Aliança búlgaro-otomana

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A aliança búlgaro-otomana (ou turco-búlgara) foi assinada em Sófia em 19 de agosto (6 de agosto) de 1914, durante o mês de abertura da Primeira Guerra Mundial, embora no momento ambos os signatários fossem neutros. [1] O Ministro do Interior, Talaat Paxá, e o presidente Halil Bey da Câmara dos Deputados assinaram o tratado em nome do Império Otomano (Turquia) e o primeiro-ministro Vasil Radoslavov em nome do Reino da Bulgária. [2] A aliança búlgaro-otomana pode ter sido um pré-requisito para a Bulgária aderir as Potências Centrais depois que a Turquia entrou na guerra. [3]

O tratado de aliança tinha sete artigos. [4] Foi um pacto puramente defensivo: ele obrigava o signatário a ir à guerra apenas no caso em que o outro fosse atacado por um outro país balcânico. [5] As duas potências também concordaram em não atacar qualquer outro país balcânico sem antes consultarem entre si. O Artigo IV deixou em aberto a possibilidade de tropas otomanas atravessarem solo búlgaro para atacar outra potência. No caso de um conflito sem consulta prévia, comprometeram a neutralidade. A Bulgária prometeu notificar a Turquia de quaisquer mobilizações da sua parte, e no artigo V a Turquia aceitou negociar uma afirmação da neutralidade da Romênia. Além disso, o tratado deveria ser mantido em segredo e conservaria a duração geral da guerra europeia. [5] Embora envolto em segredo, tal como o tratado com a Alemanha negociado pelo ministro da Guerra Enver Paxá em 2 de agosto, o tratado búlgaro foi um documento mais coerente e propositivo. [5]

Após a assinatura, os otomanos continuariam a pressionar para uma aliança ofensiva ampliada direcionada contra a Rússia, mas sem sucesso. No dia 22 de agosto (9 de agosto), o grão-vizir Sait Halim rejeitou a interpretação da aliança germano-otomana segundo a qual a Turquia seria obrigada a ir à guerra, quando a Alemanha o fez. Ele ordenou que os ministros do governo prosseguissem as negociações em diferentes direções: com a Romênia, Rússia, Grécia e França. [5] Quando as negociações para uma aliança anti-russa com a Romênia também fracassaram, em 30 de agosto, os otomanos sugeriram aos seus aliados alemães que uma aliança búlgara dirigida a Sérvia e a Grécia era mais viável. Os alemães se opuseram, mas os otomanos enviaram um coronel para Sofia para iniciar as negociações com o Estado-Maior da Bulgária de qualquer maneira. [2] Mesmo depois de entrar na guerra, os otomanos não fizeram os alemães tomarem conhecimento da existência do tratado búlgaro até 17 de dezembro de 1914.[5]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Trumpener 1962, p. 370 n. 8.
  2. a b Trumpener 1966, p. 185.
  3. Erickson 2001, p. 19.
  4. Silberstein 1970, p. 134.
  5. a b c d e Erickson 2001, p. 31.

Referências[editar | editar código-fonte]

  • Erickson, Edward J. (2001). Ordered to Die: A History of the Ottoman Army in the First World War. Westport, CT: Greenwood 
  • Silberstein, Gerard E. (1970). The Troubled Alliance: German–Austrian Relations, 1914 to 1917. Lexington: University Press of Kentucky 
  • Trumpener, Ulrich (1962). «Turkey's Entry into World War I: An Assessment of Responsibilities». Journal of Modern History. 34 (4): 369–80. doi:10.1086/239180 
  • Trumpener, Ulrich (1966). «Liman von Sanders and the German-Ottoman Alliance». Journal of Contemporary History. 1 (4): 179–92. doi:10.1177/002200946600100407