Alienação parental

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 Nota: Este artigo é sobre a manipulação da relação de uma criança em relação a um de seus pais. Para um distúrbio psicológico na infância, veja Síndrome de alienação parental.

A alienação parental o nome dado por Richard A. Gardner para um suposto processo de manipulação psicológica de uma criança em mostrar medo, desrespeito ou hostilidade injustificados em relação ao pai ou mãe e/ou a outros membros da família que leva à Síndrome de Alienação Parental.[1][2] Trata-se de uma forma distinta e generalizada de abuso psicológico e violência familiar - tanto para a criança quanto para os familiares rejeitados - que ocorre quase exclusivamente em associação com a separação ou o divórcio (especialmente quando há ações legais)[3] e que prejudicaria um dos genitores e a criança. Mais comumente, a causa principal é um dos pais que deseja excluir o outro da vida de seu filho, mas outros membros da família ou amigos, bem como profissionais envolvidos com a família (incluindo psicólogos, advogados e juízes) podem contribuir no processo.[1][3] A hipótese considera que isso levaria muitas vezes ao distanciamento a longo prazo, ou mesmo permanente, de uma criança de um dos pais e outros membros da família[4] e, como uma experiência particularmente adversa na infância, resulta em riscos significativamente aumentados de doenças mentais e físicas para as crianças.

Aceitação profissional[editar | editar código-fonte]

Apenas o Brasil e o México reconhece Alienação Parental e no Brasil está sendo questionado uma vez que existem indícios que a Alienação Parental esteja sendo utilizada para suprimir a testemunha de crianças do abuso infantil[5].[6] A hipótese da Alienação Parental ou da Síndrome da Alienação Parental tem sido questionada pela comunidade acadêmica com o argumento que não contém estudos confiáveis e simplifica questões mais complexas de relação familiar.[7] A pesquisadora e divulgadora científica Bibi Bailas denunciou em julho de 2023 a Alienação Parental como sendo pseudociência [8] e que a lei 12.318 brasileira de 26 de agosto de 2010 seria machista e facilitaria abusadores infantis de usarem a argumentação de alienação parental para desacreditar o testemunho das crianças. Para confirmar a argumentação da lei ser machista ela citou o trecho da justificação da lei "No entanto, muitas vezes a ruptura da vida conjugal gera na mãe sentimento de abandono, de rejeição, de traição, surgindo uma tendência vingativa muito grande."[9] , assim como Bailas outros cientistas fizeram alguns trabalhos nos últimos 30 anos expondo Alienação Parental como pseudociência, no artigo "Alienação Parental 30 anos e continua sendo ciência lixo" assinado por Rebeca M. Thomas e James T. Richardson, eles consideram que a Síndrome da Alienação Parental provocada pela Alienação Parental não tem sustentação científica [10]. Em 2022 a ONU que desaprova o uso de Síndrome da Alienação Parental como doença e o uso do termo da Alienação Parental enviou uma carta para o Brasil para pedir esclarecimentos sobre a lei 12.318 [11].

Referências

  1. a b Warshak, R. A. (2010). Divorce Poison: How to Protect Your Family from Bad-mouthing and Brainwashing. New York: Harper Collins.
  2. Lorandos, D., W. Bernet and S.R. Sauber (2013). Overview of Parental Alienation. In Lorandos, D., W. Bernet and S.R. Sauber (2013) Parental alienation. The Handbook for Mental Health and Legal Professionals. Charles C Thomas, Springfield.
  3. Warshak, R.A. (2015). «Parental Alienation: Overview, Management, Intervention, and Practice Tips.». Journal of the American Academy of Matrimonial Lawyers. Consultado em 26 de dezembro de 2015 
  4. Baker, Amy, J.L. (2007). Adult Children of Parental Alienation: Breaking the Ties that Bind. [S.l.]: W.W. Norton & Co. ISBN 978-0393705195 
  5. «"Lei da Alienação Parental desviou-se do propósito de proteger as crianças, submetendo-as aos abusadores", diz especialista». Revista Crescer. 23 de setembro de 2022. Consultado em 19 de julho de 2023 
  6. Pagers, Parental Alienation Awareness Association.
  7. «Termo "alienação parental" precisa de rigor científico, diz pesquisadora da USP». Jornal da USP. 24 de fevereiro de 2023. Consultado em 19 de julho de 2023 
  8. ALIENAÇÃO PARENTAL É PSEUDOCIÊNCIA E NÃO EXISTE • Física e Afins, consultado em 19 de julho de 2023 
  9. de Oliveira, Regis (2008). «Projeto de Lei - Alienação Parental». Câmara Legislativa. Consultado em 19 de julho de 2023 
  10. Rebecca M. Thomas and James T. Richardson. «PARENtAl AliENAtiON SYNDROME 30 Years On and Still Junk Science» (PDF). XYOnline 
  11. ONU (2022). «Carta Aberta da ONU para esclarecimentos sobre a lei 12318». spcommreports.ohchr.org