Desastre ferroviário de Custóias
Desastre Ferroviário de Custóias | |
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Duração | 26 de Julho de 1964 |
Danos | Material circulante da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses destruído |
Vítimas | 90 mortos e 105 feridos |
Áreas afetadas | Linha do Porto à Póvoa e Famalicão |
O Desastre Ferroviário de Custóias, igualmente conhecido como Desastre de Custóias, foi um acidente ferroviário ocorrido em 26 de Julho de 1964, na Linha do Porto à Póvoa e Famalicão, em Portugal, que resultou em 90 mortos e 105 feridos.
Caracterização
![](http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/66/Allan_9300.jpg/220px-Allan_9300.jpg)
O acidente
Na noite de 26 de Julho de 1964[1], um comboio, composto pela automotora 9309 e por um reboque[2], estava a viajar da Póvoa de Varzim para o Porto, na Linha do Porto à Póvoa e Famalicão, com um grande número de passageiros, que regressavam de um fim de semana na praia.[1] Durante o percurso, a cerca de 9 quilómetros de distância do Porto, o reboque soltou-se e descarrilou, tendo chocado contra o paredão de uma ponte[1][3], e incendiado-se em seguida.[2] O comboio encontrava-se a circular a uma velocidade de cerca de 80 quilómetros por hora.[1] O reboque estava completo, com todos os 68 lugares sentados ocupados, e os restantes passageiros a pé.[1]
Foi, até à data, o pior acidente ferroviário em Portugal, tendo falecido 90 pessoas[4], e ficado feridas outras 105[1], tendo 74 ficado hospitalizadas.[4]
No local, estiveram os Bombeiros Voluntários de Leixões.[5]
Investigação
Logo após a ocorrência, foi organizada uma comissão de três engenheiros da Companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses, auxiliados por três técnicos da Direcção-Geral de Transportes Terrestres, para realizar um inquérito, e apurar as responsabilidades.[3][6] O relatório produzido pela comissão foi entregue à Direcção-Geral, e apresentado ao Ministério das Comunicações, tendo sido, por sua vez, revisto por uma outra comissão da Direcção-Geral.[6]
Apurou-se que o reboque circulava com excesso de peso, uma vez que a sua capacidade máxima era de 100 passageiros, embora viajassem no seu interior, na altura do acidente, cerca de 300 pessoas; este factor, aliado a um possível excesso de velocidade, provocou a quebra dos engates entre o reboque e a automotora, e o consequente descarrilamento do reboque.[4] O motorista negou que a sua velocidade era superior a 50 quilómetros, embora alguns passageiros e o revisor tenham afirmado que o comboio circulava em excesso de velocidade.[4]
Ver também
Referências
- ↑ a b c d e f «81 Mortos Num Desastre em Portugal». New Bedford, Massachusetts. Diario de Noticias. 45 (14320). 1 páginas. 27 de Julho de 1964
- ↑ a b AMARO, Jaime (2005). «Automotoras Allan de Via Estreita - Meio Século de Existência». Entroncamento: Associação de Amigos do Museu Nacional Ferroviário. O Foguete. 4 (13): 8, 10. ISSN 124550 Verifique
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(ajuda) - ↑ a b «A tragédia da linha da Póvoa de Varzim». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 77 (1839). 208 páginas. 1 de Agosto de 1964
- ↑ a b c d «Não chegou a atingir a centena o número de mortos». Diário de Notícias (14324). New Bedford, Massachusetts. 31 de Julho de 1964. 6 páginas Erro de citação: Código
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inválido; o nome "DN1964II" é definido mais de uma vez com conteúdos diferentes - ↑ COSTA, Júlio Pinto da (2 de Dezembro de 2011). «História da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Leixões». Bombeiros Voluntários de Leixões. Consultado em 11 de Julho de 2012
- ↑ a b «O Desastre da Linha da Póvoa». Gazeta dos Caminhos de Ferro. 77 (1842). 256 páginas. 16 de Setembro de 1964