Acordo sino-paquistanês

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Acordo sino-paquistanês (também conhecido como Acordo de Fronteira Sino-Paquistanês ou Acordo China-Paquistão) é um documento de 1963 entre os governos do Paquistão e da China que estabeleceu a fronteira entre esses países. Isso resultou na China cedendo mais de 1.942 quilômetros quadrados (750 sq mi) para o Paquistão e o Paquistão reconhecendo a soberania chinesa ao longo de centenas de quilômetros quadrados da região ao norte da Caxemira e Ladaque. O acordo é controverso, não reconhecido como legal pela Índia, que também reivindica a soberania sobre parte do território. Além de aumentar as tensões com a Índia, o acordo alterou o equilíbrio da Guerra Fria, trazendo o Paquistão e a China mais próximos, enquanto que afrouxou os vínculos entre o Paquistão e os Estados Unidos.[carece de fontes?]

Significado[editar | editar código-fonte]

O acordo foi moderadamente vantajoso economicamente para o Paquistão, que recebeu campos de pastagem na transação, porém teve muito mais importância política, já que ambos diminuíram risco de conflito entre a China e o Paquistão e, como indicou Syed, "colocou a China formalmente e firmemente em registro como mantendo que a Caxemira não era, até então, pertencente à Índia". [1] A Índia não reconhece o acordo, sob o qual a China detém 5.180 quilômetros quadrados (2.000 sq mi) no norte da Caxemira, como legal. [2][3][4] A Time, informando sobre o assunto em 1963, expressou a opinião de que, ao assinar o acordo, o Paquistão teve ainda "esmaecida as esperanças de solução" do conflito na Caxemira entre o Paquistão e a Índia. [5]

De acordo com a Jane's International Defence Review, o acordo também teve importância na Guerra Fria, uma vez que o Paquistão tinha vínculos com os Estados Unidos e era membro da Organização do Tratado Central e da Organização do Tratado do Sudeste Asiático.[6] O acordo era parte de uma estratégia global de estreitamento da associação da China com o Paquistão, que resultaria no afastamento do Paquistão dos Estados Unidos. [6][7][8] Após a definição das fronteiras, os dois países também entraram em acordos com respeito ao comércio e viagens aéreas, o último dos quais foi o primeiro acordo internacional que a China entrou com um país que não fosse comunista. [9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Syed, 88.
  2. Syed, 89.
  3. Press Trust of India (4 de dezembro de 2006). «China illegally occupying land». expressindia.com 
  4. «Factbox: India and China border dispute festers». Reuters. 15 de novembro de 2006 
  5. «Signing with the Red Chinese». Time. 15 de março de 1963 
  6. a b «Strategic and security issues: Pakistan-China defense co-operation an enduring relationship». Jane's International Defence Review. 1 de fevereiro de 1993 [ligação inativa] 
  7. Dixit, Jyotindra Nath (2002). India-Pakistan in War & Peace. [S.l.]: Routledge. p. 141. ISBN 0-415-30472-5 
  8. Mitra, Subrata Kumar; Mike Enskat; Clemens Spiess (2004). Political parties in South Asia. [S.l.]: Greenwood Publishing Group. p. 157. ISBN 0-275-96832-4 
  9. Syed, 93-94.