Acrostichum aureum

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Estado de conservação
Espécie pouco preocupante
Pouco preocupante (IUCN 3.1) [1]
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Pteridopsida
Ordem: Polypodiales
Família: Pteridaceae
Género: Acrostichum
Espécie: A. aureum
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A Acrostichum aureum, conhecida popularmente como samambaia-do-mangue é uma erva pteridófita da ordem Polypodiales, família Pteridaceae[2], e do gênero Acrostichum, nativa do Brasil [3].

Distribuição geográfica[editar | editar código-fonte]

A espécie possui distribuição neotropical e ocorrências confirmadas em quatro regiões brasileiras, ausente apenas na região Centro-Oeste. A samambaia-do-mangue está distribuída nos seguintes estados brasileiros:[4][5]

  • Norte (Amapá, Pará);
  • Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe);
  • Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo);
  • Sul (Paraná, Santa Catarina) [6].

Domínios fitogeográficos[editar | editar código-fonte]

De acordo com a composição paisagística do ambiente, é encontrada na Mata Atlântica [7].

Tipo de vegetação[editar | editar código-fonte]

Dentro da Mata Atlântica, a Acrostichum aureum pode ser encontrada em ambientes de manguezal, restinga e próxima à vegetações aquáticas [4].

Características morfológicas[editar | editar código-fonte]

A samambaia-do-mangue é conhecida por ser uma planta terrestre, cujas frondes (folhas) podem chegar a até 2 metros de comprimento [8]. Possui rizoma(s) curto(s), pecíolo(s) sulcado(s), ou seja, com textura arranhada e com/espinho(s). Em relação às estruturas reprodutivas, possui esporângio do tipo leptosporângio com pedicelo e ânulo (estrutura semelhante à um anel membranoso) vertical/sem/indúsio. Possui também paráfises com muitos lobo(s) e esporo com aspecto grosseiramente triangular (trilete) esbranquiçado a(s) amarelado e tuberculado(s) [9].

Habitat e hábito[editar | editar código-fonte]

São encontradas geralmente onde o solo permanece menos úmido, como em manguezais [6]. São muito comuns também em regiões de borda interna, em transições do mangue-mata, onde o solo é menos úmido e, normalmente, onde o extrato arbóreo é menos denso ou até inexistente. Por conta de estar presente também em áreas impactadas, a samambaia-do-mangue se mostra dominante e de fácil estabilização em um local [9].

Seu hábito pode ser tanto herbáceo quanto arbóreo [3].

Estado de conservação[editar | editar código-fonte]

De acordo com a Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da International Union for Conservation of Nature (IUCN), a espécie se encontra pouco preocupante quanto à ameaça de sofrer com o declínio populacional. Além de ser uma espécie comum e de contar com um rápido crescimento, ou seja, pode dispersar seus esporos e se manter em um ecossitema facilmente, a espécie consegue se manter bem em um local, podendo ainda necessitar de poucos cuidados e tratamentos para que seu desenvolvimetno atinja o sucesso [10].

Importância[editar | editar código-fonte]

Além de serem reservatórios de alimento e espaços para reprodução de anfíbios, as samambaias mantém a umidade no interior da floresta, absorvendo água pelas raízes e distribuindo-a gradualmente ao solo e ar. Por conta de sua grande dispersão e concentração, a taxa de filtração do ar é muito intensa [8].

Desafios[editar | editar código-fonte]

Assim como outras espécies de samambaias, a samambaia-do-mangue está sujeita à exploração e ao comércio ilegal. Embora esteja presente em áreas de mangue, por estarem em regiões de Mata Atlântica - bioma historicamente explorado -, tornam-se vulneráveis à extração com manejo inadequado [4].

Referências

  1. Duke, N., Kathiresan, K., Salmo III, S.G., Fernando, E.S., Peras, J.R., Sukardjo, S. & Miyagi, T. (2010). Acrostichum aureum (em inglês). IUCN 2010. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2010​: 3.1. doi:https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2010-2.RLTS.T177110A7366131.en Página visitada em 12 de julho de 2023.
  2. SiBBr. «Species: Acrostichum aureum». ala-bie.sibbr.gov.br (em inglês). Consultado em 12 de julho de 2023 
  3. a b Prado, J. 2015. Pteridaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (http://floradobrasil2015.jbrj.gov.br/FB91795)
  4. a b c Hirai, R.Y., Prado, J. 2020. Acrostichum in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. (https://floradobrasil2020.jbrj.gov.br/FB91795).
  5. «Flora e Funga do Brasil». floradobrasil.jbrj.gov.br. Consultado em 12 de julho de 2023 
  6. a b PRADO, J. et al. Diversity of ferns and lycophytes in Brazil. Rodriguésia, v.66, n.4, p.1073-1083. 2015. (https://doi.org/10.1590/2175-7860201566410).
  7. BFG. Brazilian Flora 2020: Innovation and collaboration to meet Target 1 of the Global Strategy for Plant Conservation (GSPC). Rodriguésia, v.69, n.4, p.1513-1527. 2018. (https://doi.org/10.1590/2175-7860201869402).
  8. a b Hirai, R.Y.; Prado, J. Acrostichum in Flora e Funga do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.Disponível em: <https://floradobrasil.jbrj.gov.br/FB91795>. Acesso em: 11 mai. 2023
  9. a b Linnaeus, C., Sp. Pl., 2: 1069, 1753.
  10. Ellison, J.; Koedam, N.E.; Wang, Y.; Primavera, J.; Jin Eong, O.; Wan-Hong Yong, J.; Ngoc Nam, V. (2010). "Acrostichum aureum". IUCN Red List of Threatened Species. 2010: e.T177110A7366131. doi:10.2305/IUCN.UK.2010-2.RLTS.T177110A7366131.en. Retrieved 19 November 2021.