Certeza moral

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

A certeza moral é um conceito de probabilidade intuitiva. Significa um grau de probabilidade muito elevado, suficiente para a ação, mas aquém da certeza absoluta ou matemática.

Origens[editar | editar código-fonte]

A noção de diferentes graus de certeza remonta a uma afirmação da Ética a Nicómaco de Aristóteles de que se deve contentar-se com o tipo de certeza apropriado a diferentes assuntos, de modo que nas decisões práticas não se pode esperar a certeza da matemática. [1]

A frase latina moralis certitudo foi usada pela primeira vez pelo filósofo francês Jean Gerson por volta de 1400, [2] para fornecer uma base para a ação moral que poderia (se necessário) ser menos exata do que o conhecimento prático aristotélico, evitando assim os perigos do ceticismo filosófico e abrindo o caminho para uma casuística benevolente. [3]

O Oxford English Dictionary menciona ocorrências em inglês desde 1637.

Lei[editar | editar código-fonte]

No direito, a certeza moral (ou 'virtual') tem sido associada a veredictos baseados na certeza além de qualquer dúvida razoável. [4]

O debate jurídico sobre as instruções para buscar uma certeza moral girou em torno das mudanças nas definições da frase ao longo do tempo. Embora possa ser entendido como um equivalente a 'além da dúvida razoável', em outro sentido, a certeza moral refere-se a uma convicção firme que não se correlaciona, mas se opõe à certeza probatória: [5] ou seja, alguém pode ter um firme sentimento subjetivo de culpa - um sentimento de certeza moral – sem que as provas justifiquem necessariamente uma condenação culpada.

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Aristotle, Ethics 1094b (I.3), 1098a (I.7), 1104a (II.2), 1165a IX.2).
  2. H. E. Braun/E. Vallance eds., The Renaissance Conscience (2011) p. 19.
  3. Braun, p. 12 and p. 19.
  4. Legal definition of "moral certainty"
  5. R. L. Moore, Mass Communication Law and Ethics (1999) pp. 52–3.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]