentes, insatisfatórios e impessoais. Tornando-se consciente dessas características da realidade, seria possível viver de maneira plena, livre dos condicionamentos mentais que causam a insatisfação, o descontentamento, o sofrimento.
Do ponto de vista da doutrina budista clássica, a palavra "Buda" denota não apenas um mestre religioso que viveu em uma época em particular, mas toda uma categoria de seres iluminados que alcançaram tal realização espiritual. Pode-se fazer uma analogia com a designação "Presidente da República" que refere-se não apenas a um homem, mas a todos aqueles que sucessivamente ocuparam o cargo. As escrituras budistas tradicionais mencionam pelo menos 24 Budas que surgiram no passado, em épocas diferentes.
O Budismo reconhece três tipos de Buda, dentre os quais o termo Buda é normalmente reservado para o primeiro tipo, o Samyaksam-buddha (Pali: Samma-Sambuddha). A realização do Nirvana é exatamente a mesma, mas um Samyaksam-buddha expressa mais qualidades e capacidades que as outras duas.
Atualmente, as referências ao Buda referem-se em geral a Siddhartha Gautama, mestre religioso e fundador do Budismo no século VI antes de Cristo. Ele seria, portanto, o último Buda de uma linhagem de antecessores cuja história perdeu-se no tempo. Conta a história que ele atingiu a iluminação durante uma meditação sob a árvore Bodhi, quando mudou seu nome para Buda, que quer dizer "iluminado"
Existe uma passagem nas escrituras [Anguttara Nikaya (II, 37)] - a qual é freqüentemente interpretada de maneira superficial - na qual o Buddha nega ser alguma forma de ser sobrenatural, mas esclarece:
- "Brâmane, assim como uma flor de lótus azul, vermelha ou branca nasce nas águas, cresce e mantém-se sobre as águas intocada por elas; eu também, que nasci no mundo e nele cresci, transcendi o mundo e vivo intocado por este. Lembre-se de mim como aquele que é desperto."
Com isso ele rejeitava qualquer possibilidade de ser tomado como um Deus, mas reafirmava a característica transcendente da sua vivência espiritual e do caminho de libertação que oferecia para os demais seres. Nesse sentido, o Buddha exerceu um papel importante de democratização da religião que, até então, estava sujeita ao arbítrio da casta dos brâmanes.
Para Siddhartha Gautama não há intermediário entre a humanidade e o divino; deuses distantes também estão sujeitos ao karma em seus paraísos impermanentes. O Buda é apenas um exemplo, guia e mestre para os seres sencientes que devem trilhar o caminho por si próprios.
Dentre as religiões mundiais, a maioria das quais proclama a existência de um Deus criador, o Budismo é considerado incomum por ser uma religião não-teísta. Para o Buda, a chave para a libertação é a pureza mental e a compreensão correta, e por esse motivo ele rejeitou a noção de que se conquista a salvação implorando para uma deidade distante.
De acordo com o Buda Gautama, a felicidade Desperta do Nirvana que ele atingiu está ao alcance de todos os seres, porém na visão ortodoxa é necessário ter nascido como um ser humano. No Tipitaka - as escrituras budistas mais antigas - fala-se dos numerosos Budas do passado e suas vidas, bem como sobre o próximo Bodhissatva, que é chamado Maitreya.
Estátuas do Buda
Budas são freqüentemente representados em estátuas. Algumas formas comuns incluem:
- Buda sentado, como na escultura da Dinastia Tang acima
- Buda deitado
- Buda em pé
- Hotei, o "Buda gordo e sorridente", geralmente visto na China, que no senso estrito não é uma estátua do próprio Buda.
A maior parte das representações do Buda contém certas marcas que simbolizam sua Iluminação. Essas marcas variam de acordo com a região, mas três se destacam:
- Uma protuberância no topo da cabeça (simbolizando uma grande acuidade mental)
- Longos lóbulos auriculares (simbolizando uma grande percepção)
- Um terceiro olho (simbolizando, também, grande percepção)
Buddha, o Nono Avatara de Vixnu
De acordo com a tradição vaixnava (os adoradores de Vixnu), o Buddha considerado o nono avatara de Vixnu não é Sidhartha Gautama, o Buddha tido como o fundador da doutrina budista atual e nascido como um príncipe nepalês no século VI AC.
A encarnação de Vixnu é mais antiga, nascida em Gaya (Índia) e que data do terceiro milênio após o desaparecimento de Krishna há mais de 5 mil anos. Segundo as escrituras seguidas pelos vaixnavas (Bhagavata Purana, Vishnu Purana), essa encarnação surgiu para eliminar a matança de animais durante os sacrifícios védicos e não ensinava a doutrina advaita como a do sábio Gautama, pregada por Sidharta, seguidor da linha filosófica de Gautama (daí o nome Sidharma Gautama) e que deu origem ao atual budismo.
Ver também
Cinco Budas da Meditação Budismo
Ligações externas