A. A. McLeod

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de A.A. McLeod)
A. A. McLeod
Nascimento 2 de abril de 1902
Black Rock, Victoria County
Morte 13 de março de 1970
Toronto
Cidadania Canadá
Cônjuge Virginia MacLean
Ocupação político, editor, operário metalúrgico, soldado

Albert Alexander MacLeod (Black Rock, Nova Escócia, 2 de abril de 1902Toronto, Ontário, 13 de março de 1970), mais conhecido como A. A. MacLeod, foi um político canadense, membro proeminente do Partido Comunista do Canadá e, mais tarde, do Partido Trabalhista Progressista.

Biografia[editar | editar código-fonte]

MacLeod nasceu em 1902 em Black Rock, na Nova Escócia. Ele trabalhou na usina de aço de Sydney Mines durante a adolescência.[1] Acredita-se que McLeod tenha sido o recruta mais novo a se alistar ao Exército Canadense durante a Primeira Guerra Mundial,[2] integrando 185° batalhão dos Cape Breton Highlanders.[1] Ele retornou ao Canadá um pouco antes do término do conflito e trabalhou para a Associação Cristã de Moços, primeiro em Halifax e depois em Chicago, como membro executivo.[2][3]

Radicalização[editar | editar código-fonte]

Até 1933, MacLeod morou em Nova Iorque, período em que foi o editor da proeminente revista pacifista/socialista The World Tomorrow.[2] Lá, conheceu e se casou com Virginia MacLean, originária da Ilha Cape Breton. Ambos eram pacifistas e apoiadores do Partido Socialista da América. Como resultado do caso dos Scottsboro Boys, MacLeod se aproximou do Partido Comunista dos Estados Unidos. Ele se junto à Liga de Defesa dos Scottsboro Boys, organizada pelos comunistas. Os MacLeods também foram sensibilizados pela pobreza gerada pela Grande Depressão e o crescimento do movimento fascista.[3]

Em 1933, MacLeod renunciou a de seu cargo em The World of Tomorrow e o casal retornou para a Nova Escócia, onde se tornaram militantes do movimento trabalhista e fizeram campanha para J.B. McLachlan, líder sindical e membro do Partido Comunista que estava concorrendo a um assento na Assembleia Legislativa da Nova Escócia como candidato independente identificado como “Trabalhista”.[3] Foi durante esse período que os MacLeods se filiaram ao Partido Comunista do Canadá.

Guerra Civil Espanhola e Segunda Guerra Mundial[editar | editar código-fonte]

Em 1934, MacLeod participou da conferência inaugural da Liga Canadense Contra a Guerra e o Fascismo em Toronto e foi eleito presidente da mesma.[2] Tratava-se de uma frente popular fundada pelo Partido Comunista que mais tarde passou a ser chamada de Liga Canadense pela Paz e Democracia. A liga e uma outra organização que MacLeod ajudou a fundar, o Comitê Canadense para Ajudar a Democracia Espanhola,[4] recrutaram membros para o Batalhão Mackenzie-Papineau, o contingente canadense das Brigadas Internacionais que lutou pela defesa da República Espanhola durante a Guerra Civil naquele país. Em 1936, MacLeod liderou a delegação canadense no Congresso de Segurança Coletiva em Bruxelas.[1]

Em 1940, como resultado do pacto de não agressão entre a Alemanha Nazista e a União Soviética, a liga foi banida pelo Regulamento de Defesa do Canadá, assim como o Partido Comunista como um todo. Então, MacLeod co-fundou e se tornou o primeiro editor do jornal semanal Canadian Tribune,[4] lançado em junho de 1940 como órgão oficial do Partido Comunista numa tentativa de manter a organização política ativa na clandestinidade. No ano seguinte, concorreu ao cargo de deputado pelo distrito eleitoral de Edmonton East, como candidato do “Movimento Popular”, e obteve 18,5% dos votos.[5]

Membro da Assembleia Legislativa de Ontário[editar | editar código-fonte]

Nas eleições provinciais de 1943 em Ontário, o clandestino Partido Comunista lançou candidatos independentes identificados como “Trabalhistas”. MacLeod foi eleito para representar o distrito eleitoral de Bellwoods (circunscrito na cidade de Toronto) na Assembleia Legislativa de Ontário com 30% dos votos.[6] Mais tarde, foi convidado junto com o colega J.B. Salsberg, eleito pelo distrito vizinho de St. Andrew, para se juntar ao Partido Trabalhista Progressista, reorganização do clandestino Partido Comunista. MacLeod aceitou e se tornou o líder do partido na legislatura. MacLeod foi reeleito em 1945 com 35% dos votos e em 1948 com 37% dos votos. No entanto, perdeu seu assento na eleição de 1951, quando recebeu 20% dos votos; Salsberg permaneceu como único membro do partido na Assembleia até 1955, quando também não conseguiu ser reeleito.

Apesar de defender medidas politicamente impopulares, MacLeod ganhou o respeito dos demais membros da Assembleia Legislativa de Ontário. Segundo o primeiro-ministro Mitchell Hepburn, McLeod tinha “a mente mais brilhante da legislatura”.[4] Apesar de suas diferenças ideológicas, MacLeod era amigo pessoal do primeiro-ministro Leslie Frost, que lhe ofereceu emprego como redator de discursos e conselheiro político após sua derrota na eleição de 1951.[7] Uma das iniciativas de MacLeod foi nomear a Rodovia 401 de Rodovia Macdonald-Cartier, em homenagem a John A. Macdonald e George-Étienne Cartier, forjadores da Confederação Canadense. Ele também esteve envolvido na criação da Comissão de Direitos Humanos de Ontário em 1961.[1]

MacLeod continuou a trabalhar para o governo da província de Ontário na década de 1960, após o fim da administração de Frost, atuando como conselheiro político dos primeiros-ministros John Roberts e Bill Davis. Ele faleceu no dia 13 de março de 1970 como consequência de um atropelamento do qual foi vítima alguns dias antes.[8]

Família[editar | editar código-fonte]

A esposa de MacLeod, Virginia MacLean, é a tia dos atores Warren Beatty e Shirley MacLaine. Ambos frequentaram a casa dos McLeods e citam o tio como influenciador de suas próprias crenças políticas progressistas.[4]

O filho de MacLeod, David Leigh MacLeod, seguiu os passos dos primos na indústria cinematográfica, tendo trabalhado com Beatty e co-produzido os filmes Reds (1981)[4] e Ishtar (1987). Anteriormente, ele trabalhou como conselheiro político do diretório do Partido Conservador do Canadá em Ontário.

A filha de MacLeod, por sua vez, é a cantora de música folk Joan MacLeod, casada com o músico Ray Woodley do grupo The Travellers.

Referências

  1. a b c d Archives of Ontario. Albert Alexander MacLeod fonds Arquivado em 2012-12-01 na Archive.today. Ministry of Government Services. Página visitada em 29 de dezembro de 2014.
  2. a b c d "MacLeod To Speak On Peace". Regina Leader-Post. 30 de setembro de 1937. Página visitada em 29 de dezembro de 2014.
  3. a b c Johnston, Faith (2006). A Great Restlessness: The Life and Politics of Dorise Nielsen. Winnipeg: University of Manitoba Press. p. 105. ISBN 9780887556906.
  4. a b c d e Adilman, Sid. "Beatty movie has Canadian family links". Windsor Star. 7 de janeiro de 1982. Página visitada em 29 de dezembro de 2014.
  5. Johnston, Faith (2006). A Great Restlessness: The Life and Politics of Dorise Nielsen. Winnipeg: University of Manitoba Press. p. 119. ISBN 9780887556906.
  6. Campbell, Norman. "J.D. Hepburn is New Speaker". Windsor Daily Star. 25 de março de 1947. Página visitada em 29 de dezembro de 2014.
  7. "Interview: Alex Lewis and Rod Lewis". Canadian Parliamentary Review 9 (2): 33. 1986. Página visitada em 29 de dezembro de 2014.
  8. "A. A. MacLeod: Dominated Legislature as left-wing member". The Globe and Mail. 14 de março de 1970.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]