Arcangiolo Corsi

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Arcangiolo Corsi
Sétimo Marquês de San Pellegrinetto e Décimo de Caiazzo
Marquês de San Pellegrinetto
Reinado 21 de outubro de 1843 até 08 de julho de 1879 (36 anos)
Predecessor Giovanni Corsi
Sucessor Angiolo Corsi
Marquês de Caiazzo
Reinado 25 de novembro de 1837 até 08 de julho de 1879 (42 anos)
Predecessor Francesco Corsi
Sucessor Angiolo Corsi
 
Nascimento 10 de junho de 1795
  Stazzema
Morte 08 de julho de 1879 (84 anos)
  Pietrasanta
Esposa Giuditta Panciatichi
Descendência Jacopo Corsi
Maria Assunta Corsi
Angiolo Corsi
Stella Corsi
Giuseppe Corsi
Casa Corsi
Dinastia Corsi-Bonamici
Pai Giovanni Corsi
Mãe Maria Domenica Fini
Brasão

Marcangiolo Corsi (Stazzema, 10 de junho de 1795 - Pietrasanta, 08 de julho de 1879), mais conhecido pelo seu nome político Arcangiolo Corsi, foi um banqueiro e aristocrata italiano atuante na cidade de Florença[1], auxiliar de 1847 a 1849 do primeiro-ministro do Grão Ducado da Toscana Cosimo Ridolfi e atuante no Reino da Sardenha de 1849 até 1850. [2] Foi também um Cavaleiro da Ordem de Malta[3] e o responsável por adquirir o Marquesado de Caiazzo de um ramo cadete familiar. [4] [5]

Vida[editar | editar código-fonte]

Arcangiolo, nascido em 10 de junho de 1795 na pequena cidade de Stazzema na província de Lucca, foi o filho mais velho do marquês Giovanni Corsi. O pai de Arcangiolo, conhecido como "o terrível", foi assassinado em 1843 depois de estar envolvido em muitos conflitos armados e mortes, mas viveu o suficiente a não deixar nenhum filho órfão ainda criança. A mãe de Arcangiolo, Maria Domenica Fini da dinastia dos Barões de Jablanaz e Gutenegg, no entanto, faleceu quando ele tinha apenas vinte anos de idade e os irmãos eram pequenos. [6]

Ele se casou em 15 de setembro de 1819 aos 24 anos com Giuditta de Jacopo Panciatichi na Paróquia de San Salvatore em Pietrasanta e foi o responsável por desfazer de boa parte dos bens familiares que circundavam a cidade de San Pellegrinetto, dentre os quais estavam a fazenda em Pruno, próxima a Stazzema, acumulando bastante dinheiro líquido disponível, qual Arcangiolo focou na concessão de empréstimos para antigos patrícios Florentinos atuando na arte do câmbio, como uma espécie de bancário. [1] [3] [6]

Assim, a renda de Arcangiolo cresceu e os empréstimos recuperaram o prestígio que havia perdido com as vendas dos bens familiares. Em 1822, enquanto estava em Florença a negócios, Arcangiolo comissionou uma pintura ao pintor Jean-Auguste Dominique Ingres, que a entregou no início de 1823. [7] [5] Ele abriu um banco, e aproximou de si toda aquela gente que jamais estaria perto dele se os feitos não lhe houvessem dado justificativa. Mas, Arcangiolo se tornou muito ambicioso. [2]

Ele, que se reintegrava novamente na cidade de seus ancestrais, passou a manter contato com um ramo cadete qual partilhava sangue e que também eram marqueses, mas da cidade de Caiazzo e recentemente de Montepescali, qual título havia sido concedido pelo Grão-Duque Ferdinando III d’Asburgo-Lorena em 1819 na figura de um Amerigo Corsi, que também era cavaleiro de Malta, assim como ele. [3] Permaneceu em contato com estes cadetes até pelo menos o final da década de 1830, ocasião em que em 25 de novembro de 1837 comprou um dos títulos, o Marquesado de Caiazzo, por 65.000 mil ducados – Aproximadamente R$ 69.093.050 milhões de reais – de Francesco e do pai dele Amerigo. [7][2]

A compra, no entanto, não parece ter sido vantajosa senão pelo próprio ego familiar, visto que ambos os ramos familiares lutaram por este mesmo título no início do século XVII, ocasião em que o ramo de Arcangiolo havia sido a princípio derrotado. Efetivamente, Arcangiolo não mostrou cautela ao efetuar a compra, visto que utilizou boa parte da renda disponível que usava para seus empréstimos, o que não lhe parecia promissor no incurso de um imprevisto, o que com efeito lhe atingiu. Em 1844 Arcangiolo foi declarado falido aos 49 anos [8], e cumulou algumas ações de penhora [9], incluindo os rostos de seu avô Marco e de seu pai Giovanni, pintados pelo incrível Andrea Appiani, penhorados e vendidos pelo estado. [2]

Após o ramo principal da família Corsi falir e inclusive deixar definitivamente San Pellegrinetto, a cidade passou então a ser administrada exclusivamente pelo clero da igreja de San Pellegrino, e sofreu dificuldades, porque não havia mais o suporte econômico dos Corsi – e seus apoiadores – que financiavam reformas e a construção de novas casas, o que iniciou em San Pellegrinetto um recesso do qual nunca se recuperou. De todos os imóveis mais antigos, Arcangiolo morou no único que restou, naquele antigo localizado próximo a paróquia de San Martino em Pietrasanta, que estava no ramo familiar desde muitas gerações passadas. [7]

Os filhos de Arcangiolo, inclusive, passaram a alistar-se como Colonos dois anos depois da falência, com o advento da grande diáspora italiana. Ele, no entanto, tentou inserir-se na política. Próximo que já estava do Grão Ducado Florentino e de Leopoldo II de Habsburgo-Lorena a quem havia enviado muitos presentes, se instalou em 1845 por sorte ou não na casa de um grande amigo, o igualmente marquês como ele Cosimo Ridolfi, que mais tarde seria nomeado primeiro-ministro. [2]

A ocasião e junção de fatores permitiu que a família Corsi sobrevivesse, mesmo falida, na aristocracia através de uma política sanguessuga. Cosimo errava, Arcangiolo escondia. Os dois foram inseparáveis até que Cosimo foi demitido em 1849. Depois disso, Arcangiolo deixou o cada vez mais enfraquecido Grão Ducado da Toscana e tentou se aproximar do Reino da Sardenha, que cada vez ganhava mais força, especialmente após a batalha de Novara e da abdicação de Carlos Alberto, que havia recém instalado Vitor Emanuel, seu filho, no poder. [2]

No entanto, diferente de Arcangiolo, Vitor Emanuel se mostrava uma pessoa leal e focada em ratificar a paz. Quando Arcangiolo começou a articular suas intrigas para que pudesse crescer neste Reino, logo em 1850 recebeu um convite formal para se retirar da Sardenha. Então, Arcangiolo correu. [2]

O infortúnio parecia lhe perseguir, visto que, já na cidade de Pietrasanta na província de Lucca, foi surpreendido quando em 1861 o dito Vitor Emanuel acabou por se tornar o primeiro Rei de toda a Itália. Isso não foi bom para Arcangiolo, muito menos para os negócios que tentava reerguer, e foi quando então descansou e declarou falida, agora, sua vida política. Os filhos, que também não pareciam se dar muito com ele, estavam todos alistados como Colonos desde 1847, e todas as suas escolhas finalmente se tornaram um peso para ele. [2]

Na mesma medida em que teve momentos gloriosos, Arcangiolo falhou financeiramente, politicamente e no seio familiar. O sobrenome prestigioso, que foi tudo que lhe restou, conseguiu passar aos seus com os títulos que quase só restavam os nomes, mas, de Arcangiolo, não se pode trazer bons exemplos. Talvez um exemplo de como não ser. Ele faleceu em 08 de julho de 1879 na cidade de Pietrasanta aos 84 anos, onde foi sepultado. Foi sucedido pelos seus cinco filhos: Jacopo, nascido em 1822 e falecido em tenra idade, Maria Assunta, nascida em 1825, Stella, nascida em 1832, Giuseppe, nascido em 1836, e o que lhe sucedeu, Angiolo, nascido em 22 de abril de 1828 e batizado na Paróquia de San Stefano em Vallechia, Pietrasanta, 8º Marquês de San Pellegrinetto e 11º Marquês de Caiazzo. [9] [5] [2]

Honrarias[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Corsi 2022, p. 613-615.
  2. a b c d e f g h i Gillmore 1958, p. 2.
  3. a b c d Padiglione 1915, p. 5.
  4. Corsi 2022, p. 619-620.
  5. a b c Fantoni 1866.
  6. a b Gillmore 1958, p. 1.
  7. a b c Corsi 2022, p. 615-617.
  8. Comunità di Pietrasanta 1844, p. 1-2.
  9. a b Corsi 2022, p. 617-619.
  10. a b Gilmore 1958, p. 1.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Fontes primárias[editar | editar código-fonte]

  • Fantoni, Gabrielle (1866). Nuovo durimo italiano ossia compedio di storia d’Italia ne’suoi martire: dalla battaglia di legnano, 1176, fino ai giorni del risorgimento italiano a tutto l’anno 1863 (em italiano). [S.l.: s.n.] 
  • Gillmore, Inez Haynes (1958). Dear Olga (em inglês). Scituate: [s.n.] 
  • Comunità di Pietrasanta, Archivio di Stato di Lucca (1844). Inventario (em italiano). [S.l.: s.n.]