Arctotherium tarijense

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaArctotherium tarijense
Ocorrência: Pleistoceno - Holoceno
Taxocaixa sem imagem
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Ursidae
Subfamília: Tremarctinae
Género: Arctotherium
Espécie: Arctotherium tarijense

Arctotherium tarijense é uma espécie de urso extinta pertencente ao gênero Arctotherium, da subfamília Tremarctinae, que compreende os chamados ursos-de-face-curta. Habitou durante o Pleistoceno e Holoceno da América do Sul.[1]

Junto a Arctotherium vetustum, e Arctotherium wingei, conforma o subgênero Pararctotherium, atualmente em desuso.[2]

Descrição original[editar | editar código-fonte]

Arctotherium tarijense foi originalmente descrito por Florentino Ameghino no ano de 1902.[2]

Distribuição[editar | editar código-fonte]

Viveu durante o Bonaeriano e Lujaniano na região Pampeana da Argentina; e no sul da Bolívia durante o Pleistoceno; no Chile e no Uruguai no Lujaniano superior.[3] No Uruguai, foi encontrado no departamento de Río Negro.[4]

No Chile, seus restos foram coletados na Região de Magalhães e Antártica Chilena. Restos do Holoceno foram encontrados na Cueva del Puma.

Características gerais[editar | editar código-fonte]

Arctotherium tarijense era um urso-de-face-curta médio, pesando cerca de 400 kg. Sua redução de tamanho em relação a outros ursos-de-face-curta como o Arctotherium angustidens, muitas vezes tido como seu ancestral, pode estar relacionado ao aumento da competição com outros carnívoros na região e um deslocamento de nicho para uma dieta mais onívora.

A espécie vivia em regiões comumente frias e secas. Na porção sul da Patagônia, seus principais competidores provavelmente eram a enigmática onça-da-patagônia (Panthera onca mesembrina) e o tigre-dentes-de-sabre Smilodon, assim como o canídeo Dusicyon avus.[5] No norte de sua distribuição, provavelmente viva em regiões pantanosas e em campos abertos do Uruguai e do norte da Argentina, e conviveu com uma maior variedade de competidores que incluíam o canídeo Protocyon e a onça-parda (Puma concolor).[6] Pode ter convivido com o Arctotherium wingei na Bolívia.[2]


A extinção deste taxón na América do Sul pode estar vinculado ao desaparecimento dos megaherbívoros, suas principais presas, num contexto de forte pressão de caça exercida pelo homem, junto a importantes mudanças ambientais durante o fim do Pleistoceno.[7]

Veja também[editar | editar código-fonte]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Soibelzon, L.H. 2002. Los Ursidae (Carnivora, Fissipedia) fósiles de la República Argentina. Aspectos Sistemáticos y Paleoecológicos. Tesis doctoral. Universidad Nacional de La Plata. Inédito. 239 pp., 42 Figs., 16 Tablas.
  • Soibelzon, L.H. 2004. Revisión sistemática de los Tremarctinae (Carnivora, Ursidae) fósiles de América del Sur. Revista Museo Argentino de Ciencias Naturales, 6(1): 107-133.
  • Soibelzon, L.H. 2004. Revisión sistemática de los Tremarctinae (Carnivora, Ursidae) fósiles de América del Sur. Revista Museo Argentino de Ciencias Naturales 6(1): 107-133.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Soibelzon, L. H.; Tonni, E. P. & Bond, M. (2005). «The fossil record of South American short-faced bears (Ursidae, Tremarctinae)». Journal of South American Earth Sciences. 20 (1–2): 105–113. doi:10.1016/j.jsames.2005.07.005 
  2. a b c Soibelzon, Leopoldo (2004). «Systematic review of fossil Tremarctinae (Carnivora, Ursidae) from South America». Revista del Museo Argentino de Ciencias Naturales: 105–131. ISSN 1514-5158. doi:10.22179/revmacn.6.75. Consultado em 27 de setembro de 2021 
  3. Soibelzon, L.; Prevosti, F.J. «Los carnívoros (Carnivora, Mammalia) terrestres del Cuaternario de América del Sur». In: Pons, G.X. i Vicens, D. (Edit.). Geomorfologia Litoral i Quaternari. Homenatge a Joan Cuerda Barceló Mon. Soc. Hist. Nat. Balears Palma de Mallorc. 14: 49-68. ISBN 84-96376-13-3 
  4. Perea, Daniel (2008). Daniel Perea, ed. Fósiles de Uruguay (em espanhol) 1ª ed. [S.l.]: DIRAC. 346 páginas. ISBN 978-9974-0-0454-2 
  5. «Arctotherium (Pararctotherium) tarijense». The Extinctions (em inglês). Consultado em 27 de setembro de 2021 
  6. Ubilla, Martín; Corona, Andrea; Rinderknecht, Andrés; Perea, Daniel; Verde, Mariano (2016). «Marine Isotope Stage 3 (MIS 3) and Continental Beds from Northern Uruguay (Sopas Formation): Paleontology, Chronology, and Climate». Cham: Springer International Publishing: 183–205. Consultado em 27 de setembro de 2021 
  7. Prates, Luciano; Perez, S. Ivan (12 de abril de 2021). «Late Pleistocene South American megafaunal extinctions associated with rise of Fishtail points and human population». Nature Communications (1). ISSN 2041-1723. doi:10.1038/s41467-021-22506-4. Consultado em 27 de setembro de 2021