Charles Whitman

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Charles Whitman
Charles Whitman
Nascimento Charles Joseph Whitman
24 de junho de 1941
Lake Worth
Morte 1 de agosto de 1966 (25 anos)
Austin
Sepultamento Flórida
Cidadania Estados Unidos
Alma mater
Ocupação Assassino em massa, spree killer, atirador especial
Prêmios
  • Eagle Scout
Causa da morte perfuração por arma de fogo

Charles Joseph Whitman (24 de Junho de 1941 a 1 de Agosto de 1966) foi um estudante de engenharia americano na Universidade do Texas, antigo Marine, e um assassino em massa que matou 16 pessoas.

Nas primeiras horas da manhã do dia 1 de Agosto de 1966, Whitman matou a sua mulher e mãe nas suas casas. Mais tarde, levou várias armas, incluindo espingardas, uma caçadeira, e pistolas, para o Campus da Universidade do Texas, em Austin, onde, durante um período de aproximadamente 90 minutos, matou 14 pessoas e feriu outras 32, com uma grande quantidade de disparos à volta da torre. Whitman matou 3 pessoas dentro da torre da universidade e 11 outras depois de disparar aleatoriamente da varanda de observação do 28º andar no edifício principal. Whitman levou um tiro e morreu, pelas mãos do policial de Austin, Houston McCoy

Juventude e educação[editar | editar código-fonte]

Charles Joseph Whitman nasceu a 24 de Junho de 1941 em Lake Worth, Flórida, o mais velho de 3 filhos nascidos de Margaret E. (Hodges) e Charles Adolphus "C.A." Whitman, Jr. O pai de Whitman tinha sido criado num orfanato em Savannah, Georgia e descrevia-se a si mesmo como um homem autodidata. Em 1940, casou com Margaret, 17 anos mais velha. O casamento dos pais de Whitman era desfigurado por violência doméstica: o pai de Whitman era um autoritário assumido que trazia posses à sua família mas exigia perfeição de todos eles. Era conhecido por abusar fisicamente e emocionalmente da sua mulher e filhos.

Enquanto rapaz, Whitman era descrito como educado, uma criança de boas maneiras que raramente perdia o temperamento. Era extremamente inteligente: um exame aos 6 anos revelou que o seu QI era de 139. Os sucessos acadêmicos de Whitman foram encorajados pelos seus pais, contudo, qualquer indicação de falha ou atitude letárgica eram tratadas com disciplina - muitas vezes psicológica - a partir do seu pai.

Margaret Whitman era uma católica devota que criou os seus filhos pela mesma fé. Os irmãos Whitman iam frequentemente à missa com a sua mãe, e todos os três filhos eram acólitos, ajudando no altar na Igreja do Sagrado Coração, Católica Romana. 

Whitman Sr. era um colecionador de armas e um entusiasta, que ensinou os seus filhos, desde muito novos, a disparar, limpar e fazer a manutenção de armas. Levava-os regularmente a caçar, e Charles tornou-se um caçador ávido e um bom atirador. O seu pai disse-lhe: "O Charlie conseguia disparar no olho de um esquilo aos 16 anos de idade".

Quando tinha 11 anos, Whitman juntou-se aos Escoteiros e ganhou um total de 21 medalhas de mérito em 15 meses. Em 15 de setembro de 1953, aos 12 anos e 3 meses, Whitman também ganhou a categoria de Escoteiro Águia na tropa 119, em Lake Worth. Whitman foi a pessoa mais nova no mundo a tornar-se um escoteiro Águia. Whitman também se tornou um grande pianista com 12 anos. Por volta da mesma altura, tomou conta de uma rota de entrega de jornais (Miami Herald) em volta e dentro da sua vizinhança. Como tinha muitas casas para entregar, em algumas ocasiões, os seus pais usavam o seu carro para o ajudar na sua rota - particularmente com mau tempo.

Escola média[editar | editar código-fonte]

Charles Whitman, imagem de 1959.

Em 1 de Setembro de 1955, Whitman entrou na Escola Média St. Ann em West Palm Beach, em que foi considerado um estudante moderadamente popular cuja inteligência era notada pelos professores e os seus colegas. No mês seguinte, tinha poupado dinheiro suficiente da sua rota de jornais para comprar uma moto Harley-Davidson, que usou na sua rota.

Aos 16 anos, Whitman fez uma apendicectomia de rotina e foi hospitalizado devido a um acidente de moto. Em Fevereiro de 1958, Whitman foi hospitalizado para remover um coágulo de sangue que tinha se formado no seu testículo esquerdo. Whitman perdeu um total de 16 dias de escola.

Um mês depois da sua graduação em Junho de 1959, da escola média (onde se graduou como sétimo numa turma de 78 estudantes), Whitman alistou-se no Corpo de Marines dos Estados Unidos da América. Não disse ao seu pai inicialmente. Whitman disse a um amigo de família que o que o fez alistar-se foi o acidente um mês antes. O seu pai bateu-lhe e atirou-o à piscina da família, quase afogando-o, porque Whitman voltou para casa bêbedo depois de ter saído com amigos. Whitman saiu de casa em 6 de Julho, tendo sido designado a um período de 18 meses com os Marines em Guantanamo Bay. O seu pai continuou sem saber que ele tinha se alistado.

Enquanto Whitman viajava por Parris Island, o seu pai soube do alistamento e telefonou a uma série de federais do governo, tentando, sem sucesso, que o alistamento do filho fosse cancelado.

U.S. Marine e estudante[editar | editar código-fonte]

Durante o período inicial de 18 meses e 1959 e 1960 ganhou uma medalha por boa conduta, uma medalha de bom atirador e a medalha de expedição. Whitman recebeu 215 de 250 possíveis pontos em testes de tiro, e também se portava bem quando disparava rápido a longa distância e a alvos em movimento. Depois de completar este período, Whitman inscreveu-se na Marinha e no programa escolar da Marinha, com intenção de completar a universidade e tornar-se um comissário oficial.

Ganhou pontos muito altos na examinação obrigatória, e o comité selecionado aprovou o seu envolvimento na escola preparatória de Maryland. Whitman completou os cursos de matemáticas e física antes de ser aprovado e transferido para a Universidade do Texas, em Austin, para estudar engenharia mecânica. Mais tarde, graduou-se em engenharia arquitetônica.

Vida na universidade[editar | editar código-fonte]

Whitman entrou em Engenharia Mecânica na Universidade do Texas em Austin em 15 de Setembro de 1961. Whitman era, inicialmente, um estudante pobre cujas notas não eram muito impressionantes. Os seus hobbies incluíam karatê, mergulho, jogar e caçar. Pouco depois do seu envolvimento na Universidade, ele e dois amigos estavam a caçar um veado: alguém que passou anotou a matrícula de Whitman e fez queixa à polícia. Os três amigos estavam a retalhar o veado na banheira do dormitório de Whitman  quando foram presos. Whitman foi multado em $100 pela ofensa.

Whitman adquiriu uma reputação de palhaço nos seus anos como estudante de engenharia, mas os amigos também notaram que ele tinha feito algumas declarações mórbidas e arrepiantes. Numa ocasião, em 1962, enquanto ele e um amigo estudante chamado Francis Schuck Jr. faziam pesquisas na livraria no edifício principal da universidade, Whitman disse: "Uma pessoa consegue derrubar um exército do topo de uma torre, antes de alguém o apanhar".

Casamento[editar | editar código-fonte]

Em Fevereiro de 1962, Whitman conheceu Kathleen Frances Leissner, uma estudante a professor. Leissnner foi a primeira namorada séria de Whitman. O casal namorou durante 5 meses antes de anunciarem noivado a 19 de Julho.

A 17 de Agosto de 1962, Whitman e Leissner casaram numa cerimônia católica na terra natal de Leissner em Needville, Texas. O casal escolheu a data em que os pais de Whitman faziam 22 anos de casados como data de casamento. A família de Whitman veio da Florida para o Texas para ir ao casamento, e o seu irmão mais novo Patrick foi o padrinho. Fr. Leduc, um amigo da família de Whitman, presidiu a cerimônia. A família de Leissner e amigos aprovaram a escolha do marido, descrevendo Whitman como "um jovem muito bonito". 

Apesar das notas de Whitman terem melhorado algures durante o seu segundo e terceiro semestre na Universidade de Texas, os Marine determinaram a sua performance acadêmica como inaceitável nos termos definidos. Os Marine destacaram novamente Whitman a Fevereiro de 1963. Whitman voltou ao ativo no Campo Lejeune no Norte da Califórnia, para servir o que faltava de mais 5 anos de destacamento.

Campo Lejeune[editar | editar código-fonte]

Whitman ficou ressentido com o fato dos seus estudos terem acabado. Foi automaticamente promovido a Lance Corporal. Numa ocasião, durante o seu serviço em Campo Lejeune, Whitman e dois outros Marines envolveram-se num acidente onde o seu Jeep capotou num aterro. Depois de sozinho, ter levantado o Jeep à mão para libertar o seu amigo Marine, Whitman desmaiou do esforço. Foi hospitalizado por 4 dias.

Tinha uma reputação, junto dos seus colegas, de um Marine exemplar, mas Whitman continuou a jogar durante o tempo em Campo Lejeune. Em Novembro de 1963, foi a julgamento por jogar, posse de armas de fogo pessoais e enganar um outro Marine num empréstimo de mais de $30, onde pediu $15 de juros. Sentenciado a 30 dias de prisão e 90 dias de trabalho comunitário, foi despromovido de Lance Corporal para Privado.

Livro que Whitman escreveu.

Frustrações documentadas[editar | editar código-fonte]

Em 1963, enquanto esperava o seu julgamento, Whitman começou a escrever um diário chamado "Registos diários de Charles J. Whitman". Falou da sua vida diária nos Marines e das suas interações com Kathy e outros membros da família. Também escreveu sobre o seu julgamento e desprezo para com os Marines; criticava-os pelas suas ineficiências. Nos seus escritos sobre a mulher, Whitman dizia que a admirava muito, e escrevia o quanto gostava de ficar com ela durante muito tempo. Também escreveu sobre os seus esforços e planos para se libertar da dependência financeira do seu pai.

Em dezembro de 1964, Whitman foi dispensado com honra dos Marines. Voltou à Universidade do Texas, entrando no curso de engenharia arquitetônica. Para sustentar a ele e a Kathy, trabalhou como coletor de contas na companhia financeira Standard. Mais tarde, trabalhou como bancário no Banco Nacional de Austin. Em janeiro de 1965, Whitman teve um trabalho temporário como controlador de tráfego aéreo na Central Freight Lines. Também se voluntariou como líder escoteiro na tropa 5 dos escoteiros de Austin enquanto a sua esposa Kathy (tendo começado a carreira como professora) trabalhava como professora de biologia na escola média de Lanier.

Dois amigos próximos de Whitman, John e Fran Morgan, mais tarde disseram ao departamento de saúde pública de Texas que Whitman falou duas vezes que bateu na mulher. Disseram que ele se desprezava a si mesmo pelo comportamento e confessou ter "um medo mortal de ficar como seu pai". Whitman lamentou as suas ações no seu diário, e resolveu ser um bom marido e não abusivo, como o seu pai.

Separação dos pais de Whitman[editar | editar código-fonte]

Em Maio de 1966, Margaret Whitman anunciou a sua intenção de ser divorciar do pai de Whitman, devido aos seus abusos físicos. O Whitman mais novo conduziu até à Florida para ajudar a sua mãe a mudar-se para Austin. Whitman disse que tinha tanto medo que o seu pai partisse para a violência enquanto a sua mãe se preparava para sair que contratou um polícia para ficar à porta de casa enquanto a mãe guardava as suas coisas. O irmão mais novo de Whitman, John, também decidiu deixar Lake Worth e vir para Austin com a sua mãe. O filho do meio, Patrick, permaneceu na Florida. Trabalhou com o seu pai no negócio de canalização, da família.

Em Austin, a mãe de Whitman encontrou trabalho num café e arranjou o seu próprio apartamento. Continuou em contacto próximo com Charles. O pai de Whitman, mais tarde admitiu, ter gasto centenas de dólares em chamadas de longa distância a ligar para Margaret e Charles, implorando que a sua mulher voltasse e tentando falar com o seu filho para que a convencesse a voltar. Durante este tempo stressante, Whitman abusava de anfetaminas e começou a ter severas dores de cabeça. Mais tarde, descreveu estas dores de cabeça como sendo "tremendas".

Na véspera dos disparos na torre da universidade, Whitman escreveu no seu diário, reafirmando o seu amor pela mulher Kathy. Estas entradas finais foram escritas no passado, sugerindo que já estariam mortas Kathy e a sua mãe.

Os assassinatos[editar | editar código-fonte]

Mulher e mãe[editar | editar código-fonte]

No dia antes dos disparos, Whitman comprou um par de binóculos, uma faca e comida enlatada de uma loja de conveniência. Pegou a sua mulher do seu trabalho de Verão como telefonista, antes de se encontrar com a mãe para almoçarem na cafetaria Wyatt, próximo da universidade.

Aproximadamente às 4 horas da tarde de 31 de Julho, Charles e Kathy Whitman visitaram os seus amigos próximos John e Fran Morgan. Deixaram o apartamento dos Morgan às 5:50 horas da tarde para que Kathy pudesse ir ao seu turno das 6 às 10 da tarde.

Às 6:45 horas da tarde, Whitman começou a escrever a carta de suicídio:

Não percebo o que me leva a escrever esta carta. Talvez para deixar uma vaga razão das ações que recentemente fiz. Não me percebo nestes dias. É suposto eu ser um razoável, inteligente e normal jovem. Contudo, ultimamente (não consigo determinar quando começou) tenho sido vitima de vários pensamentos irracionais e pouco usuais (porção da carta de Whitman)

Whitman escreveu que pediu uma autópsia ao seu corpo, para determinar se existiram razões biológicas para as suas ações e aumentos das enxaquecas. Também escreveu que decidiu matar tanto a mãe como o pai. Expressando incertezas sobre as suas razões, disse que queria libertar a sua mãe e mulher do sofrimento no mundo e para as salvar da vergonha das suas ações. Não mencionou o planeamento do ataque à universidade.

Pouco depois da meia noite do dia 1 de Agosto, Whitman conduziu até ao apartamento da mãe no número 1212 em Guadalupe Street. Depois de matar a sua mãe, colocou o corpo na cama e cobriu-o com lençóis. O seu método de matar é discutível, mas oficiais acreditam que a deixou inconsciente antes de a esfaquear no coração.

Deixou uma nota ao lado do seu corpo:

A quem interesse: eu matei a minha mãe. Estou muito chateado com o que fiz. Contudo, acredito que se existir um céu, ela de certeza que está lá [...] Tenho muita pena [...] Que não existam dúvidas que eu amo esta mulher com todo o meu coração. (parte da carta de Whitman)

Whitman voltou, depois, a sua casa no número 906 de Jewell Street, onde matou a sua mulher esfaqueando-a três vezes no coração enquanto dormia. Cobriu o seu corpo com os lençóis, e depois terminou a carta que tinha começado a escrever na tarde anterior. Usando uma caneta, escreveu:

Amigos interromperam. 8-1-66 Mon. 3:00 AM. Ambos mortos

Whitman continuou a carta, acabando com caneta:

Imagino que pareça que matei brutalmente aos dois amores da minha vida. Eu apenas estava a tentar fazer um trabalho rápido [...] Se o meu seguro de vida for válido, por favor paguem as minhas dívidas [...] doem o resto anonimamente a uma fundação de doentes mentais. Talvez a investigação previna outras tragédias deste tipo [...] Dêem o meu cão aos meus sogros. Digam-lhes que Kathy amava o "Schochie" muito [...] Se conseguirem conceder este meu último desejo, quero ser cremado depois da autópsia. (parte da carta de Whitman)

Também deixou instruções em sua casa para que os dois rolos da câmara de fotografia fossem revelados. Whitman também escreveu notas pessoais sobre os seus irmãos. 

Whitman escreveu por último num envelope "Pensamentos do dia", onde colocou um conjunto de conselhos escritos. Colocou no lado de fora do envelope:

8-1-66. Eu nunca conseguia fazê-lo. Estes pensamentos são demais para mim. 

Às 5:45 da manhã de 1 de Agosto de 1966, Whitman telefonou ao supervisor da mulher em Bell System dizendo que a Kathy não tinha possibilidade de ir trabalhar nesse dia. Fez uma chamada semelhante para o local de trabalho da mãe 5 horas mais tarde.

As espingardas e caçadeira de canos serrados usadas por Whitman no massacre.

Preparações para os disparos da torre[editar | editar código-fonte]

Na manhã de 1 de Agosto, Whitman alugou um caminhão da Austin Rental Company e pagou $250 ($1800 em dólares de 2013) em cheques no banco, antes de conduzir até uma loja de armas, onde comprou uma Universal M1 carbine, duas revistas sobre armas e 8 caixas de munições, explicando ao empregado que planeava caçar cães selvagens. Whitman conduziu até outra loja de armas, onde comprou 4 outras revistas de armas, 6 caixas adicionais de munição e uma caixa de solvente de limpeza para armas. Depois conduziu até à Sears, onde comprou uma caçadeira semi automática Model 60, antes de voltar com as suas compras para casa.

Dentro da sua garagem, Whitman serrou os canos e a coronha de sua caçadeira, e colocou a arma no seu cacifo, junto com a espingarda Remington 700 6 mm , uma espingarda de calibre .35, uma carabina M1 de calibre .30, uma pistola Luger de 9 mm, uma pistola Galesi-Brescia de calibre .25, um revólver Smith & Wesson M19 Magnum de calibre .357 e mais de 700 balas. Já tinha guardado a sua comida, café, vitaminas, Dexedrine, Excedrin, tampões para os ouvidos, garrafas de água, fósforos, petróleo, corda, binóculos, uma machete, três facas, um transmissor de rádio, papel higiénico, uma lâmina e um spray desodorizante. Antes de ir para a torre às 11 da manhã, Whitman vestiu-se de camuflado sobre as suas tshirt e calças.

Aproximadamente às 11:35 da manhã, Whitman chegou ao campus da universidade do Texas. Mostrando uma falsa identificação ao segurança Jack Rodman, que o identificava como um investigador assistente, obteve permissão para estacionar por 40 minutos, dizendo que ia deixar equipamento. Whitman levou um carrinho de bonecas com o seu equipamento até ao edifício principal da universidade.

Entrando no edifício principal, Whitman tentou chamar o elevador. Vera Palmer, uma empregada, disse que ainda não tinha sido ligado mas que ligava para ele. Whitman agradeceu-lhe dizendo: "Não imagina como isso me faz feliz [...] como isso me deixa feliz". Depois, subiu até ao 27º andar da torre (o andar mais alto que o elevador atingia); apenas um piso abaixo do relógio.

Edifício principal da universidade de Texas, de onde Whitman disparou sob aqueles abaixo do ponto de observação.

Whitman levou o carrinho e o equipamentos para cima até ao último lance de escadas pelo corredor que levava às escadas dos quartos do ponto de observação. Na zona da recepção, Whitman encontrou uma recepcionista de 51 anos Edna Townsley. Whitman bateu-lhe na cara com a coronha da espingarda, esmagando a parte de trás do seu crânio. Depois, bateu abaixo do olho esquerdo de Townsley, causando uma segunda fractura, antes de arrastar o seu corpo para baixo do sofá.

Momentos depois, um casal de Austin chamado Cheryl Botts e Don Walden, que tinham ido ver as vistas do ponto de observação, voltaram à recepção. Whitman vinha do sofá, segurando a espingarda em ambas as mãos. Botts viu a mancha escura no chão por trás na secretária da recepção, e mais tarde disse ter acreditado que era verniz. Walden pensou que Whitman estava ali para disparar sob os pombos. Whitman e o casal trocaram breve cumprimentos antes de sairem. Whitman depois barricou a escada.

Enquanto se preparava para entrar no ponto de observação, viu duas famílias: M.J. Gabour, a sua mulher Mary e os seus filhos adolescentes Mike e Mark e os tios dos rapazes, Marguerite e William Lamport, subindo as escadas até à sua barricada. Mary Gabour mais tarde disse que ela e os seus filhos acharam que a barricada estava colocada para limpar a área da recepção e que Whitman - ainda com vestes camufladas - era o homem da limpeza. Mark Gabour, de 16 anos, e Mike, de 18 anos, tentaram ver para lá da barricada e abriram a porta, Whitman disparou a sua caçadeira contra eles, matando instantaneamente Mike com tiros na cabeça e pescoço. Disparou para Mike na cabeça, ombro e joelho esquerdo, tendo ficado inconsciente. Ambos os irmão cairam pelas escadas em frente da família. Whitman disparou a caçadeira mais três vezes pelas grades, acertando e ferindo Mary Gabour na cabeça e matando Marguerite Lamport de 56 anos com um tiro no peito. Whitman depois disparou em Edna Townsley no lado esquerdo da sua cabeça antes de ir para o ponto de observação. A torre tinha a distância de 70 metros do chão. 

Disparos da torre[editar | editar código-fonte]

Os primeiros tiros disparados por Whitman da torre vieram, aproximadamente, às 11:48 horas da manhã. Primeiro atingiu Claire Wilson, uma estudante de antropologia de 18 anos, que estava grávida de 8 meses. Whitman também atingiu Wilson no abdómen, matando o seu filho por nascer. O tiro atirou Wilson ao chão e enquanto o seu noivo, Thomas Eckman de 18 anos, perguntava-lhe: "O que se passa?" Whitman atirou nele e matou-o enquanto este tentava ajudar Wilson. Depois disparou em Robert Boyer, um matemático de 33 anos, que foi morto instantaneamente por um único tiro na parte baixa das suas costas. Depois de matar Boyer, Whitman disparou num estudante de 31 anos, chamado Devereau Huffman no braço direito; Huffman abrigou-se, ferido, por baixo de uma varanda. Quando Charlotte Darehshori, uma jovem secretária, correu para ajudar Boyer e Huffman, ficou sob fogo. Ajoelhou-se por baixo da borda de uma fonte durante uma hora e meia, não estando à vista de Whitman. Perto, Whitman disparou em David Gunby, um estudante de engenharia elétrica, de 23 anos, que andava pelo jardim. Whitman disparou sob Thomas Ashton, de 22 anos, no peito. Depois, disparou em Adrian e Brenda Litthefield enquanto andavam até ao centro comercial sul. Duas jovens mulheres, Nancy Harvey e Ellen Evganides, foram feridas enquanto iam para a entrada este do centro comercial. Whitman disparou em Harvey, que estava grávida de 5 meses, na anca, e Evganides na perna e coxa. Tanto Harvey como o seu filho por nascer sobreviveram.

Whitman começou a disparar sobre pessoas que andavam pela Guadalupe Street; disparou e feriu um distribuidor de jornais de 17 anos, chamado Alex Hernandez, antes de matar Karen Griffith de 17 anos, com um tiro no ombro e outro no pulmão. A próxima vítima tinha 24 anos chamado Thomas Karr, que Whitman atingiu fatalmente nas suas costas enquanto este ia para a sua residência depois de completar um exame. No terceiro quarteirão, Whitman disparou e feriu um treinador de basquetebol de 35 anos Billy Snowden de uma distância de 460 m. Perto, disparou numa jovem de 21 anos, Sandra Wilson, no peito.

Na esquina de 24th com Guadalupe, Whitman feriu dois estudantes, Abdul Khashab e a sua noiva Janet Paulos, fora de uma loja de roupa. Khashab, um estudante de química de 26 anos do Iraque, foi atingido no cotovelo e Paulos no peito. O próximo a levar um tiro foi Lana Phillips de 21 anos, que Whitman feriu no ombro. A irmã de Phillip correu da esquina e arrastou Lana para a manter a salvo.

Tom Herman, Roland Ehlke e David Mattson, foram os alvos seguintes de Whitman. Os três levaram um tiro enquanto saiam de um almoço com voluntários. Mattson teve parte do seu pulso arrancado. Ehlke lembra-se de ter ouvido Mattson a gritar quando a bala atingiu o seu pulso; o jovem viu que os estilhaços  se tinham alojado no seu braço esquerdo. Ehlke levou um tiro no bícep esquerdo antes de se esconder na esquina. Ehlke saiu da esquina para arrastar o seu amigo para a segurança e levou novamente um tiro na perna. Um lojista local de 64 anos chamado Homer Kelly ajudou a arrastar os dois feridos- mais Herman- para dentro da sua loja, antes de ser também atingido numa perna.

Perto do cruzamento da 24th com a Guadalupe Street, Whitman fixou dois jovens de 21 anos, Oscar Royuela e Irma Garcia, um par que andava pela universidade até ao laboratório de biologia. Garcia levou um tiro primeiro, e disse mais tarde que a bala a atravessou por completo e caiu ao chão. Royuela tentou ajudar Garcia quando esta foi atingida no ombro: a bala saiu pelo seu braço esquerdo. Os estudantes Jack Stephens e Jack Pennington correram para se abrigar e arrastar o par para segurança. Whitman atirou num carpinteiro de 26 anos Avelino Esparza ferindo-o gravemente no ombro esquerdo.

Diretamente à entrada este do centro comercial na Guadalupe Street, dois estudantes de 18 anos, chamados Paul Sonntag e Claudia Rutt, encontraram refúgio atrás de uma barricada em construção juntamente com uma adolescente Carla Sue Wheeler. Whitman começou a disparar naquela direção e acertou Sonntag na boca, matando-a instantaneamente. O corpo de Sonntag caiu contra o parquímetro e deixou a barricada ligeiramente aberta. Rutt tentou chegar a Sonntag enquanto Wheeler não deixava; Whitman disparou uma bala que decepou 3 dedos da mão de Wheeler, e acertou Rutt no peito. Rutt morreu mais tarde, no hospital; Wheeler sobreviveu.

Um quarteirão a norte de onde Sonntag e Rutt foram mortas, Whitman matou Harry Walchuk, um estudante de doutorado de 38 anos e pai de 6 crianças. Depois, disparou no repórter Hobert Heard, de 36 anos, no braço enquanto Heard corria contra dois polícias que vinha ao local. Ligeiramente a norte, o calouro de 18 anos, John Allen, foi ferido no braço enquanto ele e os seus familiares olhavam para a torre na universidade do Texas.

Mortos e feridos
Mortes em família
Mortos na torre
Tiros disparados da torre
Mortos mais tarde com ferimentos
Feridos

Com vários estudantes atingidos a sul do centro comercial, um professor de história foi o primeiro a telefonar para o departamento da polícia de Austin às 11:52 da manhã, quatro minutos depois de Whitman ter dado o primeiro tiro da torre. O polícia Billy Speed foi o primeiro polícia a chegar à universidade; ele e o seu colega refugiaram-se atrás de uma parede de pedra. Whitman disparou contra um espaço entre as colunas e a parede e matou Speed. A uma distância de aproximadamente 460 metros Whitman atirou e matou o eletricista de 29 anos, Roy Schmidt enquanto este se tentava esconder atrás de um carro estacionado.

Estudantes e empregados da universidade tentaram assistir e mover os feridos para segurança, arriscando as suas próprias vidas. Um estudante, mais tarde disse que "Aquele foi o momento que distinguiu as pessoas corajosas das pessoas medrosas... eu percebi que era cobarde". Pessoal médico usou um carro blindado e foram provisionadas ambulâncias de casas funerárias para transportar os feridos. Um técnico de ambulância de 30 anos chamado Morris Hohmann levou um tiro na perna na West 23rd Street enquanto tentava evacuar vários feridos. A sua ferida atingiu uma artéria maior. Um colega técnico de ambulância fez-lhe os primeiros socorros antes de este ser levado para o hospital de Brackenridge, o único com sala de urgências. O administrador do hospital de Brackenridge declarou estado de emergência. O pessoal do hospital foi chamado para reforçar os turnos do hospital. Vários voluntários doaram sangue ao hospital e ao banco de sangue de Travis County.

O tiroteio e as notícias do sniper causaram o pânico nas proximidades da universidade. Todos os polícias de Austin em ativo foram solicitados para estarem no campus. Polícias que não estavam em serviço de Travis County e as tropas do departamento de segurança pública do Texas, também foram para a área.

Aproximadamente 20 minutos depois do primeiro tiro da torre, Whitman começou a aperceber-se de fogo cruzado tanto de polícia como de civis armados. Um Ranger do Texas usou uma estudante como isco para perceber de onde vinham os tiros. Neste momento, Whitman escolheu disparar pelas bilhas de água localizadas em casa lado das paredes da torre. Esta atitude protegeu-o dos tiros vindos de baixo, mas limitou o seu número de alvos. O sniper da polícita Marion Lee reportou de um pequeno avião que tinha visto apenas um atirador a disparar do ponto de observação. Lee tentou disparar sobre Whitman do avião, mas a turbulência não ajudou. Whitman disparou para o avião, e saiu do círculo.

Entrada na torre[editar | editar código-fonte]

Três polícias que responderam aos pedidos do sniper eram Ramiro Martinez (acompanhado pelo civil Allen Crum), Houston McCoy e Jerry Day. Antes de avançarem para a torre, McCoy tinha visto o seu colega Billy Speed morrer. Martinez e Day tinham conduzido até à universidade do Texas depois de ouvirem relatórios pela rádio.

Acompanhado pelo civil de 40 anos, Allen Crum - que o trio tinha encontrado enquanto corria para a torre- foram os primeiros a chegar à varanda da observação. Depois de chegarem ao piso 26 por elevador, encontraram M.J. Gabour. Gabour-agarrando os sapatos da mulher- gritou que a sua família tinha sido atingida e tentou pegar na espingarda de Day para matar Whitman pessoalmente. Day consolou-o e levou-o em segurança antes de se juntar a McCoy, Crum e Martinez enquanto iam para o andar número 27.

Por baixo da escadaria que dava para a recepção, o oficial Martinez viu o corpo do adolescente Mark Gabour. Ao seu lado estava uma senhora de meia idade, Marguerite Lamport. Perto, Mike Gabour estava caído contra a parede, com a sua mãe de cara para baixo numa poça de sangue. Os polícias viraram Mary Gabour de lado para prevenir que se afogasse no seu próprio sangue. Mike Gabour fez um gesto para o ponto de observação e disse: "Ele está ali".

Fim do massacre[editar | editar código-fonte]

Saindo para fora pela porta sul, aproximadamente pelas 1:24 da tarde, Martinez, seguido de perto por mcCoy, continuou para norte no ponto de observação, enquanto Day, seguindo por Crum, foram para este, com a intenção de circular Whitman. Alguns passos antes de chegar ao canto sudoeste, Crum, acidentalmente, descarregou a espingarda emprestada. Whitman estava aparentemente sem saber que eles estavam no ponto de observação. Estava parcialmente protegido pelas luzes da torre e numa posição de se defender contra os assaltantes de cada canto, mas a sua atenção para onde Crum tinha descarregado a sua espingarda.

Enquanto Whitman se agachou na sua posição traseira na parede norte, olhando para o canto nordeste do ponto de observação onde o tiro de Crum foi ouvido, Martinez saltou do canto nordeste e rapidamente disparou seis tiros do seu revolver de calibre .38 de uma distância de aproximadamente 15 metros para Whitman - todos falharam. Enquanto Martinez disparava, McCoy saltou para a direita de Martinez e disparou dois tiros fatais com a sua caçadeira, atingindo Whitman na cabeça, pescoço e lado esquerdo.

O corpo de Charles Whitman morto no ponto de observação.

Martinez deitou fora o seu revólver e agarrou na caçadeira de McCoy, correndo para o corpo de Whitman, disparando para o seu braço esquerdo. Martinez deitou a caçadeira pela varanda e rapidamente deixou a cena do crime, repetidamente dizendo: "Apanhei-o". Depois de ajudar os feridos nas escadas, o departamento da polícia de Austin, nomeadamente os oficiais Milton Shoquist, Harold Moe e George Shepard subiram as escadas para se juntarem ao polícia Phillip Cnner e ao agente de segurança pública de Texas W.A. Cowan, chegando ao andar 28. Moe ouviu Martinez enquanto passou a correr a gritar "Apanhei-o" e disse as palavras no rádio.

Ramiro Martinez foi definido- incorretamente- como sendo o polícia que matou Whitman.

A 5 de Agosto de 1966, Houston McCoy apareceu perante o tribunal de Travis para dar a sua testemunha sobre a morte de Charles Whitman. Na audiência, a morte de Whitman foi determinada como homicídio justificado.

Martinez agradeceu a todos os atiradores civis por teres salvado tantas vidas forçando Whitman a resguardar-se, limitando os seus alvos.

Resposta da polícia[editar | editar código-fonte]

Na altura dos tiroteios, a polícia tática não especializada de Austin melhorou a sua resposta a reportes de snipers. Os oficiais foram equipados com revolveres e caçadeiras, que foram ineficazes contra um sniper; alguns voltaram às suas próprias espingardas. Para além disso, a polícia tinha poucos rádios e o sistema telefónico da cidade estava sobrecarregado.

Investigações[editar | editar código-fonte]

Autópsia[editar | editar código-fonte]

Apesar de Whitman ter drogas prescritas, e estar na posse de Dexedrine na altura da sua morte, não foi feito nenhum teste toxicológico primeiramente porque Whitman foi embalsamado a 1 de Agosto, depois de o corpo ser trazido para uma casa funerária em Austin. Contudo, uma autópsia foi pedida nas cartas de suicídio deixadas por Whitman, e foi depois aprovada pelo seu pai,

A 2 de Agosto, uma autópsia foi conduzida ao corpo de Charles Whitman pela Dr. Chenar (um neuro patologista no hospital público de Austin) na casa funerária de Austin, Texas. Urina e sangue foram removidos para testar anfetaminas e outras substâncias. Durante a autópsia, Dr. Chenar descobriu um tumor cerebral designado como astrocytoma, e era aproximadamente do tamanho de uma avelã. Também detetou uma pequena quantidade de necroses no tumor, e concluiu que o tumor não tinha tido efeito nas ações de Whitman no dia anterior. Este resultado foi, mais tarde, revisto pela comissão Connally.

Comissão Connally[editar | editar código-fonte]

Nos dias depois do tiroteio, o governador do Texas John Connally comissionou uma força de intervenção de profissionais para examinar a autópsia física e material relacionado com as ações e motivos de Whitman. A comissão era composta por neuro cirurgiões, psiquiatras, patologistas, psicólogos e dos diretores do centro de saúde de Texas Dr. John White e Dr. Maurice Heatly. A comissão Connally fez testes toxicológicos em vários orgãos de Whitman algumas semanas depois do seu corpo ser exumado. Os testes toxicológicos não revelaram nada significante. Examinaram as lamelas do tumor, tirando amostras do mesmo e de mais tecido cerebral de Whitman.

Depois da audiência de três horas a 5 de Agosto a comissão disse que as descobertas iniciais da autópsia conduzida a 2 de Agosto tinham tido erro: que o tumor encontrado teve influência nas ações de Whitman. Especificamente, o material da autópsia da comissão, incluindo uma lamela contendo duas peças do cérebro de Whitman, revistas por Dr. William O. Russell (patologista chefe do hospital de MD Anderson e chefe de patologia no grupo de trabalho de patologia num estudo do governo), Dr. Kenneth M. Earle (Chefe neurologista das forças armadas), Dr. Joseph A. Jachimczyk (professor clínico de patologia forense na universidade do Texas) e Dr. Paul I. Yakovlev (professor clínico do museu Warren , Emeritus, da escola médica de Harvard e consultor de neuropatologia no hospital público). O reporte tem data de 8 de Setembro de 1966, dizendo que o tumor removido por Dr. Chenar tinha resíduos de glioblastoma multiforma, com vastas áreas de necrose e paliçada de células. O relatório também reportava "uma componente vascular fabulosa", que disseram como tendo "a natureza de mal formação congénita". O psiquiatra contribuiu para o relatório de Connally concluindo que "a relação entre o tumor cerebral e...as ações de Whitman...não podem ser ligadas com certeza. Contudo, o tumor pode ter contribuído para a sua capacidade de controlar as emoções e as suas ações", enquanto que os neurologistas e os neuropatologistas concluíram que "a afirmação de que existe conhecimento sobre o cérebro orgânico não nos permite explicar as ações de Whitman no dia 1 de Agosto".

Os investigadores forense teorizaram que o tumor estava a pressionar contra a região da amígdala. O cérebro contém duas amígdalas, uma em casa lado, e as amígdalas são conhecidas por afetar as respostas. Alguns neurologistas especularam que a condição médica de Whitman foi de alguma forma responsável pelos ataques, em adição à sua influência social e referências.

Ajuda à vítima[editar | editar código-fonte]

A comissão Connally recomendou que a universidade e estado ajudassem os feridos e aqueles afetados pelos eventos. Ajuda aos sobreviventes e feridos incluiam empréstimos, com a Universidade do Texas e as agências do estado a ajudarem temporariamente com problemas médicos e mentais, e suportar a reabilitação. As recomendações não foram colocada sob efeito.

Investigação do historial médico[editar | editar código-fonte]

Investigadores detectaram que Whitman tinha visitado vários médicos da universidade no ano anterior ao tiroteio, e foram receitados vários medicamentos. Whitman viu, pelo menos, 5 médicos entre o Outono e o Inverno de 1965, antes de ter visitado um psiquiatra. Foi-lhe receitado Valium pelo Dr. Jan Cochrum, que lhe recomendou visitar o psiquiatra da universidade.

Whitman conheceu Maurice Dean Heatly, o psiquiatra da universidade do Texas, a 29 de Março de 1966. Whitman refere a sua visita a Heatly na sua carta de suicídio. Disse: "Falei com o Doutor uma vez durante duas horas e tentei transmitir-lhe os meus medos e que me sentia doente e com impulsos violentos. Depois de uma visita, nunca mais vi o Doutor novamente, e desde essa altura que tenho estado a tratar deste tumulto sozinho, e aparentemente sem sucesso".

Durante o comando de Whitman na torre, a universidade percebeu que o atirador tinha sido um estudante. Uma vez que a sua identidade foi revelada, oficiais conduziram uma investigação sobre Whitman e descobriram que este tinha visitado o centro de saúde da universidade em várias ocasiões. A universidade não deu acesso aos relatórios médicos e história académica de Whitman na universidade do Texas, citando questões legais e éticas.

As notas de Dr. Heatly na visita, refletem os próprios comentários de Whitman sobre sentir hostilidade:

Esta massiva juventude parece estar cheia de hostilidade [...] que algo parece estar a acontecer com ele e que não parece ser ele.

Dr. Heatly também se referiu a uma declaração de Whitman:

Ele admite ter grandes períodos de hostilidade com pouco de provocação. Vários inquéritos com intenção de analisar as suas exatas experiências não tiveram muito sucesso com a exceção desta vívida referência a "pensar sobre ir à torre com uma espingarda e começar a matar pessoas".

Funeral[editar | editar código-fonte]

Um serviço de funeral para Charles Whitman e a sua mãe, Margaret, foi dado na paróquia da família em Lake Worth a 5 de Agosto de 1966. O serviço católico foi dado pela padre Tom Anglin. Como veterano, Whitman foi homenageado com honras militares; o seu caixão foi tapado com a bandeira americana. Foi enterrado no cemitério de Florida Hillcrest ao lado da sua mãe. O seu irmão John M., que foi assassinado fora de um clube noturno em Lake Worth em 1973, foi mais tarde enterrado ao lado da sua mãe e irmão.

Memórias[editar | editar código-fonte]

Ponto de observação[editar | editar código-fonte]

Depois do tiroteio, o ponto de observação da torre foi fechado a visitantes. Em 1967, a universidade do Texas gastou $5000 para reparar os buracos de balas feitos pelo tiroteio. A torre reabriu em 1968. Depois dos suicídios de 4 pessoas na torre desde a reabertura até 1974, a torre foi fechada ao público por uma segunda vez em 1975. Abriu novamente em 15 de Setembro de 1999, mas apenas com acesso controlado. Os visitantes apenas são permitidos com visitas guiadas com marcações, e depois de serem analisados com um detetor de metais. Outras medidas de segurança, incluindo grades de aço inoxidável, foram instaladas.

Jardim de memória na universidade do Texas[editar | editar código-fonte]

Em Janeiro de 2003, a universidade do Texas em Austin comprometeu-se com $200.000 e conseguiu mais $800.000 para criar o "Jardim de memórias" dedicado a reconhecer as mortes de 1 de Agosto de 1966. Este jardim foi criado em 2006, 40 anos depois do evento. Uma placa de bronze, dedicada a todos os afetados, foi colocada próxima do lago.

Placa dos "Heróis da Torre"[editar | editar código-fonte]

Em 2008, no 42º aniversário dos ataques, foram adicionados nomes numa placa no edifício da polícia em Austin, dedicado aos policias e civis que ajudaram a parar Whitman em 1 de Agosto de 1966. Com exceção de Billy Speed, o único policial morto pelo sniper e Marion Lee, um atirador que tentou atirar de um avião, os nomes na placa foram daqueles que atacaram na torre; é reconhecido que faltam nomes.

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Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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