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Isópteros: diferenças entre revisões

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m de termiteira para cupinzeiro (nome mais comum no Brasil e para evitar repetições: termiteira - termiteiro)
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Existem também reprodutores secundários ([[neotenia|neotênicos]], formados a partir de ninfas cujos órgãos sexuais amadurecem sem que o desenvolvimento geral se complete), que podem substituir rei e rainha quando esses morrem, e às vezes ocorrem em grande número numa mesma colônia. Os membros da família Kalotermitidae não possuem operários verdadeiros, mas esse papel é desempenhado por ninfas (pseudo-operários ou "pseudergates") que retêm a capacidade de se transformar em alados ou soldados.
Existem também reprodutores secundários ([[neotenia|neotênicos]], formados a partir de ninfas cujos órgãos sexuais amadurecem sem que o desenvolvimento geral se complete), que podem substituir rei e rainha quando esses morrem, e às vezes ocorrem em grande número numa mesma colônia. Os membros da família Kalotermitidae não possuem operários verdadeiros, mas esse papel é desempenhado por ninfas (pseudo-operários ou "pseudergates") que retêm a capacidade de se transformar em alados ou soldados.


Existem também cupins desprovidos de soldados, como é o caso de todos os representantes neotropicais da subfamília Apicotermitinae. Alguns cupins possuem dois ou três tipos de soldados, sempre de tamanhos diferentes, e às vezes morfologicamente tão distintos que poderiam passar por espécies diferentes.
Existem também cupins_|_professora vadia desprovidos de soldados, como é o caso de todos os representantes neotropicais da subfamília Apicotermitinae. Alguns cupins possuem dois ou três tipos de soldados, sempre de tamanhos diferentes, e às vezes morfologicamente tão distintos que poderiam passar por espécies diferentes.


A dispersão e fundação de novas colônias geralmente ocorre num determinado período do ano, coincidindo com o início da estação chuvosa. Nessa época, ocorrem as revoadas de cupins alados (chamados popularmente de aleluias, ararás, cupins, sililuias, siriruias<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 80.</ref> ou siriris), dos quais alguns poucos conseguem se acasalar e fundar uma nova [[colónia (biologia)|colônia]].
A dispersão e fundação de novas colônias geralmente ocorre num determinado período do ano, coincidindo com o início da estação chuvosa. Nessa época, ocorrem as revoadas de cupins alados (chamados popularmente de aleluias, ararás, cupins, sililuias, siriruias<ref>FERREIRA, A. B. H. ''Novo dicionário da língua portuguesa''. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 80.</ref> ou siriris), dos quais alguns poucos conseguem se acasalar e fundar uma nova [[colónia (biologia)|colônia]].

Revisão das 17h44min de 14 de maio de 2013

 Nota: Para outros significados, veja Isópteros (desambiguação).


Como ler uma infocaixa de taxonomiaCupim
Cupins Coptotermes formosanus
Cupins Coptotermes formosanus
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Isoptera
Famílias
Mastotermitidae

Kalotermitidae
Termopsidae
Hodotermitidae
Rhinotermitidae
Serritermitidae
Termitidae

Os isópteros (Isoptera) são uma ordem de insetos eusociais, conhecida popularmente como cupim (no Brasil), térmite ou térmita (em Portugal), salalé (em Angola) e muchém (em Moçambique). Com cerca de 2.800 espécies catalogadas no mundo, esses insetos são notórios por sua importância econômica como pragas de madeira e de outros materiais celulósicos, ou ainda pragas agrícolas, entretanto, apenas cerca de 10% das espécies conhecidas estão registradas como tal.

Em número de espécies, a ordem Isoptera deve ser considerada intermediária entre os insetos, já em termos de biomassa e abundância, os cupins apresentam enorme significância e podem ser comparados às formigas, minhocas, mamíferos herbívoros das savanas africanas ou seres humanos, por exemplo, e estão entre os mais abundantes invertebrados de solo de ecossistemas tropicais. Esta grande abundância dos cupins nos ecossistemas, aliada à existência de diferentes simbiontes, confere a estes insetos a possibilidade de desempenhar papéis como o de "super decompositores" e auxiliares no balanço Carbono-Nitrogênio (Higashi & Abe, 1997).

Etimologia

"Cupim" originou-se do termo tupi kopi'i[1]. "Térmite" origina-se do termo latino TARMITE, "verme"[2]. "Arará" originou-se do tupi ara'rá[3].

Distribuição Geográfica

A maioria das espécies de cupins vive nas regiões tropicais e subtropicais, com algumas poucas se estendendo até latitudes mais elevadas, raramente além de 40o norte ou sul. Mais espécies de cupins podem ser encontradas num único hectare de floresta ou savana tropicais do que em toda a América do Norte e Europa juntas. Cupins podem chegar facilmente ao nono andar de um prédio.

Taxonomia

Rainha.

Os cupins são insetos hemimetábolos, com metamorfose gradual, e aparelho bucal mastigador; são ortopteróides e formam um grupo monofilético com as baratas e louva-deuses, os Dictyoptera = (Blattaria + Isoptera) + Mantodea. Muito vem sendo discutido a respeito das relações internas dentro de Dictyoptera, inclusive, se a ordem Isoptera deve ou não continuar sendo utilizada, já que um gênero de baratas que vivem em madeira (Cryptocercus) é filogeneticamente mais próximo dos cupins do que das demais baratas.[4][5][6] Desta forma as baratas seriam um grupo parafilético, mas também se poderiam considerar os cupins como uma família (Termitidae) dentro de Blattaria: Blattaria = Outras Baratas + (Cryptocercus + Termitidae).[7]

A classificação mais aceite divide a ordem Isoptera em sete famílias: Mastotermitidae, Hodotermitidae, Termopsidae, Kalotermitidae, Rhinotermitidae, Serritermitidae e Termitidae (Grassé, 1986). As seis primeiras são os chamados cupins "inferiores" (que apresentam protozoários simbiontes para produção da celulase, como a triconinfa ou a Mixotricha paradoxa) e a família Termitidae, que inclui mais de 70% dos cupins do mundo, são os chamados cupins "superiores" (que possuem bactérias para produzirem a sua própria celulase). No Brasil são encontradas apenas as famílias: Kalotermitidae, Rhinotermitidae, Serritermitidae e Termitidae.

  • Os Kalotermitidae são capazes de viver em madeira seca sem contato com o solo e nunca constroem ninhos.
  • Os Rhinotermitidae são na maioria subterrâneos e se alimentam de madeira, e alguns deles são pragas importantes.
  • Serritermitidae, até recentemente continha uma única espécie, Serritermes serrifer, que ocorre apenas no Brasil. Novas evidências indicam que Glossotermes oculatus, espécie da Amazônia previamente incluída em Rhinotermitidae, também pertence a Serritermitidae.
  • A família Termitidae é bastante diversificada, e compreende cerca de 85% das espécies de cupins conhecidas do Brasil. Dentre os Termitidae, alguns são comedores de madeira, de folhas, de húmus, e também cultivadores de fungo (que não ocorrem no Brasil), e muitos constroem ninhos grandes e complexos.

Estes ninhos, em muitas espécies constituem os chamados cupinzeiros ou termiteiros. São montes de forma aproximadamente cilíndrica que podem atingir até nove metros de altura. São feitos de uma pasta de terra, fragmentos de madeira, excrementos e saliva produzida pelas próprias térmitas.

Para se deslocarem à superfície protegendo-se dos seus predadores (formigas, aves, etc.) e evitar a luz do sol, constroem com grande rapidez túneis em que usam o mesmo tipo de pasta.

Colônia

Dejeto de cupim ao canto de uma mesa de madeira

Todos os cupins são eussociais, possuindo castas estéreis (soldados e operários). Uma colônia típica é constituída de um casal reprodutor, rei e rainha, que se ocupa apenas de produzir ovos; de inúmeros operários, que executam todo o trabalho e alimentam as outras castas; e de soldados, que são responsáveis pela defesa da colônia.

Existem também reprodutores secundários (neotênicos, formados a partir de ninfas cujos órgãos sexuais amadurecem sem que o desenvolvimento geral se complete), que podem substituir rei e rainha quando esses morrem, e às vezes ocorrem em grande número numa mesma colônia. Os membros da família Kalotermitidae não possuem operários verdadeiros, mas esse papel é desempenhado por ninfas (pseudo-operários ou "pseudergates") que retêm a capacidade de se transformar em alados ou soldados.

Existem também cupins_|_professora vadia desprovidos de soldados, como é o caso de todos os representantes neotropicais da subfamília Apicotermitinae. Alguns cupins possuem dois ou três tipos de soldados, sempre de tamanhos diferentes, e às vezes morfologicamente tão distintos que poderiam passar por espécies diferentes.

A dispersão e fundação de novas colônias geralmente ocorre num determinado período do ano, coincidindo com o início da estação chuvosa. Nessa época, ocorrem as revoadas de cupins alados (chamados popularmente de aleluias, ararás, cupins, sililuias, siriruias[8] ou siriris), dos quais alguns poucos conseguem se acasalar e fundar uma nova colônia.

Referências

  1. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.510
  2. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.1 667
  3. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 156.
  4. Eggleton et al., 2007
  5. Inward et al., 2007
  6. Lo et al., 2007
  7. Inward et al. (2007)
  8. FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 80.

Eggleton, P.; Beccaloni, G. & Inward, D. 2007. Response to Lo et al.. Biology letters. 3, 564–565 doi:10.1098/rsbl.2007.0367

Grassé, P.P. 1986. Termitologia: Comportement, socialité, écologie, évolution, systématique. Tome III, Masson, Paris, 715 p.

Higashi, M. & Abe. T., 1997. Global diversification of termites driven by the evolution of symbiosis and sociality. p. 83-112. In: Abe, T., Levin. S.A. & Higashi. M. (eds) Biodiversity- An Ecological Perspective. Springer - Verlag New.

Inward, D.J.G.; Beccaloni, G. & Eggleton, P. 2007a. Death of an order: a comprehensive molecular phylogenetic study confirms that termites are eusocial cockroaches. Biology Letters. 3(3): 331-335.

Lo, N.; Engel, M.S.; Cameron, S.; Nalepa, C.A.; Tokuda, G.; Grimaldi, D.; Kitade, O.; Krishna, K.; Klass, K.D.; Maekawa, K.; Miura, T. & Thompson, G.J. 2007. Save Isoptera: A comment on Inward et al. Biology Letters. doi:10.1098/rsbl.2007.0264

Ligações externas