Carlos Trein Filho

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Monumento a Carlos Trein Filho nos jardins da Loja Maçônica de Santa Cruz do Sul.

Carlos Trein Filho (nascido Carl Rudolph Trein; Kempfeld, 2 de setembro de 1847[1]:17— Porto Alegre, 13 de outubro de 1919[2][1]:18) foi um arquiteto e político teuto-brasileiro. Foi um influente diretor da colônia de Santa Cruz do Sul, com participação relevante na emancipação da mesma,[1] além de participar da fundação da Câmara de Vereadores[3] e realizar o cadastramento dos habitantes e lotes da cidade, servindo de base para estudos futuros.[4]:115-116

Biografia[editar | editar código-fonte]

Filho de Karl Trein e Henriette Woytt, residentes de Mörschied,[1]:17 veio para o Brasil com 15 anos, em 1862, junto da família, sendo ele o mais velho dos irmãos.[5][1]:16-17 Cunhado de Emil Julius Textor, lhe são atribuídas algumas obras pelo interior do Rio Grande do Sul.

Estabeleceu-se em Santa Cruz do Sul, onde assumiu o posto de diretor da colônia aos 23 anos, substituindo Afonso Pedro Mabilde.[1]:16-17[4]:115 Ocupou tal cargo entre 1870 e 1878,[3] posteriormente atuando como intendente.[5] No posto de diretor, influenciou o governo do Estado pela emancipação da colônia daquela de Rio Pardo, que ocorreu em 31 de março de 1877.[1]:18 Atuou ainda como juiz de paz, engenheiro, arruador, inspetor, entre outros ofícios.[1]:18 Em 10 de abril de 1866, fundou junto do pai e outros cidadãos o Clube União, originalmente sob o nome de Club Alemão.[1]:18 Em 1869, propôs uma lei especial que obrigava cada colono a contribuir com dez dias de trabalho por ano para a manutenção das estradas da colônia.[4]:179

Casou-se em 4 agosto de 1870 Hedwig Anna Emilie Textor, então filha de Adolf Friedrich Textor, um dos primeiros imigrantes da atual área central de Santa Cruz do sul, construtor e proprietário da então Residência Textor.[3][1] Teve duas filhas, Emma Trein nascida em 22 dezembro 1871 e Alice Adele Emilie Trein nascida em 2 dezembro 1874.[3][1]

Ainda em 1870, participou da fundação do Deutsche Realschule, que viria a tornar-se o atual Colégio Mauá, tendo doado o terreno em área central da cidade.[1]:18 É também um dos membros fundadores da Loja Maçônica Lessing 61, cuja Carta Constitutiva data de 15 de março de 1880.[1]:18

Carlos Trein Filho sofreu uma tentativa de assassinato em Santa Cruz do Sul, em 1903. Em 13 de junho de 1903, Trein foi atacado e recebeu vários golpes de faca que não chegaram a ser fatais enquanto se dirigia à loja maçônica. O caso nunca foi resolvido. Depois disso, mudou-se com a família para Porto Alegre.[1]:18[6]

Carlos Trein Filho faleceu em 13 de outubro de 1919.[2]

É homenageado com nome de rua, no bairro Mont'Serrat, em Porto Alegre, bem como em Santa Cruz do Sul.[carece de fontes?]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Hundert Jahre Deutschtum in Rio Grande do Sul, 1824-1924 (Typografia do Centro, Porto Alegre - 1924)

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n «Carlos Trein Filho: um nome na história (parte 1)» (50) 25 e 26 de março de 2023 ed. Gazeta do Sul. 79 d.C. pp. 16–19. Cópia arquivada em 26 de março de 2023 
  2. a b «Falecimentos». Partido Republicano Rio-Grandense. A Federação (241): 6. 13 de outubro de 1919. Consultado em 27 de fevereiro de 2023 – via Hemeroteca Digital Brasileira 
  3. a b c d Biografia de Carl Rudolph Trein
  4. a b c Jorge Luiz da Cunha (1988). Os Colonos Alemães de Santa Cruz e a Fumicultura Santa Cruz do Sul; Rio Grande do Sul 1849 - 1881 (PDF) (Dissertação de Mestrado). Curitiba, Paraná: Universidade Federal do Paraná. Cópia arquivada (PDF) em 7 de Setembro de 2017 
  5. a b WEIMER, Günter. "Arquitetos e construtores Rio-Grandenses na Colônia e no Império". Santa Maria: Editora da UFSM, 2006, 214 pp.
  6. Noronha, Andrius Éstevam (2012). Beneméritos empresários: história social de uma elite de origem imigrante do sul do Brasil (Santa Cruz do Sul, 1905-1966) (PDF) (Tese de Doutorado). Porto Alegre: Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. p. 88. Consultado em 27 de fevereiro de 2023 : "Na noite de 13 de junho de 1903, Trein se dirigia à loja maçônica quando foi atacado por três homens, recebendo vários golpes de faca. Estes não chegaram a ser fatais, pois, de acordo com Krause, era uma noite muito fria e Trein usava um casaco grosso. O caso é um mistério até hoje, mas as suspeitas recaíram sobre a oposição, representada pelos integrantes do PRR, visto que Trein, ligado aos Federalistas, aglutinava os setores de oposição local a este partido hegemônico no governo do Estado."
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