Constantino Dragases

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Constantino Dragas)
 Nota: Para o neto de Constantino e imperador bizantino de mesmo nome, veja Constantino XI Paleólogo.
Constantino Dragases
Constantino Dragases
Uma página dos Evangelhos de Ivan Alexander (cópia de Londres). Lord Konstantin Dejanovic, Kera-Tamara, Kerica, Desislava.
Rei da Sérvia
 
Nome completo  
Константин Дејановић / Konstantin Dejanović
Casa Dejanović
Religião Catolicismo


Constantino Dragases (em cirílico sérvio: Константин Дејановић - Konstantin Dejanović; fl. 1365-1395) foi um magnata sérvio que governou uma grande província na região oriental da Macedônia como vassalo do Império Otomano na época da queda do Império Sérvio. Ele sucedeu ao seu irmão mais velho, João Dragases, que já era vassalo dos otomanos desde a Batalha de Maritsa (1371), na qual boa parte da nobreza sérvia foi aniquilada. Os irmãos mantiveram um governo próprio e cunharam moedas de acordo com o estilo dos Nemânia. Sua filha, Helena Dragasa (Jelena) se casou com o imperador bizantino Manuel II Paleólogo em 1392. Constantino caiu na Batalha de Rovine em 17 de maio de 1395 lutando pelos otomanos contra a Valáquia juntamente com outros magnatas sérvios como Estêvão Lazarević e Marco Mrnjavčević.

O neto de Constantino e o último imperador bizantino, Constantino XI Paleólogo , foi batizado em sua homenagem e utilizava o nome Dragases junto ao seu.

História[editar | editar código-fonte]

Bálcãs em 1400

Primeiros anos[editar | editar código-fonte]

O pai de Constantino era um déspota e um sebastocrator chamado Dejan que governava a região de Kumanovo sob o governo de Estêvão Uresis IV (r. 1331–1355). A mãe de Constantino, Teodora Nemânica, era meia-irmã de Duxã (Dušan). Seus avôs maternos eram o rei Estêvão Uresis III (r. 1321–1331) e Maria Paleóloga.

Reinado[editar | editar código-fonte]

Por volta de 1365, João Dragases, irmão mais velho de Constantino, estava defendendo Štip e Estrúmica. João fora elevado a déspota pelo imperador Uresis V antes de 1373 da mesma forma que o imperador Estêvão Uresis IV havia elevado Dejan, o pai dos irmãos. Fontes otomanas relatam que, em 1373, o exército otomano coagiu "Saruyar" (João), da região do alto Estrimão, a reconhecer-se como vassalo.[1] Constantino havia ajudado o irmão a governar suas terras e, quando ele morreu em 1378-1379, o sucedeu, conseguindo juntar ao seu domínio grandes porções do nordeste da Macedônia e do vale do Estrimão.

Ele cunhou moedas como fizera o irmão.[2] A família Dragases doou generosamente para diversos mosteiros em Monte Atos, incluindo Hilandar, Pantaleão (Rossikon) e Vatopédi. Em 10 de fevereiro de 1392, sua filha, Helena Dragasa (Jelena), se casou com Manuel II Paleólogo e, no dia seguinte, foram ambos coroados pelo patriarca Antônio IV de Constantinopla.[3]

Depois da Batalha de Maritsa, os sérvios foram forçados à vassalagem, mas mantiveram as ligações próximas que já tinham com os vizinhos cristãos, incluindo o Império Bizantino. Em 1395, junto com seu vizinho e aliado, o rei sérvio de Prilepo Marco, Constantino foi morto lutando pelo sultão otomano Bajazeto I contra Mircea I em Rovine, perto de Craiova. Os otomanos batizaram a capital de Constantino, Velbažd/Velbužd, em homenagem a ele: Köstendil (a atual cidade búlgara de Kyustendil).

Família[editar | editar código-fonte]

Constantino Dragases se casou duas vezes. Alguns teorizam que sua primeira esposa teria sido Kera Tamara, a filha do czar João Alexandre da Bulgária, que se casou com um déspota chamado Constantino, mas a teoria vem sendo refutada pelos historiadores. Sua segunda esposa foi Eudóxia de Trebizonda, filha do imperador Aleixo III de Trebizonda e Teodora Cantacuzena. Com a primeira esposa, Constantino teve pelo menos uma filha e, possivelmente, um filho:

  • Helena Dragasa (Jelena Dragaš - posteriormente, já como freira, Hipômona), que se casou com o imperador bizantino Manuel II Paleólogo e morreu em 13 de maio de 1450. Eles tiveram muitos filhos, incluindo os dois últimos imperadores bizantinos. Um deles, Constantino XI, adicionou o nome Dragases (em grego Dragases) ao seu.[4]

Legado[editar | editar código-fonte]

Constantino é venerado na poesia épica sérvia como Beg Kostadin (nos poemas ele recebeu o título de bei por ter se tornado um vassalo otomano).[5]

Referências

  1. Edition de lA̕cadémie bulgare des sciences, 1986, "Balkan studies, Vol. 22" p. 38
  2. David Michael Metcalf, "Coinage in South Eastern Europe, 820-1396", Royal Numismatic Society, 1979, p. 322
  3. Donald M. Nicol, "Byzantium and Venice: a study in diplomatic and cultural relations", p. 331
  4. Head, Constance (1977), Imperial Twilight: The Palaiologos Dynasty and the Decline of Byzantium, Nelson-Hall, p. 145 
  5. Čubelić, Tvrtko (1970). Epske narodne pjesme: izbor tekstova s komentarima i objašnjenjima i rasprava o epskim narodnim pjesmama (em Serbian) 6 ed. [S.l.: s.n.] p. cxii. Kostadin — beg Kostadin historijsko lice; sin je Dušanova velikaša Dejana, a bio je gospodar sjeveroistočne Makedonije. Poslije bitke na Marici 1371. postao je turski vazal; zato ga pjesma naziva beg Kostadin 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]