Ali ibne Abedalá ibne Alabás
Ali ibne Abedalá ibne Alabás ibne Abedal Motalibe (em árabe: علي بن عبد الله بن العباس بن عبد المطلب; romaniz.: Ali ibn Abdallah ibn al-Abbas ibn Abd al-Muttalib; ca. 661–ca. 736) foi um ancestral dos abássidas. Era neto de Alabás ibne Abedal Motalibe e avô dos primeiros dois califas abássidas Açafá e Almançor.
Vida
[editar | editar código-fonte]Ali era o filho mais novo de Abedalá ibne Alabás, primo do profeta Maomé, e Zurá binte Misrá, filha de um dos "quatro reis" dos quinditas.[1][2] Segundo a tradição, nasceu na noite exata em que ocorreu o assassinato de Ali (falecido em 661), mas também existem fontes alternativas que contestam o ano de seu nascimento.[3][4] Já adulto, acabou entrando em conflito com o governo omíada durante o reinado de Ualide I (r. 705–715), que ordenou que fosse açoitado e banido da capital Damasco. Posteriormente, se mudou para a província de Axarate, na fronteira entre a Palestina e Arábia, e fixou residência na vila de Humaima, estabelecendo aquele lugar como o novo quartel-general da família abássida. Morreu em Humaima em 735-6 ou no ano seguinte, quando seu filho Maomé já havia assumido a liderança da família e do esforço de propaganda abássida.[3][5][6]
Características e filhos
[editar | editar código-fonte]Ali é descrito como um homem bonito, de grande estatura e complexão clara, com cabelos tingidos de preto, barba comprida e careca escondida por um boné. Era considerado extremamente piedoso e dizia-se que orava constantemente, e nos círculos ortodoxos acabou sendo conhecido pelo sobrenome de "Açajide" (que significa aquele que se prostrava habitualmente).[3][7][2] Alegadamente foi pai de mais de vinte filhos do sexo masculino durante sua estada em Humaima.[8] Seu filho mais proeminente foi Maomé, que se tornou uma das principais figuras da causa abássida e pai dos futuros califas Açafá e Almançor. Outros de seus descendentes, incluindo Issa,[9] Daúde,[10] Solimão,[9] Abedal Samade, Sale, Ismail e Abedalá,[11] que foram participantes ativos na Revolução Abássida, e vários deles continuaram a desempenhar um papel proeminente nas primeiras décadas do Califado Abássida.
Referências
- ↑ Elad 2005, p. 311-12.
- ↑ a b Yarshater 1985–2007, v. 39: p. 54.
- ↑ a b c Zetterstéen 1960, p. 381.
- ↑ ibne Calicane 1843, p. 217.
- ↑ Kennedy 1993, p. 396.
- ↑ ibne Calicane 1843, p. 217 ff.
- ↑ ibne Calicane 1843, p. 216, 219, 220.
- ↑ ibne Calicane 1843, p. 220.
- ↑ a b Yarshater 1985–2007, v. 28: p. 56.
- ↑ Yarshater 1985–2007, v. 27: p. 195.
- ↑ Yarshater 1985–2007, v. 27: p. 150.
Bibliografia
[editar | editar código-fonte]- Elad, Amikam (2005). «Mawali in the composition of al-Ma'mun's army: a non-Arab takeover?». In: Bernards, Monique; Nawas, John. Patronate and Patronage in Early and Classical Islam. Leida & Boston: Brill. pp. 278–325. ISBN 978-90-04-14480-4
- ibne Calicane, Xameçadim Abu Alabás Amade ibne Maomé (1843). Ibn Khallikan's Biographical Dictionary, Vol. II. Trans. Baron Mac Guckin de Slane. Paris: Oriental Translation Fund of Great Britain and Ireland
- Kennedy, Hugh (1993). «Muhammad b. 'Ali b. 'Abd Allah». In: Bosworth, C. E.; van Donzel, E.; Heinrichs, W. P. & Pellat, Ch. The Encyclopaedia of Islam, New Edition, Volume VII: Mif–Naz. Leida: E. J. Brill. 396 páginas. ISBN 978-90-04-09419-2
- Yarshater, Ehsan (1985–2007). The History of al-Ṭabarī (40 vols). SUNY Series in Near Eastern Studies. Albânia, Nova Iorque: Imprensa da Universidade Estadual de Nova Iorque. ISBN 978-0-7914-7249-1