Carta aberta às mulheres do mundo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Carta aberta às mulheres do mundo
Características
Open Letter to the women of the world from the women
Classificação Assembleia Geral das Nações Unidas
carta
(declaração)
Publicação 12 de fevereiro de 1946 Edit this on Wikidata
Localização
[ Editar Wikidata ]
[ Editar infocaixa ]


A Carta aberta às mulheres do mundo (do inglês Open Letter to the women of the world from the women) um documento da comissão "ONU Mulheres" (CSW-ONU) lida por Eleanor Roosevelt na 29ª sessão da Assembleia Geral de Nações Unidas na cidade de Londres em 1946 para as "mulheres do mundo".

Eleanor Roosevelt, ex-primeira-dama dos Estados Unidos e então presidente da Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas (1946),[1] informou que representantes e delegadas das Nações Unidas redigiram um documento especialmente dirigida às mulheres de seus respectivos países e, que pede aos representantes reunidos na sessão que ao regressem a seus países colaborem na difusão deste documento, pois todas as mulheres devem ter a oportunidade de conhecer este documento.[2][3] Ao terminar a leitura Eleanor Roosevelt recordou que toda a Assembleia "têm a responsabilidade de infundir a nossos povos o convencimiento de que as Nações Unidas podem ser um instrumento para conseguir a paz, se lhe dedicamos a mesma energia que empregamos para ganhar a guerra" assinalando ademais "que as mulheres reclamam coisas que os homens esquecem".[4]

A comissão sobre o Estatuto da Mulher, CSW-ONU ou ONU Mulheres, reúne-se anualmente em março para debater a desigualdade e discriminação que a mulher continua a enfrentar e, segundo esta comissão levará aproximadamente três séculos para equiparar a igualdade para mulheres e, cerca de 383 milhões delas vivem em extrema pobreza.[3]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Quando criou-se a Organização das Nações Unidas em 1945 as mulheres já estavam envolvidas na esfera pública, inicialmente em organizações não governamentais e posteriormente nas delegações oficiais. O sufragio feminino era legalizado em 31 países, várias mulheres na Europa e nos Estados Unidos eram integrantes do movimento sindical.[5]

Carta aberta para às “mulheres do mundo” produzida pela comissão "ONU Mulheres" (CSW-ONU). Esta comissão começou a atuar em 1946, logo em seguida a reunião inaugural da Assembleia Geral da ONU.[3]

A carta[editar | editar código-fonte]

A "carta aberta à mulheres do mundo" foi lida pela então primeira-dama dos Estados Unidos da América, Eleanor Roosevelt, na plenária da 29a sessão da Assembleia Geral de Nações Unidas que ocorreu na cidade inglesa de Londres em 12 de fevereiro de 1946.[6][7][8]

Após a leitura a carta foi assinada publicamente por: Eleanor Roosevelt; Bodil Begtrup (Dinamarca); Minerva Bernardino (República Dominicana); Lorna McPhee (Nova Zelândia); Frieda Dalen (Noruega); Marie-Hélène Lefaucheaux (França); Hilda Verwey-Jonker (Países Baixos); C.I. Rolfe (Reino Unido); Evdokia Uralova (República Socialista Soviética de Bielorrusia) e, mais uma dezenas de delegadas da Assembleia Geral.[2][10][11]

Assim a Comissão de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (Ecosoc) estabeleceu uma subcomissão, com seis países-membros: China, Dinamarca, República Dominicana, França, Índia, Líbano e Polônia. Que avaliarão problemas relacionados à mulher e aconselharão a Comissão de Direitos Humanos da ONU. Esta subcomissão irá existir até quando as mulheres terem igualdade com os homens em todos os aspectos.[3]

Referências

  1. «Eleanor Roosevelt, Primeira-dama do Mundo, Justiça Social e defensora dos Direitos Humanos». Organização Unidos pelos Direitos Humanos. Consultado em 4 de março de 2024 
  2. a b «Open Letter To Women Of The World». Advertiser (Adelaide, SA : 1931 - 1954). 6 de marzo de 1946. p. 3. Consultado em 15 de mayo de 2020  Verifique data em: |acessodata=, |data= (ajuda) Erro de citação: Código <ref> inválido; o nome "#1" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes
  3. a b c d «CSW: Promovendo os direitos das mulheres desde 1946». Fundação Oswaldo Cruz Canal Saúde. Consultado em 4 de março de 2024 
  4. «Grabación de la rueda de prensa en Londres de la Presentación de la Carta». 1946 
  5. Agosín, Marjorie (2001). Women, Gender, and Human Rights: A Global Perspective (em inglês). [S.l.]: Rutgers University Press. ISBN 978-0-8135-2983-7. Consultado em 15 de mayo de 2020  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  6. «Meu dia, de Eleanor Roosevelt, 8 de fevereiro de 1946». The Eleanor Roosevelt Papers - George Washington University (em inglês). 1946 <ref>“A liberdade faz uma exigência enorme a cada ser humano. Com a liberdade vem a responsabilidade. Para a pessoa que não quer crescer, a pessoa que não quer carregar seu próprio peso, essa é uma perspectiva aterrorizante.” — Eleanor Roosevelt.
  7. «Les dones que van humanitzar la Declaració Universal de Drets Humans – Eulàlia Lledó Cunill» (em catalão). Consultado em 15 de mayo de 2020  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  8. Pidgeon, Mary Elizabeth (1947). International Documents on the Status of Women (em inglês). [S.l.]: United States Women's Bureau - United States Government Printing Office. Consultado em 15 de maio de 2020 
  9. Congressional Record: Proceedings and Debates of the Congress, Volume 118 (em inglês). [S.l.]: U.S. Government Printing Office. 1972 
  10. «Les dones que van humanitzar la Declaració Universal de Drets Humans – Eulàlia Lledó Cunill» (em catalão). Consultado em 15 de mayo de 2020  Verifique data em: |acessodata= (ajuda)
  11. Pidgeon, Mary Elizabeth; Bureau, United States Women's. International Documents on the Status of Women (em inglês). [S.l.]: U.S. Government Printing Office. Consultado em 15 de mayo de 2020  Parâmetro desconhecido |d= ignorado (ajuda); Verifique data em: |acessodata= (ajuda)

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]