Assertividade

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Assertividade é a habilidade social de fazer afirmação dos próprios direitos e expressar pensamentos, sentimentos e crenças de maneira direta, clara, honesta e apropriada ao contexto, de modo a não violar o direito das outras pessoas.[1] A postura assertiva é uma virtude, pois se mantém no justo meio-termo entre dois extremos inadequados, um por excesso (agressão), outro por falta (submissão). Ser assertivo é dizer "sim" e "não" quando for preciso.[2]

Significado literal na língua portuguesa[editar | editar código-fonte]

É a qualidade de algo ou alguém de fazer uma afirmação enfática sobre algo, e por ser uma afirmação, não significa que esteja correta ou errada, apenas que é defendida fortemente por uma pessoa.[3]

Questão comportamental[editar | editar código-fonte]

Pessoas com comportamento mais assertivo sentem menos ansiedade, tem maior grau de internalidade segundo o critério de locus de controle de Levenson e melhor auto-estima.[4] Conviver com pessoas assertivas também aumenta a auto-estima e diminui a agressividade.

Parte da terapia analítico-comportamental para melhorar as habilidades sociais e diminuir a agressividade dos pacientes envolve um treino de assertividade. Segundo um estudo, para esse treinamento a técnica mais eficaz foi praticar esse comportamento assertivo em consultório com o terapeuta modelando esse comportamentos de acordo com a terapia racional, uma técnica da terapia cognitivo-comportamental.[5] Porém esse treino está sendo usado e pesquisado como uma forma de lidar com a agressividade enquanto o treinamento de emitir comportamentos de amor e carinho assertivamente está sendo negligenciado.[6]

É uma habilidade valorizada no meio profissional sendo ocasionalmente testada em processos de seleção e treinamento. Pode ser avaliada usando a Escala de Assertividade Rathus.[7]

Exemplo de situação[editar | editar código-fonte]

Um treino de assertividade eficaz possível é o de pedir ao paciente para planejar reações assertivas a situações nas quais ele tem dificuldade de reagir e emparelhá-las com o reforço positivo posterior.[8] Por exemplo:

Paciente: -Ontem assim que cheguei do trabalho minha esposa como sempre começou a reclamar do trabalho dela, eu deixei ela falando sozinha e ela ficou furiosa comigo. Nem falou comigo hoje.

Terapeuta: -Você concorda que essa briga poderia ter sido evitada? Você consegue pensar em algo que você poderia ter feito para evitar essa briga?

Paciente: -Eu não quero ouvir reclamações quando chego cansado e estressado em casa!

Terapeuta: -E por que você não fala isso a ela, que está cansado e estressado e que não é a hora adequada para ela falar sobre isso? Como você acha que ela responderia?

Paciente: -É. Teria sido menos pior.

Distorção de sentido[editar | editar código-fonte]

A divulgação do significado corporativo entre a população leiga (fora da cultura corporativa) resultou em diferentes distorções deste sentido[3].

Referências

  1. Lange, A.J., & Jakuboviski, P. (1978). Responsible assertive behavior. Illinois: Research Press.
  2. Martins V. (2005) Seja Assertivo. Editora Campus, pág. 21
  3. a b Sérgio Rodrigues. Sobre Palavras. Ser assertivo tem a ver com estar certo? <http://veja.abril.com.br/blog/sobre-palavras/consultorio/ser-assertivo-tem-a-ver-com-estar-certo>
  4. BANDEIRA, Marina et al. Comportamento assertivo e sua relação com ansiedade, locus de controle e auto-estima em estudantes universitários. Estud. psicol. (Campinas) [online]. 2005, vol.22, n.2 [cited 2010-09-05], pp. 111-121 . Available from: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-166X2005000200001&lng=en&nrm=iso>. ISSN 0103-166X. doi: 10.1590/S0103-166X2005000200001.
  5. Janet L. Wolfe e Iris G. Fodor (1977) Modifying assertive behavior in women: A comparison of three approaches. Behavior Therapy. Volume 8, Issue 4, September 1977, Pages 567-574
  6. Arnold A. Lazarus. (1973) On assertive behavior: A brief note. Behavior Therapy. Volume 4, Issue 5, October 1973, Pages 697-699
  7. Gouveia, Valdiney Velôso; Santos, Willian Tito Maia; Alves, Susana Martins.(1994)Versäo brasileira da escala de assertividade Rathus: teste da validade de construto e elaboraçäo de normas diagnósticas. Arq. bras. psicol;46(1/2):162-72, jan.-jun. 1994. tab.
  8. Kazdin A.E. Effects of covert modeling and model reinforcement on assertive behavior (1974) Journal of Abnormal Psychology, 83 (3), pp. 240-252.