Cum occasione

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Brasão de Armas do Papa Inocêncio X.

Cum occasione é uma constituição apostólica na forma de uma bula papal promulgada pelo Papa Inocêncio X em 1653 que condenou cinco proposições que supostamente foram encontradas no Augustinus de Cornelius Jansen como heréticas.[1]

Os cinco erros de Jansen sobre a Graça condenados em Cum occasione são:

  1. “Alguns dos mandamentos de Deus são impossíveis para os homens justos que desejam e se esforçam para cumpri-los, considerando os poderes que eles realmente possuem; também lhes falta a graça pela qual esses preceitos podem tornar-se possíveis”.[2][a]
  2. “No estado de natureza decaída, ninguém resiste à graça interior.”[2][3]
  3. “Para merecer ou desmerecer, no estado de natureza decaída, devemos estar livres de todas as restrições externas, mas não da necessidade interior.”[4][b]
  4. "Os semipelagianos admitiram a necessidade da graça preventiva interior para todos os atos,[c] mesmo para o início da fé; mas caíram na heresia ao fingir que esta graça é tal que o homem pode segui-la ou resistir-lhe."[4][d]
  5. “É semipelagiano dizer que Cristo morreu ou derramou o Seu sangue por todos os homens.”[4][e]

Bernard Otten explicou, em Um manual de história dos dogmas, que as primeiras quatro destas proposições são absolutamente condenadas como heréticas; enquanto a quinta é condenada como herética quando tomada no sentido de que Cristo morreu apenas pelos predestinados.[4]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. Denzinger (2012, n. 2001) traduziu a primeira proposição como: "Alguns dos mandamentos de Deus não podem ser observados pelos homens justos com a força que têm no estado atual, mesmo que desejem e se esforcem para observá-los; eles não têm a graça que tornaria possível a sua observância."
  2. Onde Otten traduziu "devemos estar livres de todas as restrições externas, mas não da necessidade interior", Denzinger traduziu como "é necessário que o homem esteja livre da necessidade, mas a liberdade da coerção é suficiente." [4][5]
  3. Onde Otten traduziu "graça preventiva interior", Denzinger traduziu como "graça interior preveniente".[4][6]
  4. Onde Otten traduziu "mas eles caíram na heresia ao fingir que esta graça é tal que o homem pode segui-la ou resistir-lhe", Denzinger traduziu como "e a heresia deles consistia nisto, que eles consideravam esta graça tal que a vontade humana poderia ou resistir ou submeter-se a ela."[4][6]
  5. Onde Otten traduziu "para todos os homens", Denzinger acrescentou "para todos os homens, sem exceção".[4][7]

Referências

  1. Denzinger 2012, n. 2001–2007.
  2. a b Otten 1918, p. 508.
  3. Denzinger 2012, n. 2002.
  4. a b c d e f g h Otten 1918, p. 509.
  5. Denzinger 2012, n. 2003.
  6. a b Denzinger 2012, n. 2004.
  7. Denzinger 2012, n. 2005.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]