A Morte de Ivan Ilitch

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A Morte de Ivan Ilitch
A Morte de Ivan Ilitch
Folha de rosto da edição de 1895.
Autor(es) Liev Tolstói
Idioma Russo
País  Rússia
Gênero Romance
Lançamento 1886
Edição portuguesa
Tradução Adolfo Casais Monteiro
Editora Inquérito
Lançamento 1940
Páginas 86
Edição brasileira
Tradução Carlos Lacerda
Editora Leitura
Lançamento 1944

A Morte de Ivan Ilitch (em russo: Смерть Ивана Ильича, Smert' Ivana Ilyicha) é uma novela de Liev Tolstói, publicado pela primeira vez em 1886. Considerada uma das obras-primas da literatura, foi escrita logo após sua conversão religiosa do final da década de 1870,[1] em que o velho escritor critica as convenções familistas e as aparências sociais, a superficialidade e a hipocrisia da alta sociedade.

"Geralmente classificado entre os melhores exemplos de novela",[2] A morte de Ivan Ilitch conta a história de um juiz de alta corte e seus sofrimentos e morte por uma doença terminal na Rússia do século XIX.

Personagens[editar | editar código-fonte]

  • Ivan Ilitch (Ilitch é um patronímico; seu sobrenome é Golovin), um alto oficial considerado da Corte de Justiça, descrito por Tolstói assim: "Não era frio e meticuloso como o seu irmão mais velho, nem temerário como o caçula. Constituía o termo médio entre eles: uma pessoa inteligente, viva, agradável e decente." Ambicioso e galgando cada vez mais os postos da alta sociedade, à medida que a narrativa progride, ele torna-se mais e mais introspectivo, ponderando sobre sua doença agonizante e morte.
  • Prascóvia Fiódorvna Michel é a antipática esposa de Ivan, caracterizada como egoísta e desinteressada pelas agonias do marido, exceto quando elas a afetam diretamente.
  • Gerasim, jovem camponês, ajudante do mordomo dos Golovin. Cuida do patrão e o ajuda sem reclamar, estabelecendo com ele, durante sua doença, uma espécie de único vínculo verdadeiro.
  • Piotr Ivanovich, colega de Ivan na faculdade de Direito e no Tribunal de Justiça, além de parceiro no jogo de uíste. Embora considerado o melhor amigo do protagonista, vai ao seu enterro não por vontade própria, mas por obrigação social, e ainda fica chateado por ter perdido o carteado com os colegas.
  • Vladimir Ivánovitch, filho adolescente de Ivan.
  • Lisa Golovin, filha de Ivan, tem 17 anos de idade. Os pais querem-na noiva do jovem Petrischev, o que termina por ocorrer, às vésperas da morte de Ivan.
  • Petrishchev, noivo de Lisa.

Enredo[editar | editar código-fonte]

O livro começa por narrar o velório. Depois, retorna no tempo para mostrar como Ivan Ilitch, um juiz respeitado, conhece a sua esposa, com quem se casa por dinheiro e pela sua beleza. Após lhe ser apresentada a proposta de se tornar juiz em outra cidade, Ivan Ilitch compra um apartamento para si, sua mulher e o casal de filhos que têm. Ivan muda-se primeiro e inicia as obras para decorar o apartamento da maneira que lhe agradava, mas cai e se fere na região do rim. Nesse ponto, Ivan Ilitch acredita ter contraído uma doença - que no entanto em momento algum é diagnosticada -, a qual gira sempre em torno de um rim ou intestino doente. Surge, então, a grande alavanca da narrativa: a continuidade da vida ou a morte.

À medida que o tempo passa, o ferimento agrava-se, até que a personagem atinge o ponto de não poder mais sair de casa: quando tenta ir trabalhar, não é mais capaz de desempenhar as suas funções adequadamente. Restrito ao ambiente familiar, passa a acreditar que em sua casa vive uma mentira, e que a sua família o esconde dos amigos. O seu único prazer é a companhia do filho, de apenas 14 anos, e de um criado seu, por entender que ambos jamais o enganariam.

Ivan Ilitch quer morrer, porque será o término da sua dor e da vida de mentiras em que acredita viver, mas o seu instinto de sobrevivência insiste em fazê-lo lutar pela vida, e ele interroga-se: "que tipo de vida quer ter?" O personagem inicia, então, um longo processo de busca pelo sentido da vida, durante o qual percebe terem sido poucos os momentos da sua existência que possuíam significado. Decisões, buscas, gestos, palavras, todas as respostas e necessidades foram-lhes impostas pelo meio social em que nasceu. Quando está prestes a morrer, despede-se da família.

Repercussão[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. JAHN, Gary R. (1999). Tolstoy's The Death of Ivan Ilʹich: A Critical Companion. [S.l.]: Northwestern University Press. 3 páginas 
  2. Tolstoy, Leo (2014). Encyclopædia Britannica. [S.l.]: Encyclopædia Britannica 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]