Capela de Sant'Ana (Mariana)

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Capela de Santana
Alphonsus de Guimaraens, que viveu os últimos anos de sua vida em Mariana, tendo sido enterrado no cemitério anexo à Capela de Santana.

A Capela de Santana, Capela de Sant'Ana, ou ainda Capela de Nossa Senhora de Santana, localiza-se em Mariana, Minas Gerais. Sua construção remonta das primeiras décadas do século XVIII.

Em seu cemitério está enterrado Alphonsus de Guimaraens.

História[editar | editar código-fonte]

A capela é uma das mais antigas de Mariana, e de Minas Gerais. De acordo com a tradição oral, sua origem remontaria aos primeiros anos do século XVIII. Teria congregado inicialmente a Ordem Terceira de São Francisco, transferida, mais tarde, para seu templo próprio, a atual Igreja de São Francisco de Assis.[1] Diante das lacunas da documentação, não há como apontar a data da construção da capela. Pode-se, todavia, a partir do testamento do padre Matias Fernandes Afonso, de 7 de julho de 1744, no qual declarava a sua condição de pároco desta capela há cerca de vinte e quatro anos, concluir que ela já existia, em sua estrutura primitiva, desde 1720.[2]

O mesmo documento faz alusão à Irmandade de Santana e à manutenção de um hospital anexo à capela, sob invocação da santa, avó de Cristo, fundado pelo testador, podendo-se atribuir também a ele a iniciativa de construção da capela. Por outro lado, o historiador Salomão de Vasconcellos faz referência a uma petição dirigida à Câmara, datada de 1726, na qual se falava em esmolas pedidas para as obras do templo.[2]

Em seu cemitério está enterrado Alphonsus de Guimaraens, falecido em 1921.[3]

Construção[editar | editar código-fonte]

Provavelmente a construção não obedeceu a nenhum risco ou planta. Sua construção teria sido iniciada da capela-mor para a fachada e desenvolvido-se à medida que a irmandade se enriquecia. Inicialmente, a capela era de adobe ou taipa, com molduras e cunhais de madeira, semelhantes aos do corpo do consistório. Como assinalou Epaminondas de Macedo, ao fundo, atrás do altar-mor, amontoavam-se santos e andores num espaço tão reduzido, que lá não pôde ficar a congregação da Ordem Terceira de São Francisco. Em 1799, a capela sofreu radical reforma, sendo arrematante das obras João Caldas Bacelar, antigo sócio e, talvez, discípulo de José Pereira Arouca.[2]

Sua fachada foi inteiramente modificada, ganhando sua feição atual no que tange ao partido geral do frontispício e aos elementos de cantaria então introduzidos. O campanário que assentaram sobre a fachada principal já existia desde 1856 e teria substituído uma ou duas sineiras mais antigas, colocadas externamente à capela. Entre as inovações descaracterizantes realizadas de 1900 a 1905, figura o cômodo que posteriormente foi destinado à sacristia. Outras alterações foram realizadas provavelmente pela mesma época, que implicaram em acréscimo de escada, substituição do piso da capela-mor por ladrilhos e pintura interna.[2]

Em 1938 a capela passou por obras de restauração levadas a efeito pelo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, atual IPHAN, então recentemente criado. As obras compreenderam a supressão da torre central e a demolição do cômodo construído entre 1900 e 1905, destinado à sacristia.[2]

Descrição[editar | editar código-fonte]

No interior, a capela mor possui talha típica da primeira fase do Barroco mineiro, enquanto os tetos apresentam carpintaria no estilo seiscentista tardio, ambas de forte influência lusitana.[4]

Foi tombada pelo IPHAN por sua importância histórica, arquitetônica, artística e religiosa.[5]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Casagrande Salvador, Natalia. «Venerável Ordem Terceira de São Francisco de Assis de Mariana». Consultado em 19 de janeiro de 2024 
  2. a b c d e «Mariana – Capela de Santana | ipatrimônio». Consultado em 19 de janeiro de 2024 
  3. «Portal do Turismo de Mariana :: Portal do Turismo de Mariana :: Atrativos - Capela de Sant'Ana». turismo.mariana.mg.gov.br. Consultado em 19 de janeiro de 2024 
  4. «Capela de Sant'Ana - Mariana - Minas Gerais - Idas Brasil». mariana.org.br. Consultado em 19 de janeiro de 2024 
  5. «Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 19 de janeiro de 2024