Saltar para o conteúdo

Daúde ibne Iázide ibne Hatim Almoalabi

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Para outros significados, veja Daúde.

Daúde ibne Iázide ibne Hatim Almoalabi (em árabe: داود بن يزيد بن حاتم المهلبي‎‎; romaniz.: Dawud ibn Yazid ibn Hatim al-Muhallabi; m. 820 ou 821) foi um governador provincial do Califado Abássida no final do século VIII e começo do IX. Um membro da proeminente família dos moalábidas, foi brevemente governador das províncias ocidentais de Ifríquia (787 ou 788) e Egito (790-791), depois do que foi nomeado à província ocidental de Sinde (800), onde serviu pelo resto de sua vida.

Vida[editar | editar código-fonte]

Daúde foi filho de Iázide ibne Hatim, que serviu como governador de Ifríquia aos califas Almançor, Almadi, Alhadi e Harune Arraxide. Iázide morreu cedo no reinado e Arraxide, e Daúde temporariamente sucedeu-o como governador. Sua liderança, contudo, provou-se inadequada, e a autoridade do governo dentro da província começou a enfraquecer. Como resultado, Arraxide nomeou Rau ibne Hatim, tio de Daúde, para tomar controle da Ifríquia.[1][2][3] Depois disso, Daúde foi nomeado como governador do Egito e 790. Após servir lá por pouco mais de um ano, foi demitido do posto e substituído pelo príncipe Muça ibne Issa.[4]

Em 800, Daúde foi investido como governador de Sinde[5][6] e recebeu a missão de pacificar a província, que foi assolada por longínquos conflitos entre as tribos árabes locais. Inicialmente enviou seu irmão Muguira para tomar controle de Almançora, mas os habitantes da cidade rebelaram-se e repeliram-o. Daúde então entrou em Sinde a força e sitiou Almançora, que conseguiu tomar vários meses depois. Ele então avançou para assegurar que outras cidades de Sinde, assim firmemente restabelecendo o controle abássida.[7] Daúde continuou como governador de Sinde pelas duas décadas seguinte, o mandado mais longo entre todos os governadores do começo do período abássida.[8] As condições na província permaneceram tranquilas pelo resto de sua administração.[9] Ele morreu em 820 ou 821 e foi sucedido por seu filho Bixer;[3][10] Califa ibne Caiate data sua morte em 815-816.[11]

Referências

  1. Iacubi 1883, p. 496.
  2. Califa ibne Caiate 1985, p. 441, 446, 464.
  3. a b Crone 1993, p. 360.
  4. Alquindi 1912, p. 133-4.
  5. Atabari 1989, p. 173.
  6. Califa ibne Caiate 1985, p. 463.
  7. Iacubi 1883, p. 494.
  8. Kennedy 1981, p. 76.
  9. Baladuri 1924, p. 231.
  10. Atabari 1989, p. 106.
  11. Califa ibne Caiate 1985, p. 470.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Alquindi, Maomé ibne Iúçufe (1912). Guest, Rhuvon, ed. The Governors and Judges of Egypt. Leida e Londres: E. J. Brill 
  • Baladuri, Amade ibne Jabir (1924). Francis Clark Murgotten, ed. The Origins of the Islamic State, Part II. Nova Iorque: Columbia University 
  • Crone, P. (1993). «al-Muhallab b. Abī Ṣufra». The Encyclopedia of Islam, New Edition, Volume VII: Mif–Naz. Leida e Nova Iorque: BRILL. ISBN 90-04-09419-9 
  • Iacubi, Amade ibne Abu Iacube (1883). M. Th. Houtsma, ed. Historiae, Vol. 2. Leida: E. J. Brill 
  • Kennedy, Hugh (1981). The Early Abbasid Caliphate: A Political History. Londres: Croom Helm. ISBN 0389200182 
  • Atabari (1989). Bosworth, C. E., ed. The History of al-Ṭabarī, Volume XXX: The ʿAbbāsid Caliphate in Equilibrium. The Caliphates of Musa al-Hadi and Harun al-Rashid, A.D. 785–809/A.H. 169–193. Albany, Nova Iorque: State University of New York Press. ISBN 0-88706-564-3