Catarina Lopes

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Catarina Lopes
Conhecido(a) por formar um grupo de combatentes no Segundo Cerco de Diu
Nascimento século XVI
Morte século XVI
Nacionalidade portuguesa
Ocupação combatente

Catarina Lopes ([onde?], século XVI[onde?], século XVI), foi uma combatente portuguesa no Segundo Cerco de Diu.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Junto com Isabel Madeira (capitã), e com Garcia Rodrigues, Isabel Fernandes, Isabel Dias, formou um grupo de combatentes femininas que lutou na frente da batalha contra os turcos, no segundo cerco de Diu, em (1546).[1]

Este feito encontra-se registado nas Décadas de Diogo do Couto, e numa revista de 1842 foi assim descrito:

Do primeiro cerco de Diu, passemos ao segundo. Este (que sustentou com valor digno da sua pessoa o famoso e esclarecido capitão D. João Mascarenhas, no tempo do memorável D. João de Castro, um dos maiores homens, que com grande crédito seu, e igual glória de Portugal, governou os Estados da Índia) foi certamente pelas circunstâncias que se lhe juntarão muito mais formidável que o primeiro. Por este motivo se formou uma grande companhia de mulheres, para que unido um e outro esforço, masculino e feminino, pudesse mais fortemente resistir à fúria dos inimigos. Entre aquelas ficarão em memória os nomes de Garcia Rodrigues, Isabel Dias, Catarina Lopes, e Isabel Fernandes, governando a todas como capitão Isabel Madeira. Estas, de tal sorte se houveram neste memorável cerco, que não só acudiam aos reparos dos muros e baluartes, senão que, ajudando aos mesmos soldados, a elas se deveu o não ser rendida aquela fortaleza.[2]

Em particular, a propósito de Catarina Lopes, é acrescentado:

No referido cerco de Diu, deu uma mui distinta prova do seu valor Catarina Lopes. Foi o caso, que querendo ela rechaçar o orgulho de um combatente inimigo, que se tinha avançado aos muros, caiu deles abaixo juntamente com o soldado. Quis este fartar a sua ira, empregando todas as suas forças para suprimir as da valorosa matrona. Esta porém, depondo a fraqueza natural, se revestiu de um tão varonil espírito, que vindo com ele à luta, o derrubou em terra, e não tendo arma alguma com que o ferir, se valeu das que o próprio furor lhe ministrava (porque como lá disse um poeta: Furor arma ministrat. Virgílio.) E assim metendo-lhe os dedos nos olhos, lhos arrancou; e depois socorrida dos seus escapou à raiva dos inimigos, que já com mão alçada corriam a vingar o insulto cometido.

Referências

  1. Corte Real, Jerónimo (1546). "Sucesso do segundo cerco de Diu estando D. João Mascarenhas por capitão e governador da fortaleza". PT/TT/CCDV/31. [S.l.]: Torre do Tombo 
  2. «Heroínas Portuguesas». Lisboa: Imprensa Nacional. O Recreio (jornal das famílias). 8: 2. 1842 
Ícone de esboço Este artigo sobre uma pessoa é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.