109P/Swift-Tuttle

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O cometa Swift-Tuttle (formalmente designado como 109P/Swift-Tuttle) é um cometa que foi descoberto independentemente por Lewis Swift em 16 de julho de 1862, em Marathon, Nova York, e por Horace Parnell Tuttle, da Universidade Harvard em Cambridge, Massachusetts, em 19 de julho de 1862.

O cometa fez uma aparição de retorno em 1992, quando foi "redescoberto" pelo astrônomo japonês Tsuruhiko Kiuchi, podendo ser visto com binóculos.[1] O seu núcleo sólido tem aproximadamente 27 km (16,8 milhas) de extensão, consideravelmente maior que os 10 km do suposto asteroide que hipoteticamente dizimou os dinossauros na Extinção Cretáceo-Paleogeno.[2]

O cometa é o responsável pela chuva de meteoros Perseidas, uma das mais conhecidas e mais notáveis.[carece de fontes?]

Um aspecto peculiar da sua órbita é que está em uma ressonância orbital de 1:11 com Júpiter. Ele completa uma volta em torno do Sol para cada 11 voltas de Júpiter.[3]

Uma ameaça potencial para a Terra[editar | editar código-fonte]

O cometa está em uma órbita que o coloca próximo da Terra e da Lua.[4] Desde a sua redescoberta em 1992, a data da passagem do periélio do cometa estava fora da previsão em 17 dias. Percebeu-se então que, se a próxima passagem do seu periélio (em 14 de agosto de 2126) também estiver fora da previsão em 15 dias, é muito provável que o cometa colida com a Terra ou com a Lua. Devido às dimensões do núcleo do Swift-Tuttle, este fato é de considerável preocupação. Isto levou o astrônomo amador e também escritor Gary W. Kronk a pesquisar todas as aparições anteriores deste cometa. Ele descobriu que o cometa provavelmente foi observado pelos chineses em 69 a.C. e em 188 d.C., fato que foi rapidamente confirmado por Brian G. Marsden.[5] Essas informações e observações posteriores levaram a uma reavaliação de sua órbita, indicando que a órbita do cometa é muito estável, não representando absolutamente nenhuma ameaça para os próximos dois mil anos.[6] Os astrônomos acreditam que em 2126 sua aparição provavelmente consistirá num grande cometa visível a olho nu como o Hale-Bopp.[1]

Um encontro com a Terra está previsto no retorno do cometa para o sistema solar interno, por volta de 15 de setembro de 4479 – a aproximação máxima é estimada em 0,03-0,05 UA (unidades astronômicas), com uma probabilidade de impacto de 1 x 10−6.[3] Após 4479, a evolução da sua órbita será mais difícil de ser prevista: a probabilidade de um impacto por órbita da Terra está estimada em 2 x 10−8.[3] Uma vez que o maior objeto do Sistema Solar que faz repetidas passagens próximas à Terra, a uma velocidade relativa de 60 km/s,[2][7] transportando uma energia de impacto estimada em ~27 vezes maior que a da extinção K-T,[8] o cometa Swift-Tuttle foi descrito como "o único objeto conhecido mais perigoso para a humanidade".[7]

Curiosidades[editar | editar código-fonte]

  • A cada julho e agosto a Terra cruza a órbita do cometa, dando origem à chuva de meteoros Perseidas.
  • O Cometa Swift-Tuttle é o maior de todos os objetos celestes que fazem repetidas passagens próximas à Terra.
  • O período de translação do cometa em torno do Sol é de aproximadamente 130 anos.
  • O cometa Swift-Tuttle é o mesmo que o cometa Kegler, que foi visto pela primeira vez em 1737.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b Britt, Robert (11 de agosto de 2005). «Top 10 Perseid Meteor Shower Facts». Space.com. Consultado em 10 de agosto de 2009 
  2. a b Weissman, Paul R. (2007). «The cometary impactor flux at the Earth». In: Milani, A.; Valsecchi, G.B.; Vokrouhlicky, D. Near Earth Objects, our Celestial Neighbors: Opportunity and Risk; Proceedings IAU Symposium No. 236, 2006 🔗. Proceedings of the International Astronomical Union. 2. [S.l.]: Cambridge University Press. pp. 441–450. doi:10.1017/S1743921307003559. Consultado em 13 de agosto de 2009. Cópia arquivada em 15 de agosto de 2009 
  3. a b c Chambers, J. E. (1995). «The long-term dynamical evolution of Comet Swift-Tuttle». Academic Press. Icarus. 114: 372–386. doi:10.1006/icar.1995.1069. Consultado em 12 de agosto de 2009 
  4. Chandler, David L (1 de junho de 2005). «Comet put on list of potential Earth impactors». New Scientist. Consultado em 25 de agosto de 2008 
  5. Kronk, Gary; Marsden, Brian G. (1992). «Periodic Comet Swift-Tuttle (1992t)». Central Bureau for Astronomical Telegrams. Consultado em 19 de junho de 2009 [ligação inativa] 
  6. Stephens, Sally (1993). «on Swift-Tuttle's possible collision». Astronomical Society of the Pacific. Consultado em 25 de agosto de 2008. Arquivado do original em 25 de maio de 2012 
  7. a b Verschuur, Gerrit L. (1997). Impact!: the threat of comets and asteroids. [S.l.]: Oxford University Press. 116 páginas. ISBN 9780195119190 
  8. This calculation can be carried out in the manner given by Weissman for Comet Hale-Bopp, as follows: A radius of 13.5 km and an estimated density of 0.6 g/cm³ gives a cometary mass of 6.2 x 1018 g. An encounter velocity of 60 km/sec yields an impact velocity of 61 km/sec, giving an impact energy of 1.15 x 1032 ergs, or 2.75 x 109 megatons, about 27.5 times the estimated energy of the K-T impact event.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]