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Os ortópteros (do grego ''Orthos'' = plano; ''Pteron'' = asas) formam uma ordem de insetos cujo os membros incluem os gafanhotos, grilos, esperanças e paquinhas. O grupo Orthoptera é dividido em duas subordens, Caelifera e Ensifera, e juntas englobam mais de 30 mil espécies. Estes insetos encontram-se espalhados pelo mundo todo. Alguns são de grande importância econômica, como por exemplo na culinária de alguns países. <nowiki>https://www.britannica.com/animal/insect/Insect-fossil-record</nowiki>
Os ortópteros (do grego ''Orthos'' = plano; ''Pteron'' = asas) formam uma ordem de insetos cujo os membros incluem os gafanhotos, grilos, esperanças e paquinhas. O grupo Orthoptera é dividido em duas subordens, Caelifera e Ensifera, e juntas englobam mais de 30 mil espécies. Estes insetos encontram-se espalhados pelo mundo todo. Alguns são de grande importância econômica, como por exemplo na culinária de alguns países. O primeiro registro fóssil de ortópteros data o [[Carbonífero]]<ref>{{Citar periódico|titulo=Insect - Insect fossil record|url=https://www.britannica.com/animal/insect/Insect-fossil-record|jornal=Encyclopedia Britannica|lingua=en}}</ref> .


Os insetos da ordem Orthoptera possuem aspectos morfológicos particulares que proporcionam a produção de um som característico, processo esse conhecido como estridulação. Além disso, também são conhecidos por disporem de pernas traseiras bem desenvolvidas e adaptadas para o salto.
Os insetos da ordem Orthoptera possuem aspectos morfológicos particulares que proporcionam a produção de um som característico, processo esse conhecido como estridulação. Além disso, também são conhecidos por disporem de pernas traseiras bem desenvolvidas e adaptadas para o salto.
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== Anatomia ==
== Anatomia ==
O corpo dos [[insetos]] em geral é dividido em cabeça, tórax e abdômen [qualquer referência tem isso eu acho], recoberto por uma epicutícula cerosa impermeável. A cabeça dos Orthoptera é vertical em relação ao corpo e apresenta um par de antenas geralmente multi articuladas de tamanho variável, [[Olho composto|olhos compostos]] bem desenvolvidos[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:0-1|<sup>[1]</sup>]], três [[Ocelo|ocelos]][[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]], peças bucais mastigadoras fortes dirigidas para baixo (ou seja, a cabeça é hipognata) [[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:0-1|<sup>[1]</sup>]][[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:2-3|<sup>[3]</sup>]]. O protórax (acho melhor deixar primeiro segmento do tórax) é largo[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:0-1|<sup>[1]</sup>]] e o abdômen apresenta 11 segmentos[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]], contendo em seu décimo segmento um par de cercos distintos, curtos e articulados.
O corpo dos [[insetos]] em geral é dividido em cabeça, tórax e abdômen [qualquer referência tem isso eu acho], recoberto por uma epicutícula cerosa impermeável. A cabeça dos Orthoptera é vertical em relação ao corpo e apresenta um par de antenas geralmente multi articuladas de tamanho variável, [[Olho composto|olhos compostos]] bem desenvolvidos[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:0-1|<sup>[1]</sup>]], três [[Ocelo|ocelos]][[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]], peças bucais mastigadoras fortes dirigidas para baixo (ou seja, a cabeça é hipognata) [[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:0-1|<sup>[1]</sup>]][[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:2-3|<sup>[3]</sup>]]. O protórax é largo[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:0-1|<sup>[1]</sup>]] e o abdômen apresenta 11 segmentos[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]], contendo em seu décimo segmento um par de cercos distintos, curtos e articulados.


[[Ficheiro:Economic entomology for the farmer.. (1896) (20533081793).jpg|miniaturadaimagem|420x420px|Tagmose de um ortóptero.]]
[[Ficheiro:Economic entomology for the farmer.. (1896) (20533081793).jpg|miniaturadaimagem|420x420px|Tagmose de um ortóptero.]]
O aspecto característico da ordem Orthoptera são as pernas: enquanto o primeiro e o segundo par de pernas são semelhantes, as pernas traseiras (o terceiro par) são bem desenvolvidas, ampliadas, musculosas e com fêmures mais robustos que as demais, adaptadas para o salto[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:0-1|<sup>[1]</sup>]]. Em algumas espécies podem possuir longos espinhos. Dependendo do grupo, as pernas podem compreender também os órgãos estridulatórios (produção do som) e/ou os órgãos timpânicos (recepção do som) - estes últimos podendo estar situados, porém, nas laterais do abdômen.
O aspecto característico da ordem Orthoptera são as pernas: enquanto o primeiro e o segundo par de pernas são semelhantes, as pernas traseiras (o terceiro par) são bem desenvolvidas, ampliadas, musculosas e com fêmures mais robustos que as demais, adaptadas para o salto[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:0-1|<sup>[1]</sup>]]. Em algumas espécies podem possuir longos espinhos. Dependendo do grupo, as pernas podem compreender também os órgãos estridulatórios (produção do som) e/ou os órgãos timpânicos (recepção do som) - estes últimos podendo estar situados, porém, nas laterais do abdômen.


Em formas escavadoras, como as paquinhas, as patas dianteiras são curtas, porém largas, e adaptadas à escavação, relacionado aos seus hábitos de vida subterrâneo[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:0-1|<sup>[1]</sup>]]. Já nas espécies semi aquáticas, especialmente do gênero Paulinia, apresentam as tíbias das pernas posteriores remiformes (de nodo vulgar, em “forma de remo”). [Insetos do Brasil]
Em formas escavadoras, como as paquinhas, as patas dianteiras são curtas, porém largas, e adaptadas à escavação, relacionado aos seus hábitos de vida subterrâneo[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:0-1|<sup>[1]</sup>]]. Já nas espécies semi aquáticas, especialmente do gênero Paulinia, apresentam as tíbias das pernas posteriores remiformes (em “forma de remo”).<ref name=":0">{{citar livro|título=Insetos do Brasil|ultimo=CARVALHO|primeiro=Sonia|editora=HOLOS|ano=|local=|páginas=|acessodata=}}</ref>


Há espécies com e sem [[Asa|asas]][[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:2-3|<sup>[3]</sup>]] (também denominadas como formas ápteras). Quando presentes, estão em dois pares: as asas dianteiras são do tipo tégmina[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:0-1|<sup>[1]</sup>]], espessas, protegendo o segundo par de asas, podendo ser modificada para a camuflagem e/ou produção de som[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]], além de eventualmente auxiliar no voo. As asas traseiras são largas e membranosas, com muitas nervuras, e em repouso se dispõem longitudinalmente sob as dianteiras, como as dobras de um leque. Estas são as verdadeiras responsáveis pelo voo[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:0-1|<sup>[1]</sup>]].
Há espécies com e sem [[Asa|asas]][[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:2-3|<sup>[3]</sup>]] (também denominadas como formas ápteras). Quando presentes, estão em dois pares: as asas dianteiras são do tipo tégmina[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:0-1|<sup>[1]</sup>]], espessas, protegendo o segundo par de asas, podendo ser modificada para a camuflagem e/ou produção de som[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]], além de eventualmente auxiliar no voo. As asas traseiras são largas e membranosas, com muitas nervuras, e em repouso se dispõem longitudinalmente sob as dianteiras, como as dobras de um leque. Estas são as verdadeiras responsáveis pelo voo[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:0-1|<sup>[1]</sup>]].


Além da variedade das pernas e asas, pode haver dimorfismo sexual em relação ao tamanho, sendo que as fêmeas são, em geral, maiores que os machos, o que é comum nos insetos. Em Ensifera a discrepância não é tão grande, enquanto que em Caelifera já é mais acentuado. <nowiki>[http://www.bioone.org/doi/abs/10.1665/1082-6467-17.2.189]</nowiki>
Além da variedade das pernas e asas, pode haver dimorfismo sexual em relação ao tamanho, sendo que as fêmeas são, em geral, maiores que os machos, o que é comum nos insetos. Em Ensifera a discrepância não é tão grande, enquanto que em Caelifera já é mais acentuado.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Hochkirch|primeiro=Axel|ultimo2=Gröning|primeiro2=Julia|data=2008-12-01|titulo=Sexual size dimorphism in Orthoptera (sens. str.) — a review|url=http://www.bioone.org/doi/abs/10.1665/1082-6467-17.2.189|jornal=Journal of Orthoptera Research|volume=17|numero=2|paginas=189–196|doi=10.1665/1082-6467-17.2.189|issn=1082-6467}}</ref>


== Comportamento ==
== Comportamento ==


=== '''Hábito de vida''' ===
=== '''Hábito de vida''' ===
A capacidade de voo dos ortópteros é, em geral, limitada, sendo que existem espécies que a perderam completamente [gillott].
A capacidade de voo dos ortópteros é, em geral, limitada, sendo que existem espécies que a perderam completamente<ref name=":1">{{citar livro|título=Entomology|ultimo=GILLOTT|primeiro=Cedric|editora=|ano=|local=|páginas=|acessodata=}}</ref> .


Seus hábitos de vida podem variar de muitas formas. Os ortópteros podem viver em diversos habitats, podendo ser terrestres, semi aquáticos (nadando ou deslizando na água), escavadores ou cavernícolas, com hábitos de vida diurnos ou noturnos [insetos do brasil] [gillott] [Encyclopedia of insects]. Eles também podem ser solitários (vivem isolados) ou gregários (vivem em bando e apresentam hábitos migratórios), mesmo em uma mesma espécie. [Eurico]
Seus hábitos de vida podem variar de muitas formas. Os ortópteros podem viver em diversos habitats, podendo ser terrestres, semi aquáticos (nadando ou deslizando na água), escavadores ou cavernícolas, com hábitos de vida diurnos ou noturnos<ref name=":0" /><ref name=":1" /> <ref name=":2">{{citar livro|título=Encyclopedia of insects|ultimo=CARDÉ|primeiro=Ring|editora=Academic Press|ano=|local=|páginas=|acessodata=}}</ref>. Eles também podem ser solitários (vivem isolados) ou gregários (vivem em bando e apresentam hábitos migratórios), mesmo em uma mesma espécie.<ref name=":3">{{citar livro|título=Os Insetos|ultimo=SANTOS|primeiro=Eurico|editora=Itatiaia|ano=1982|local=|páginas=|acessodata=}}</ref>


Sua coloração e forma também permite que se camuflem no ambiente. Muitos imitam folhas, galhos, flores e pedras e mimetizam outros insetos, o que difere entre jovens e adultos, assim como entre machos e fêmeas [encyclopedia] [insetos do brasil]. Apesar de a maioria apresentar cores discretas para esconder sua presença, algumas espécies exibem coloração aposemática, com o objetivo de espantar o seu predador. [encyclopedia of insects]
Sua coloração e forma também permite que se camuflem no ambiente. Muitos imitam folhas, galhos, flores e pedras e mimetizam outros insetos, o que difere entre jovens e adultos, assim como entre machos e fêmeas <ref name=":0" /><ref name=":2" />. Apesar de a maioria apresentar cores discretas para esconder sua presença, algumas espécies exibem coloração aposemática, com o objetivo de espantar o seu predador<ref name=":2" />.
[[Ficheiro:Myrmeleotettix maculatus feeding on dead insect.jpg|miniaturadaimagem|261x261px|Gafanhoto consumindo um [[Hymenoptera|himenóptero]].]]
[[Ficheiro:Myrmeleotettix maculatus feeding on dead insect.jpg|miniaturadaimagem|261x261px|Gafanhoto consumindo um [[Hymenoptera|himenóptero]].]]


=== '''Alimentação''' ===
=== '''Alimentação''' ===
A alimentação dos ortópteros é muito diversa, podendo ser altamente específica ou mesmo bastante ampla. Existem exemplos onívoros, predadores, fungívoros ou herbívoros, que consomem folhagens, raízes, sementes, pólen, néctar. Aqueles que são predadores podem utilizar as pernas anteriores e médias como pinças para capturar suas presas. [Encyclopedia of Insects]
A alimentação dos ortópteros é muito diversa, podendo ser altamente específica ou mesmo bastante ampla. Existem exemplos onívoros, predadores, fungívoros ou herbívoros, que consomem folhagens, raízes, sementes, pólen, néctar. Aqueles que são predadores podem utilizar as pernas anteriores e médias como pinças para capturar suas presas. <ref name=":2" />
[[Ficheiro:Suzumushi 06z3310.ogg|miniaturadaimagem|Estridulação de um ortóptero.]]
[[Ficheiro:Suzumushi 06z3310.ogg|miniaturadaimagem|Estridulação de um ortóptero.]]


=== '''Comunicação''' ===
=== '''Comunicação''' ===
Os sons emitidos por ortópteros – processo denominado estridulação – variam no ritmo e no modo de emissão dependendo da espécie. Na maioria das vezes, é o macho que emite os sons, e o objetivo desses insetos com este comportamento pode ser o de atrair a fêmea para a reprodução, assim como marcar seu território ou competir pela fêmea, ou até mesmo usá-lo como alarme quando se estão ameaçados ou feridos[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-4|<sup>[4]</sup>]]. A estridulação produzida por cada espécie é única, garantindo que a reprodução não ocorra entre espécies diferentes. [Eurico Santos - Os Insetos]
Os sons emitidos por ortópteros – processo denominado estridulação – variam no ritmo e no modo de emissão dependendo da espécie. Na maioria das vezes, é o macho que emite os sons, e o objetivo desses insetos com este comportamento pode ser o de atrair a fêmea para a reprodução, assim como marcar seu território ou competir pela fêmea, ou até mesmo usá-lo como alarme quando se estão ameaçados ou feridos[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-4|<sup>[4]</sup>]]. A estridulação produzida por cada espécie é única, garantindo que a reprodução não ocorra entre espécies diferentes<ref name=":3" />.


Comparando os grupos, a propagação de som pode se dar através de fricção entre as asas anteriores, que possuem uma fileira de pequenos dentes – denominadas fileiras estridulatórias – como ocorre em alguns Ensifera. O som também pode ser resultado de atrito entre essas asas e fileiras estridulatórias presentes nos fêmures, como em Caelifera. Ademais, a estridulação pode ser realizada por outras partes do corpo. Em Acrididae, por exemplo, o som é produzido ao esfregar as fileiras de dentes quitinizados da lateral do abdômen com os da face interna do fêmur. Já em Acridinae, o som é originado quando as asas posteriores se raspam entre si[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]].
Comparando os grupos, a propagação de som pode se dar através de fricção entre as asas anteriores, que possuem uma fileira de pequenos dentes – denominadas fileiras estridulatórias – como ocorre em alguns Ensifera. O som também pode ser resultado de atrito entre essas asas e fileiras estridulatórias presentes nos fêmures, como em Caelifera. Ademais, a estridulação pode ser realizada por outras partes do corpo. Em Acrididae, por exemplo, o som é produzido ao esfregar as fileiras de dentes quitinizados da lateral do abdômen com os da face interna do fêmur. Já em Acridinae, o som é originado quando as asas posteriores se raspam entre si[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]].
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A incapacidade estridulatória de algumas fêmeas pode estar relacionado à ausência de fileiras estridulatórias em seus fêmures. Ocasionalmente, tanto machos quanto fêmeas, podem emitir ruídos durante o vôo, produzidos pelo atrito da superfície superior da margem costal das asas contra a face interior das tegminas, o que é diferente do processo estridulatório em si. [VER REF]
A incapacidade estridulatória de algumas fêmeas pode estar relacionado à ausência de fileiras estridulatórias em seus fêmures. Ocasionalmente, tanto machos quanto fêmeas, podem emitir ruídos durante o vôo, produzidos pelo atrito da superfície superior da margem costal das asas contra a face interior das tegminas, o que é diferente do processo estridulatório em si. [VER REF]


Ao mesmo tempo que há uma variedade na produção de sons, tal variedade também está presente na recepção do som. Em Ensifera, o tímpano (órgão auditivo) está localizado na tíbia anterior, enquanto que em Caelifera esta estrutura se encontra no abdômen. <nowiki>[http://files.cursodeveraoementomologiaffclrp.webnode.com/200000743-a0156a10ef/Palestra_ORTHOPTERA_Pedro.pdf]</nowiki>
Ao mesmo tempo que há uma variedade na produção de sons, tal variedade também está presente na recepção do som. Em Ensifera, o tímpano (órgão auditivo) está localizado na tíbia anterior, enquanto que em Caelifera esta estrutura se encontra no abdômen<ref>{{citar web|url=http://files.cursodeveraoementomologiaffclrp.webnode.com/200000743-a0156a10ef/Palestra_ORTHOPTERA_Pedro.pdf|titulo=Orthoptera: Os insetos cantadores|data=|acessodata=25 de maio 2018|publicado=Curso de verão em entomologia FFCLRP|ultimo=Dias|primeiro=Pedro}}</ref>.
[[Ficheiro:Two eastern Lubber grasshopers (Romalea microptera), mating.jpg|miniaturadaimagem|256x256px|[[Cópula]] de gafanhotos.]]
[[Ficheiro:Two eastern Lubber grasshopers (Romalea microptera), mating.jpg|miniaturadaimagem|256x256px|[[Cópula]] de gafanhotos.]]
A estrutura do tímpano consiste em uma fina membrana cuticular, uma grande bolsa de ar ligada a esta membrana. O conjunto destas estruturas formam um “tambor” que, ao ser estimulado pelas ondas sonoras, vibra e estimula as sensilas. [Entomology - Gillot, C]
A estrutura do tímpano consiste em uma fina membrana cuticular, uma grande bolsa de ar ligada a esta membrana. O conjunto destas estruturas formam um “tambor” que, ao ser estimulado pelas ondas sonoras, vibra e estimula as sensilas<ref name=":1" />.


Por outro lado, existem também espécies ápteras (sem asas) que não são capazes de produzir ou captar sons, já que os tímpanos e aparelhos estridulatórios estão ausentes.
Por outro lado, existem também espécies ápteras (sem asas) que não são capazes de produzir ou captar sons, já que os tímpanos e aparelhos estridulatórios estão ausentes.


=== '''Desenvolvimento e Reprodução''' ===
=== '''Desenvolvimento e Reprodução''' ===
Os ortópteros apresentam desenvolvimento [[Hemimetabolismo|hemimetábolo]]: há fase de [[ovo]], de [[Ninfa (biologia)|ninfa]] (jovem) e de [[imago]] (adulto) [qualquer referência também i guess]. As ninfas têm aspectos morfológicos e hábitos de vida semelhantes ao adulto, diferindo pelo seu tamanho relativamente menor, asas ainda ausentes ou imaturas, órgãos reprodutores não desenvolvidos e menor quantidade de artículos antenais[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]].
Os ortópteros apresentam desenvolvimento [[Hemimetabolismo|hemimetábolo]]: há fase de [[ovo]], de [[Ninfa (biologia)|ninfa]] (jovem) e de [[imago]] (adulto) <ref name=":2" />. As ninfas têm aspectos morfológicos e hábitos de vida semelhantes ao adulto, diferindo pelo seu tamanho relativamente menor, asas ainda ausentes ou imaturas, órgãos reprodutores não desenvolvidos e menor quantidade de artículos antenais[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]].
[[Ficheiro:Stenobothrus lineatus (2389033746).jpg|miniaturadaimagem|257x257px|[[Ovipositor]] de um ortóptero.]]
[[Ficheiro:Stenobothrus lineatus (2389033746).jpg|miniaturadaimagem|257x257px|[[Ovipositor]] de um ortóptero.]]
A reprodução se dá de modo [[Reprodução sexuada|sexuado]], embora também existam espécies que apresentem [[Partenogénese|partenogênese]] facultativa[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]], que ocorre quando a disponibilidade de machos é baixa. Durante a [[cópula]], a genitália masculina – que fica na parte interna, entre as placas supraanal e subgenital, no abdômen – pode ser colocada para fora para transferência de gametas de modo indireto, através de um [[espermatóforo]][[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]]. O [[ovipositor]] feminino é grande, composto por três pares de valvas, das quais a interior é, em geral, ausente ou reduzida[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]].
A reprodução se dá de modo [[Reprodução sexuada|sexuado]], embora também existam espécies que apresentem [[Partenogénese|partenogênese]] facultativa[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]], que ocorre quando a disponibilidade de machos é baixa. Durante a [[cópula]], a genitália masculina – que fica na parte interna, entre as placas supraanal e subgenital, no abdômen – pode ser colocada para fora para transferência de gametas de modo indireto, através de um [[espermatóforo]][[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]]. O [[ovipositor]] feminino é grande, composto por três pares de valvas, das quais a interior é, em geral, ausente ou reduzida[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-:1-2|<sup>[2]</sup>]].


Na reprodução, há um processo de corte envolvido, relacionado à estridulação e vibração do corpo e das antenas[[Usuário(a):Paquinhas/Testes#cite note-5|<sup>[5]</sup>]].
Na reprodução, há um processo de corte envolvido, relacionado à estridulação e vibração do corpo e das antenas<sup>[5]</sup>.


Os ovos são postos em diferentes locais e de diferentes maneiras de acordo com os diferentes grupos. Em Caelifera, há na parte terminal do abdômen das fêmeas, valvas no ovipositor, que auxiliam no processo de escavação para a postura de ovos dentro do solo. Já em Ensifera, os ovos são postos no interior das folhas ou em suas margens, através de um ovipositor longo, podendo causar galhas. [Eurico Santos] [Entomologia agrícola]
Os ovos são postos em diferentes locais e de diferentes maneiras de acordo com os diferentes grupos. Em Caelifera, há na parte terminal do abdômen das fêmeas, valvas no ovipositor, que auxiliam no processo de escavação para a postura de ovos dentro do solo. Já em Ensifera, os ovos são postos no interior das folhas ou em suas margens, através de um ovipositor longo, podendo causar galhas<ref name=":3" /><ref>{{citar livro|título=Entomologia agrícola|ultimo=DOMINGOS|primeiro=Gallo|editora=FEALQ|ano=2002|local=|páginas=920|acessodata=}}</ref>.


A cópula pode durar até dias, com o macho permanecendo sobre a fêmea por todo esse tempo. [insetos do brasil]
A cópula pode durar até dias, com o macho permanecendo sobre a fêmea por todo esse tempo. <ref name=":0" />


Pode também existir cuidado com a prole por parte da fêmea, que protege os ovos do macho para que ele não os coma, até que os indivíduos sofram a primeira muda. Isso ocorre em espécies de grilo-toupeira. [Eurico Santos]
Pode também existir cuidado com a prole por parte da fêmea, que protege os ovos do macho para que ele não os coma, até que os indivíduos sofram a primeira muda. Isso ocorre em espécies de grilo-toupeira. <ref name=":3" />


== Filogenia ==
== Filogenia ==
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=== '''Inimigos naturais''' ===
=== '''Inimigos naturais''' ===
Entre os inimigos naturais de ortópteros estão seus predadores, principalmente outros insetos, aranhas, aves, roedores e outros vertebrados, além de parasitas externos, como ácaros, e internos, como vermes, larvas de insetos e bactérias. [Eurico Santos] [insetos do brasil]
Entre os inimigos naturais de ortópteros estão seus predadores, principalmente outros insetos, aranhas, aves, roedores e outros vertebrados, além de parasitas externos, como ácaros, e internos, como vermes, larvas de insetos e bactérias. <ref name=":0" /><ref name=":3" />
[[Ficheiro:Plague locust.jpg|miniaturadaimagem|293x293px|Nuvem de gafanhotos.]]
[[Ficheiro:Plague locust.jpg|miniaturadaimagem|293x293px|Nuvem de gafanhotos.]]


=== '''Pragas''' ===
=== '''Pragas''' ===
Algumas espécies de gafanhotos podem adquirir hábitos de vida gregários e migratórios, formando as chamadas “nuvens” de gafanhotos [Eurico]. Enquanto eles migram para um local onde irão se nutrir e procriar, as plantações que estiverem em suas trajetórias são devoradas rapidamente. Normalmente invadem somente as áreas de monoculturas e pastagens, principalmente em gramíneas, podendo ser, então, considerados também como graminívoros. Assim, em outras famílias de plantas o prejuízo que os gafanhotos provocam é menor <nowiki>[http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/58933/Resumo_200501212.pdf?sequence=1]</nowiki>. Há relatos de “nuvens” invasoras tão grandes que toldaram a luz do sol. [VER REF]
Algumas espécies de gafanhotos podem adquirir hábitos de vida gregários e migratórios, formando as chamadas “nuvens” de gafanhotos <ref name=":3" />. Enquanto eles migram para um local onde irão se nutrir e procriar, as plantações que estiverem em suas trajetórias são devoradas rapidamente. Normalmente invadem somente as áreas de monoculturas e pastagens, principalmente em gramíneas, podendo ser, então, considerados também como graminívoros. Assim, em outras famílias de plantas o prejuízo que os gafanhotos provocam é menor <ref>{{citar periódico|ultimo=ANDRADE|primeiro=Fernanda|data=2005|titulo=Coleções de insetos de importância agrícola no Rio Grande do Sul, acrididae (orthoptera)|url=http://hdl.handle.net/10183/58933|jornal=Salão de iniciação científica|acessodata=25 de maio de 2018}}</ref>. Há relatos de “nuvens” invasoras tão grandes que toldaram a luz do sol. [VER REF]


=== '''Biocombustivel''' ===
=== '''Biocombustivel''' ===
Os gafanhotos (Acrididae) estão sendo estudados como fonte de enzimas capazes de metabolizar substâncias lignocelulósicas e produzir, a partir deste processo, etanol, um biocombustível de importância econômica, com maior eficiência do que outros insetos. Em biotecnologia, a lignina é um composto de difícil degradação e estas enzimas aparentam ser efetivas neste processo.
Os gafanhotos (Acrididae) estão sendo estudados como fonte de enzimas capazes de metabolizar substâncias lignocelulósicas e produzir, a partir deste processo, etanol, um biocombustível de importância econômica, com maior eficiência do que outros insetos. Em biotecnologia, a lignina é um composto de difícil degradação e estas enzimas aparentam ser efetivas neste processo.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Shi|primeiro=Weibing|ultimo2=Uzuner|primeiro2=Ugur|ultimo3=Huang|primeiro3=Lingxia|ultimo4=Jesudhasan|primeiro4=Palmy R|ultimo5=Pillai|primeiro5=Suresh D|ultimo6=Yuan|primeiro6=Joshua S|data=2011-09|titulo=Comparative analysis of insect gut symbionts for composition–function relationships and biofuel application potential|url=https://sci-hub.tw/https://www.tandfonline.com/doi/full/10.4155/bfs.11.127?scroll=top&needAccess=true|jornal=Biofuels|volume=2|numero=5|paginas=529–544|doi=10.4155/bfs.11.127|issn=1759-7269}}</ref>


Estas enzimas são produzidas no trato intestinal por micro-organismos simbiontes e estão relacionadas à digestão de carboidratos de origem vegetal obtidos na alimentação.
Estas enzimas são produzidas no trato intestinal por micro-organismos simbiontes e estão relacionadas à digestão de carboidratos de origem vegetal obtidos na alimentação.<ref>{{Citar periódico|ultimo=Shi|primeiro=Weibing|ultimo2=Xie|primeiro2=Shangxian|ultimo3=Chen|primeiro3=Xueyan|ultimo4=Sun|primeiro4=Su|ultimo5=Zhou|primeiro5=Xin|ultimo6=Liu|primeiro6=Lantao|ultimo7=Gao|primeiro7=Peng|ultimo8=Kyrpides|primeiro8=Nikos C.|ultimo9=No|primeiro9=En-Gyu|data=2013-01-10|titulo=Comparative Genomic Analysis of the Endosymbionts of Herbivorous Insects Reveals Eco-Environmental Adaptations: Biotechnology Applications|url=http://journals.plos.org/plosgenetics/article?id=10.1371/journal.pgen.1003131|jornal=PLOS Genetics|lingua=en|volume=9|numero=1|paginas=e1003131|doi=10.1371/journal.pgen.1003131|issn=1553-7404}}</ref>

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=== '''Cultura''' ===
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==== Como alimento ====
==== Como alimento ====
O consumo de insetos é praticado por 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo, em especial na Ásia, Oceania e América Latina. (FAO <nowiki>http://www.fao.org/edible-insects/en/</nowiki>) Os ortópteros compõem 13% das espécies de insetos descritas como comestíveis (lista de spp <nowiki>https://www.wur.nl/en/Research-Results/Chair-groups/Plant-Sciences/Laboratory-of-Entomology/Edible-insects/Worldwide-species-list.htm</nowiki>) e são ricos em proteínas (<nowiki>http://sci-hub.tw/10.1002/mnfr.201200735</nowiki>). Uma barreira para o acréscimo de insetos na dieta das culturas ocidentais é o estranhamento e aversão causados por essa prática (<nowiki>https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1748-5967.2009.00239.x</nowiki>), entretanto a criação de insetos, em comparação às criações de animais de corte tradicionais no ocidente, emite menos poluentes, consome menos água, tem conversão da alimentação em proteínas mais eficiente, podem utilizar como alimento lixo orgânico e ocupam menos espaço(<nowiki>http://www.fao.org/docrep/018/i3264e/i3264e00.pdf</nowiki>), sendo uma alternativa sustentável à pecuária.
O consumo de insetos é praticado por 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo, em especial na Ásia, Oceania e América Latina<ref name=":4">{{Citar web|url=http://www.fao.org/edible-insects/en/|titulo=Insects for food and feed|acessodata=2018-05-26|obra=www.fao.org|ultimo=Nations|primeiro=Food and Agriculture Organization of the United|lingua=en}}</ref>. Os ortópteros compõem 13% das espécies de insetos descritas como comestíveis<ref>{{Citar periódico|titulo=List of edible insects of the world (April 1, 2017)|url=https://www.wur.nl/en/Research-Results/Chair-groups/Plant-Sciences/Laboratory-of-Entomology/Edible-insects/Worldwide-species-list.htm|jornal=WUR|lingua=en-US}}</ref> e são ricos em proteínas<ref>{{Citar periódico|ultimo=Rumpold|primeiro=Birgit A.|ultimo2=Schlüter|primeiro2=Oliver K.|data=2013-03-08|titulo=Nutritional composition and safety aspects of edible insects|url=http://doi.wiley.com/10.1002/mnfr.201200735|jornal=Molecular Nutrition & Food Research|lingua=en|volume=57|numero=5|paginas=802–823|doi=10.1002/mnfr.201200735|issn=1613-4125}}</ref> . Uma barreira para o acréscimo de insetos na dieta das culturas ocidentais é o estranhamento e aversão causados por essa prática <ref>{{Citar periódico|ultimo=YEN|primeiro=Alan L.|data=2009-09|titulo=Edible insects: Traditional knowledge or western phobia?|url=https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/j.1748-5967.2009.00239.x|jornal=Entomological Research|lingua=en|volume=39|numero=5|paginas=289–298|doi=10.1111/j.1748-5967.2009.00239.x|issn=1738-2297}}</ref>, entretanto a criação de insetos, em comparação às criações de animais de corte tradicionais no ocidente, emite menos poluentes, consome menos água, tem conversão da alimentação em proteínas mais eficiente, podem utilizar como alimento lixo orgânico e ocupam menos espaço<ref name=":4" />, sendo uma alternativa sustentável à pecuária.


A entomofagia de ortópteros é uma prática muitas vezes associada à costumes em algumas comunidades como a tailandesa, na qual foi introduzida uma peste agrícola (Patanga succincta L) na alimentação para controle da praga e o inseto foi incorporado como parte da dieta dos locais(<nowiki>http://buglady.dk/wp-content/uploads/2015/02/edible-forest-inescts.pdf#page=182</nowiki>). Em comunidades judaicas há registro do consumo de gafanhotos, os únicos insetos considerados apropriados para alimentação de acordo com as leis judaicas, em países como Espanha, Iémen e Israel ao longo da história.
A entomofagia de ortópteros é uma prática muitas vezes associada à costumes em algumas comunidades como a tailandesa, na qual foi introduzida uma peste agrícola (''Patanga succincta L.)'' na alimentação para controle da praga e o inseto foi incorporado como parte da dieta dos locais<ref>{{citar livro|título=Forest insects as food: humans bite back|ultimo=FAO Regional office for Asia and the Pacific|primeiro=|editora=|ano=2010|local=Bangkok, Thailândia|páginas=173-181|acessodata=25 de maio de 2018}}</ref>. Em comunidades judaicas há registro do consumo de gafanhotos, os únicos insetos considerados apropriados para alimentação de acordo com as leis judaicas, em países como Espanha, Iémen e Israel ao longo da história.


==== '''Grilos lutadores chineses''' ====
==== '''Grilos lutadores chineses''' ====
[[Ficheiro:Chinese crickets.jpg|miniaturadaimagem|308x308px|Grilos lutadores em gaiolas.]]
[[Ficheiro:Chinese crickets.jpg|miniaturadaimagem|308x308px|Grilos lutadores em gaiolas.]]
Na China, há tradição de uso de grilos para lutas datada há aproximadamente mil anos, durante a dinastia Song, mas a venda de grilos cantantes é anterior a esse período(<nowiki>http://www.asociacionetnobiologica.org.mx/revista/index.php/etno/article/view/87/90</nowiki>), associado ao desenvolvimento de objetos relacionados a essa prática como recipientes para manter os animais e redes para captura. Houve declínio nesta prática durante a Revolução cultural  (1949), porém retomou a popularidade no final da década de 70. (<nowiki>https://sci-hub.tw/https://link.springer.com/article/10.1023/A:1009616418149</nowiki>)
Na China, há tradição de uso de grilos para lutas datada há aproximadamente mil anos, durante a dinastia Song, mas a venda de grilos cantantes é anterior a esse período<ref name=":5">{{Citar periódico|ultimo=Costa-Neto|primeiro=Eraldo Medeiros|data=2015-12-26|titulo=Entertainment with Insects: Singing and Fighting Insects Around The World. A Brief Review|url=http://www.asociacionetnobiologica.org.mx/revista/index.php/etno/article/view/87|jornal=ETNOBIOLOGÍA|lingua=en|volume=3|numero=1|paginas=20–28|issn=1665-2703}}</ref>, associado ao desenvolvimento de objetos relacionados a essa prática como recipientes para manter os animais e redes para captura. Houve declínio nesta prática durante a Revolução cultural  (1949), porém retomou a popularidade no final da década de 70<ref>{{Citar periódico|ultimo=Jin|primeiro=X.-B.|ultimo2=Yen|primeiro2=A. L.|data=1998-12-01|titulo=Conservation and the cricket culture in China|url=https://link.springer.com/article/10.1023/A:1009616418149|jornal=Journal of Insect Conservation|lingua=en|volume=2|numero=3-4|paginas=211–216|doi=10.1023/A:1009616418149|issn=1366-638X}}</ref>.

Enquanto apenas os machos são utilizados para a luta, as fêmeas são vendidas como alimento para aves. Os machos são recolhidos assim que o sexo se torna identificável e são vendidos como lutadores. Durante a briga, os animais são instigados a lutar até a morte ou até o dominante ser reconhecível. (<nowiki>http://www.asociacionetnobiologica.org.mx/revista/index.php/etno/article/view/87/90</nowiki>)


Enquanto apenas os machos são utilizados para a luta, as fêmeas são vendidas como alimento para aves. Os machos são recolhidos assim que o sexo se torna identificável e são vendidos como lutadores. Durante a briga, os animais são instigados a lutar até a morte ou até o dominante ser reconhecível<ref name=":5" />.
Associado a esse costume, são relatados problemas relacionados ao vício em apostas nas lutas, desencorajadas no interior da China e permitidas nas grandes cidades mas mesmo assim frequentes em todo país.<nowiki>http://dx.doi.org/10.1100/tsw.2010.167</nowiki>


Associado a esse costume, são relatados problemas relacionados ao vício em apostas nas lutas, desencorajadas no interior da China e permitidas nas grandes cidades mas mesmo assim frequentes em todo país<ref>{{Citar periódico|ultimo=Tse|primeiro=Samson|ultimo2=Yu|primeiro2=Alex C.H.|ultimo3=Rossen|primeiro3=Fiona|ultimo4=Wang|primeiro4=Chong-Wen|data=2010|titulo=Examination of Chinese Gambling Problems through a Socio-Historical-Cultural Perspective|url=http://www.hindawi.com/journals/tswj/2010/940478/abs/|jornal=The Scientific World JOURNAL|lingua=en|volume=10|paginas=1694–1704|doi=10.1100/tsw.2010.167|issn=1537-744X}}</ref>.[[Ficheiro:Horsehead grasshopper.jpg|miniaturadaimagem|309x309px|Proscopiidae, ortóptero semelhante ao [[bicho-pau]].]]
<nowiki>[[File:Chinese crickets.jpg|Chinese crickets]]</nowiki>
[[Ficheiro:Horsehead grasshopper.jpg|miniaturadaimagem|309x309px|Proscopiidae, ortóptero semelhante ao [[bicho-pau]].]]
[[Ficheiro:Stick insect 1.jpg|miniaturadaimagem|307x307px|Bicho-pau verdadeiro, que não pertence a Orthoptera.]]
[[Ficheiro:Stick insect 1.jpg|miniaturadaimagem|307x307px|Bicho-pau verdadeiro, que não pertence a Orthoptera.]]



Revisão das 22h18min de 26 de maio de 2018

Os ortópteros (do grego Orthos = plano; Pteron = asas) formam uma ordem de insetos cujo os membros incluem os gafanhotos, grilos, esperanças e paquinhas. O grupo Orthoptera é dividido em duas subordens, Caelifera e Ensifera, e juntas englobam mais de 30 mil espécies. Estes insetos encontram-se espalhados pelo mundo todo. Alguns são de grande importância econômica, como por exemplo na culinária de alguns países. O primeiro registro fóssil de ortópteros data o Carbonífero[1] .

Os insetos da ordem Orthoptera possuem aspectos morfológicos particulares que proporcionam a produção de um som característico, processo esse conhecido como estridulação. Além disso, também são conhecidos por disporem de pernas traseiras bem desenvolvidas e adaptadas para o salto.

O grupo Caelifera compreende, principalmente, os gafanhotos e as esperanças. Os gafanhotos são os principais representantes tanto do grupo Caelifera quanto da ordem Orthoptera. O reconhecimento pode ser feito por meio da observação de suas características morfológicas externas. Suas antenas são mais curtas que o corpo, geralmente filiformes e com menos de trinta segmentos cada. A forma do corpo é variável para cada espécie, podendo ser compridas, ensiformes (em forma de espada) ou mesmo claviforme (em forma de clave). Os tímpanos se encontram um de cada lado do primeiro segmento abdominal. O ovipositor dos gafanhotos, diferente dos demais, normalmente é inconspícuo. Como dito anteriormente, a terceira perna é bem desenvolvida e adaptada para o salto. Já as esperanças possuem antenas longas e maiores que o corpo, de aspecto filiformes e multissegmentados. Os órgãos timpânicos estão situados nas tíbias anteriores, perto da articulação do joelho.  A maioria das esperanças tem hábitos noturnos e as que vivem durante o dia encontram-se no interior de um "canudo" feito com folhas de árvore que elas mesmas cortam e enrolam.

O grupo Ensifera tem como representantes os grilos e as paquinhas. Os grilos possuem antenas longas, maiores que o corpo, e filiformes. Possuem ovipositor conspícuo, órgãos auditivos nas pernas anteriores e aparelho estridulatório formado pelas nervuras das asas anteriores.  Os grilos têm hábitos noturnos, vivendo em buracos no solo ou em frestas dos muros. Quanto à sua importância econômica, podem atacar raízes, folhas e frutos de algodoeiro, arroz, batata, milho e tomate. As paquinhas apresentam antenas de comprimento moderado e  finas na extremidade. Os tímpanos estão presentes nas tíbias das pernas anteriores. O aparelho estridulatório, no entanto, é rudimentar, emitindo ruídos pouco perceptíveis. Dispõem-se de pernas dianteiras modificadas para a escavação, relacionado ao seu hábito de vida subterrâneo. A sua denominação foi, provavelmente, decorrente de sua coloração esverdeada. Algumas espécies podem apresentar asas com colorações avermelhadas, violáceas ou, até mesmo, amareladas.

Anatomia

O corpo dos insetos em geral é dividido em cabeça, tórax e abdômen [qualquer referência tem isso eu acho], recoberto por uma epicutícula cerosa impermeável. A cabeça dos Orthoptera é vertical em relação ao corpo e apresenta um par de antenas geralmente multi articuladas de tamanho variável, olhos compostos bem desenvolvidos[1], três ocelos[2], peças bucais mastigadoras fortes dirigidas para baixo (ou seja, a cabeça é hipognata) [1][3]. O protórax é largo[1] e o abdômen apresenta 11 segmentos[2], contendo em seu décimo segmento um par de cercos distintos, curtos e articulados.

Tagmose de um ortóptero.

O aspecto característico da ordem Orthoptera são as pernas: enquanto o primeiro e o segundo par de pernas são semelhantes, as pernas traseiras (o terceiro par) são bem desenvolvidas, ampliadas, musculosas e com fêmures mais robustos que as demais, adaptadas para o salto[1]. Em algumas espécies podem possuir longos espinhos. Dependendo do grupo, as pernas podem compreender também os órgãos estridulatórios (produção do som) e/ou os órgãos timpânicos (recepção do som) - estes últimos podendo estar situados, porém, nas laterais do abdômen.

Em formas escavadoras, como as paquinhas, as patas dianteiras são curtas, porém largas, e adaptadas à escavação, relacionado aos seus hábitos de vida subterrâneo[1]. Já nas espécies semi aquáticas, especialmente do gênero Paulinia, apresentam as tíbias das pernas posteriores remiformes (em “forma de remo”).[2]

Há espécies com e sem asas[3] (também denominadas como formas ápteras). Quando presentes, estão em dois pares: as asas dianteiras são do tipo tégmina[1], espessas, protegendo o segundo par de asas, podendo ser modificada para a camuflagem e/ou produção de som[2], além de eventualmente auxiliar no voo. As asas traseiras são largas e membranosas, com muitas nervuras, e em repouso se dispõem longitudinalmente sob as dianteiras, como as dobras de um leque. Estas são as verdadeiras responsáveis pelo voo[1].

Além da variedade das pernas e asas, pode haver dimorfismo sexual em relação ao tamanho, sendo que as fêmeas são, em geral, maiores que os machos, o que é comum nos insetos. Em Ensifera a discrepância não é tão grande, enquanto que em Caelifera já é mais acentuado.[3]

Comportamento

Hábito de vida

A capacidade de voo dos ortópteros é, em geral, limitada, sendo que existem espécies que a perderam completamente[4] .

Seus hábitos de vida podem variar de muitas formas. Os ortópteros podem viver em diversos habitats, podendo ser terrestres, semi aquáticos (nadando ou deslizando na água), escavadores ou cavernícolas, com hábitos de vida diurnos ou noturnos[2][4] [5]. Eles também podem ser solitários (vivem isolados) ou gregários (vivem em bando e apresentam hábitos migratórios), mesmo em uma mesma espécie.[6]

Sua coloração e forma também permite que se camuflem no ambiente. Muitos imitam folhas, galhos, flores e pedras e mimetizam outros insetos, o que difere entre jovens e adultos, assim como entre machos e fêmeas [2][5]. Apesar de a maioria apresentar cores discretas para esconder sua presença, algumas espécies exibem coloração aposemática, com o objetivo de espantar o seu predador[5].

Gafanhoto consumindo um himenóptero.

Alimentação

A alimentação dos ortópteros é muito diversa, podendo ser altamente específica ou mesmo bastante ampla. Existem exemplos onívoros, predadores, fungívoros ou herbívoros, que consomem folhagens, raízes, sementes, pólen, néctar. Aqueles que são predadores podem utilizar as pernas anteriores e médias como pinças para capturar suas presas. [5]

Estridulação de um ortóptero.

Comunicação

Os sons emitidos por ortópteros – processo denominado estridulação – variam no ritmo e no modo de emissão dependendo da espécie. Na maioria das vezes, é o macho que emite os sons, e o objetivo desses insetos com este comportamento pode ser o de atrair a fêmea para a reprodução, assim como marcar seu território ou competir pela fêmea, ou até mesmo usá-lo como alarme quando se estão ameaçados ou feridos[4]. A estridulação produzida por cada espécie é única, garantindo que a reprodução não ocorra entre espécies diferentes[6].

Comparando os grupos, a propagação de som pode se dar através de fricção entre as asas anteriores, que possuem uma fileira de pequenos dentes – denominadas fileiras estridulatórias – como ocorre em alguns Ensifera. O som também pode ser resultado de atrito entre essas asas e fileiras estridulatórias presentes nos fêmures, como em Caelifera. Ademais, a estridulação pode ser realizada por outras partes do corpo. Em Acrididae, por exemplo, o som é produzido ao esfregar as fileiras de dentes quitinizados da lateral do abdômen com os da face interna do fêmur. Já em Acridinae, o som é originado quando as asas posteriores se raspam entre si[2].

Para amplificar as ondas sonoras, estes animais podem utilizar suas próprias asas como câmaras de ressonância, deixando-as em forma de leque. Há outros métodos de amplificação comuns, como o de se posicionarem sobre folhas ou dentro de buracos.

A incapacidade estridulatória de algumas fêmeas pode estar relacionado à ausência de fileiras estridulatórias em seus fêmures. Ocasionalmente, tanto machos quanto fêmeas, podem emitir ruídos durante o vôo, produzidos pelo atrito da superfície superior da margem costal das asas contra a face interior das tegminas, o que é diferente do processo estridulatório em si. [VER REF]

Ao mesmo tempo que há uma variedade na produção de sons, tal variedade também está presente na recepção do som. Em Ensifera, o tímpano (órgão auditivo) está localizado na tíbia anterior, enquanto que em Caelifera esta estrutura se encontra no abdômen[7].

Cópula de gafanhotos.

A estrutura do tímpano consiste em uma fina membrana cuticular, uma grande bolsa de ar ligada a esta membrana. O conjunto destas estruturas formam um “tambor” que, ao ser estimulado pelas ondas sonoras, vibra e estimula as sensilas[4].

Por outro lado, existem também espécies ápteras (sem asas) que não são capazes de produzir ou captar sons, já que os tímpanos e aparelhos estridulatórios estão ausentes.

Desenvolvimento e Reprodução

Os ortópteros apresentam desenvolvimento hemimetábolo: há fase de ovo, de ninfa (jovem) e de imago (adulto) [5]. As ninfas têm aspectos morfológicos e hábitos de vida semelhantes ao adulto, diferindo pelo seu tamanho relativamente menor, asas ainda ausentes ou imaturas, órgãos reprodutores não desenvolvidos e menor quantidade de artículos antenais[2].

Ovipositor de um ortóptero.

A reprodução se dá de modo sexuado, embora também existam espécies que apresentem partenogênese facultativa[2], que ocorre quando a disponibilidade de machos é baixa. Durante a cópula, a genitália masculina – que fica na parte interna, entre as placas supraanal e subgenital, no abdômen – pode ser colocada para fora para transferência de gametas de modo indireto, através de um espermatóforo[2]. O ovipositor feminino é grande, composto por três pares de valvas, das quais a interior é, em geral, ausente ou reduzida[2].

Na reprodução, há um processo de corte envolvido, relacionado à estridulação e vibração do corpo e das antenas[5].

Os ovos são postos em diferentes locais e de diferentes maneiras de acordo com os diferentes grupos. Em Caelifera, há na parte terminal do abdômen das fêmeas, valvas no ovipositor, que auxiliam no processo de escavação para a postura de ovos dentro do solo. Já em Ensifera, os ovos são postos no interior das folhas ou em suas margens, através de um ovipositor longo, podendo causar galhas[6][8].

A cópula pode durar até dias, com o macho permanecendo sobre a fêmea por todo esse tempo. [2]

Pode também existir cuidado com a prole por parte da fêmea, que protege os ovos do macho para que ele não os coma, até que os indivíduos sofram a primeira muda. Isso ocorre em espécies de grilo-toupeira. [6]

Filogenia

As relações filogenéticas dos grupos de ortópteros estão representadas abaixo [9]

Orthoptera
Ensifera

Grylloidea (crickets)

Tettigonoidea (grigs, weta, katydids, etc)

Caelifera

Tridactyloidea

Tetrigoidea

Eumastacoidea

Pneumoroidea

Pyrgomorphoidea

Acridoidea etc.

Ecologia e Relação com humanos

Inimigos naturais

Entre os inimigos naturais de ortópteros estão seus predadores, principalmente outros insetos, aranhas, aves, roedores e outros vertebrados, além de parasitas externos, como ácaros, e internos, como vermes, larvas de insetos e bactérias. [2][6]

Nuvem de gafanhotos.

Pragas

Algumas espécies de gafanhotos podem adquirir hábitos de vida gregários e migratórios, formando as chamadas “nuvens” de gafanhotos [6]. Enquanto eles migram para um local onde irão se nutrir e procriar, as plantações que estiverem em suas trajetórias são devoradas rapidamente. Normalmente invadem somente as áreas de monoculturas e pastagens, principalmente em gramíneas, podendo ser, então, considerados também como graminívoros. Assim, em outras famílias de plantas o prejuízo que os gafanhotos provocam é menor [10]. Há relatos de “nuvens” invasoras tão grandes que toldaram a luz do sol. [VER REF]

Biocombustivel

Os gafanhotos (Acrididae) estão sendo estudados como fonte de enzimas capazes de metabolizar substâncias lignocelulósicas e produzir, a partir deste processo, etanol, um biocombustível de importância econômica, com maior eficiência do que outros insetos. Em biotecnologia, a lignina é um composto de difícil degradação e estas enzimas aparentam ser efetivas neste processo.[11]

Estas enzimas são produzidas no trato intestinal por micro-organismos simbiontes e estão relacionadas à digestão de carboidratos de origem vegetal obtidos na alimentação.[12]

Cultura

Chingrit thot, um prato tailandês à base de grilos.

Como alimento

O consumo de insetos é praticado por 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo, em especial na Ásia, Oceania e América Latina[13]. Os ortópteros compõem 13% das espécies de insetos descritas como comestíveis[14] e são ricos em proteínas[15] . Uma barreira para o acréscimo de insetos na dieta das culturas ocidentais é o estranhamento e aversão causados por essa prática [16], entretanto a criação de insetos, em comparação às criações de animais de corte tradicionais no ocidente, emite menos poluentes, consome menos água, tem conversão da alimentação em proteínas mais eficiente, podem utilizar como alimento lixo orgânico e ocupam menos espaço[13], sendo uma alternativa sustentável à pecuária.

A entomofagia de ortópteros é uma prática muitas vezes associada à costumes em algumas comunidades como a tailandesa, na qual foi introduzida uma peste agrícola (Patanga succincta L.) na alimentação para controle da praga e o inseto foi incorporado como parte da dieta dos locais[17]. Em comunidades judaicas há registro do consumo de gafanhotos, os únicos insetos considerados apropriados para alimentação de acordo com as leis judaicas, em países como Espanha, Iémen e Israel ao longo da história.

Grilos lutadores chineses

Grilos lutadores em gaiolas.

Na China, há tradição de uso de grilos para lutas datada há aproximadamente mil anos, durante a dinastia Song, mas a venda de grilos cantantes é anterior a esse período[18], associado ao desenvolvimento de objetos relacionados a essa prática como recipientes para manter os animais e redes para captura. Houve declínio nesta prática durante a Revolução cultural  (1949), porém retomou a popularidade no final da década de 70[19].

Enquanto apenas os machos são utilizados para a luta, as fêmeas são vendidas como alimento para aves. Os machos são recolhidos assim que o sexo se torna identificável e são vendidos como lutadores. Durante a briga, os animais são instigados a lutar até a morte ou até o dominante ser reconhecível[18].

Associado a esse costume, são relatados problemas relacionados ao vício em apostas nas lutas, desencorajadas no interior da China e permitidas nas grandes cidades mas mesmo assim frequentes em todo país[20].

Proscopiidae, ortóptero semelhante ao bicho-pau.
Bicho-pau verdadeiro, que não pertence a Orthoptera.

Curiosidades

Os membros da família Proscopiidae, pertencentes ao grupo Caelifera, possuem uma morfologia muito diferente das demais. São relativamente raras, encontradas na América do Sul, e ficam isoladas sobre as plantas. Os proscopídeos não possuem asas e mimetizam gravetos e folhas secas. Assemelham-se aos insetos conhecidos popularmente como “bicho-pau”. É possível diferenciá-los analisando dois aspectos principais, o tamanho da antena e a distância entre os três pares de pernas. O verdadeiro “bicho-pau”, da ordem Phasmatodea, tem antenas longas e o segundo par de pernas equidistante das demais. Já o falso “bicho-pau” tem antenas mais curtas e o segundo par de pernas mais próxima do terceiro par em relação ao primeiro. (VER REF)

Na Amazônia há uma espécie de esperança que produz uma estridulação que ressoa como as sílabas de "ta-na-na", sendo chamado, portanto, de “tanana” pelos índios locais. A Chlorocoelus tanana consegue formar uma câmara de ressonância com as asas anteriores que permitem ampliar o som da estridulação. (VER REF)

  1. «Insect - Insect fossil record». Encyclopedia Britannica (em inglês) 
  2. a b c d e CARVALHO, Sonia. Insetos do Brasil. [S.l.]: HOLOS 
  3. Hochkirch, Axel; Gröning, Julia (1 de dezembro de 2008). «Sexual size dimorphism in Orthoptera (sens. str.) — a review». Journal of Orthoptera Research. 17 (2): 189–196. ISSN 1082-6467. doi:10.1665/1082-6467-17.2.189 
  4. a b c GILLOTT, Cedric. Entomology. [S.l.: s.n.] 
  5. a b c d e CARDÉ, Ring. Encyclopedia of insects. [S.l.]: Academic Press 
  6. a b c d e f SANTOS, Eurico (1982). Os Insetos. [S.l.]: Itatiaia 
  7. Dias, Pedro. «Orthoptera: Os insetos cantadores» (PDF). Curso de verão em entomologia FFCLRP. Consultado em 25 de maio 2018 
  8. DOMINGOS, Gallo (2002). Entomologia agrícola. [S.l.]: FEALQ. 920 páginas 
  9. Zhang, Hong-Li; Huang, Yuan; Lin, Li-Liang; Wang, Xiao-Yang; Zheng, Zhe-Min (2013). «The phylogeny of the Orthoptera (Insecta) as deduced from mitogenomic gene sequences». Zoological Studies. 52 (1). 37 páginas. ISSN 1810-522X. doi:10.1186/1810-522x-52-37 
  10. ANDRADE, Fernanda (2005). «Coleções de insetos de importância agrícola no Rio Grande do Sul, acrididae (orthoptera)». Salão de iniciação científica. Consultado em 25 de maio de 2018 
  11. Shi, Weibing; Uzuner, Ugur; Huang, Lingxia; Jesudhasan, Palmy R; Pillai, Suresh D; Yuan, Joshua S (setembro de 2011). «Comparative analysis of insect gut symbionts for composition–function relationships and biofuel application potential». Biofuels. 2 (5): 529–544. ISSN 1759-7269. doi:10.4155/bfs.11.127 
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