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Casa de ópio

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Duas mulheres e um homem fumando em uma casa de ópio, no final do século XIX

Casa de ópio (português brasileiro) ou antro de ópio (português europeu) (em inglês: opium den) era um estabelecimento em que o ópio era vendido e fumado. As casas de ópio estiveram presentes em muitas partes do mundo no século XIX, principalmente em China, Sudeste Asiático, América do Norte e França. Em todo o Ocidente, as casas de ópio eram frequentadas e associadas aos povos da China, pois geralmente esses estabelecimentos eram administrados por chineses, que forneciam e preparavam o ópio para o consumo dos clientes não-chineses.

A maioria das casas de ópio servia a droga em parafernálias, como em lâmpadas improvisadas para o fumo do ópio. Os clientes se reclinavam para segurar os longos cachimbos de ópio [en] sobre as lâmpadas a óleo, que aqueciam a droga até que se vaporize, permitindo-os inalar os vapores. Os antros de ópio na China eram frequentados por todos os níveis da sociedade, e sua simplicidade ou luxuosidade refletiam as condições financeiros dos donos. Nas áreas urbanas dos Estados Unidos, particularmente na Costa Oeste, havia casas de ópio que espelhavam o melhor da China, com ornamentos luxuosos e atendentes mulheres. Para a classe trabalhadora, havia muitas casas de baixo custo, comumente com móveis escassos – essas casas eram mais propensas a aceitar como clientes os fumantes não-chineses.[1]

Estados Unidos

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São Francisco

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Covil de ópio na pensão de São Francisco, final do século XIX

O hábito de fumar ópio chegou à América do Norte com o grande fluxo migratório de chineses, especialmente no contexto da Corrida do Ouro da Califórnia. O ponto de partida da corrida do ouro foi São Francisco, e logo após a chegada dos primeiros chineses por volta de 1850 a Chinatown da cidade se tornou um local onde se aglomeravam numerosas casas de ópio. No entanto, de 1863 até o final do século, as leis antidrogas impostas em São Francisco proibiram a visita às salas de ópio além da prostituição.[2]  Apesar disso, a década de 1870 atraiu muitos residentes não-chineses para as casas de ópio de São Francisco, que se tornou a primeira cidade dos Estados Unidos a promulgar uma lei antidrogas, em 1875.[3]

As casas de ópio de Nova Iorque em Chinatown, devido à maior distância geográfica da China, não eram tão luxuosas quanto aquelas presentes na costa oeste dos Estados Unidos. De acordo com H. H. Kane, um médico que passou anos estudando o uso de ópio em Nova Iorque nas décadas de 1870 e 1880, os salões de ópio mais populares estavam localizados na Mott Street [en] e Pell Street [en] em Chinatown. Na época, todas as casas de ópio da cidade eram administrados por chineses, com exceção de um na 23rd Street, que era administrado por uma mulher americana e suas duas filhas. Kane relata que as casas de ópio de Nova Iorque eram um lugar "onde todas as nacionalidades pareciam misturadas indiscriminadamente".

Assim como em São Francisco, nova-iorquinos de todas as classes sociais visitavam Chinatown para frequentar suas casas de ópio. A última casa de ópio conhecida de Nova Iorque foi invadida e fechado em 28 de junho de 1957.[1][4][5]

Referências

  1. a b «Opium Museum (archived)». Arquivado do original em 25 de agosto de 2018 
  2. Sears, Clare (dezembro de 2014). «Arresting Dress». Duke University Press 
  3. Silva, Luiza Lopes da (2013). A questão das drogas nas relações internacionais (PDF). Brasília: FUNAG. pp. 70–71. 409 páginas. OCLC 860915246. Já em 1875, portanto, pressionada por uma opinião pública ofendida, e alegando que os chineses drogados pelo ópio tendiam a conduzir mulheres brancas à depravação moral, a Prefeitura de São Francisco adotou um decreto pioneiro proibindo o fumo (mas não a ingestão por via oral, preferida por usuários de classe média) e a posse de ópio e de seus instrumentos, bem como o funcionamento das casas de ópio. Nos anos seguintes, adotaram-se diversos decretos municipais e estaduais limitando o comércio de ópio, cocaína e cannabis, tendo por verdadeiro alvo os consumidores chineses étnicos, afro-americanos e mexicanos, respectivamente. 
  4. Nick Tosches, M.D. (setembro de 2000). «Opium Dens». Vanity Fair. Consultado em 24 de novembro de 2009 
  5. H.H. Kane, M.D. (24 de setembro de 1881). «American Opium Smokers». Consultado em 22 de setembro de 2007