Avelino da Costa Cunhal
Avelino Cunhal | |
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Avelino Cunhal cerca de 1946 | |
Nome completo | Avelino da Costa Cunhal |
Nascimento | 28 de outubro de 1887 Seia, Portugal |
Morte | 19 de fevereiro de 1966 (78 anos) Lisboa, São Jorge de Arroios, Portugal |
Residência | Avenida Duque de Ávila, Lisboa |
Nacionalidade | Português |
Ocupação | Advogado, historiador, dramaturgo, pintor, desenhador |
Magnum opus | Senalonga |
Avelino Henriques da Costa Cunhal (Seia, Seia, 28 de outubro de 1887 — Lisboa, São Jorge de Arroios, 19 de fevereiro de 1966) foi um advogado, historiador, dramaturgo, pintor, desenhador e resistente da Ditadura do Estado Novo português.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Nasceu a 28 de outubro de 1887 em Seia e foi batizado na freguesia de Seia, a 28 de dezembro de 1887, como filho de José Henriques, Jr. (Castanheira de Pera, Castanheira de Pera, 1850 - 1905), negociante, e de sua mulher Umbelina Jenny da Costa Cunhal (Seia, Seia, 1858 - 1902), proprietária.[1]
Formou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Administrador do Concelho de Seia, em 1922/1923 foi nomeado Governador Civil do Distrito da Guarda e em 1924 veio para Lisboa, onde exerceu advocacia, destacando-se na defesa de diversos acusados pela ditadura de crimes contra a nação e práticas subversivas.
Foi professor de História de Portugal no Colégio Valsassina[2], onde deu aulas a alunos como Francisco George.
Foi colaborador das revistas Vértice, Seara Nova e O Diabo. Escreveu dois romances, Senalonga, cujo tema é Seia, sua terra natal, e Areias Secas. Foi, ainda, dramaturgo, tendo escrito várias peças de teatro em um acto, estas sob o pseudónimo de Pedro Serôdio. Naquele Banco, Ajuste de Contas, Dois Compartimentos e Tudo Noite são algumas delas. Estas peças tinham claras intenções de intervenção social, pelo que foram alvo de censura, constituindo «uma das raras presenças do neo-realismo na literatura dramática portuguesa» (Manuel Alves de Oliveira, 1990).
Sempre integrado na corrente neorrealista, Avelino Cunhal destacou-se como pintor e desenhador. Participou em Salões da Sociedade Nacional de Belas Artes, Lisboa, e nas Exposições Gerais de Artes Plásticas (SNBA), tendo visto uma das suas obras apreendida pela polícia na mostra de 1947.[3][4]
A postura intelectual e política de Avelino Cunhal era claramente de esquerda e todos os seus trabalhos são uma forma de intervenção e de luta contra o regime. Avelino Cunhal esteve preso durante vários meses, um dos quais incomunicável, precisamente pela sua acção intelectual e política.
Morreu a 19 de fevereiro de 1966, aos 78 anos, vítima de hemorragia cerebral, em sua casa, na Rua Sousa Martins, n.º 17, 2.º direito, freguesia de São Jorge de Arroios, em Lisboa. Encontra-se enterrado no Cemitério do Alto de São João, em Lisboa, onde optou por uma vala comum.[5]
Casamento e descendência
[editar | editar código-fonte]Casou em Coimbra, Sé Nova, a 22 de Agosto de 1908 com Mercedes Simões Barreirinhas (Coimbra, São Bartolomeu, 5 de Maio de 1888 - Lisboa, 12 de Setembro de 1971), filha de Marnoto Simões Barreirinhas, natural da freguesia de Friúmes, concelho de Penacova, e de Guilhermina de Jesus Ferreira, natural da freguesia de Santa Cruz, concelho de Coimbra.[1][6] O casal teve dois filhos e duas filhas:
- António José Barreirinhas Cunhal (Coimbra, Sé Nova, 1910 - Lisboa, 1932), solteiro e sem geração
- Álvaro Barreirinhas Cunhal (Coimbra, Sé Nova, 10 de Novembro de 1913 - Lisboa, 13 de Junho de 2005)
- Maria Mansueta Barreirinhas Cunhal (Coimbra, Sé Nova - Seia, Seia, 13 de Janeiro de 1921)
- Maria Eugénia Barreirinhas Cunhal (Lisboa, 17 de Janeiro de 1927 - Lisboa, 10 de Dezembro de 2015), casada em Lisboa a 21 de Maio de 1949 com Fernando Manuel da Rocha de Medina (Lisboa, 15 de Março de 1924 - Lisboa, 9 de Setembro de 1965), médico, com geração
Obras
[editar | editar código-fonte]- Nevroses: contos (1915);
- Três peças num acto (1965);
- Senalonga: pequenas histórias de uma vila em 1900 (1965);
- «Acarretando lenha» (1973);
- Areias secas (1980).
Referências
- ↑ a b «Livro de registo de baptismos da Paróquia de Seia (1887)». https://digitarq.adgrd.arquivos.pt/. Arquivo Distrital da Guarda. p. a fls. 48, assento 115
- ↑ «Frederico Valsassina (1930-2010)». Semanário Expresso. 22 de Maio de 2010. Consultado em 4 de Julho de 2011
- ↑ A.A.V.V. – Os anos 40 na arte portuguesa (tomo 1). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982, p. 83
- ↑ A.A.V.V. – Os anos 40 na arte portuguesa (tomo 2). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1982, p. 17, 18
- ↑ «Livro de registo de óbitos da 2.ª Conservatória do Registo Civil de Lisboa (01-01-1966 a 30-07-1966)». digitarq.arquivos.pt. Arquivo Nacional da Torre do Tombo. p. 55v, assento 110
- ↑ «Livro de registo de casamentos da Paróquia da Sé Nova - Coimbra (1908)». pesquisa.auc.uc.pt. Arquivo Distrital de Coimbra. p. 15v e 16, assento 18
- Nascidos em 1887
- Mortos em 1966
- Naturais de Seia
- Alumni da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
- Advogados de Portugal
- Administradores do concelho de Seia
- Governadores civis do distrito da Guarda
- Professores de Portugal
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