Descrição

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A descrição (do latim descriptio, onis, figura, representação, de describere, escrever conforme o original, copiar, transcrever) é a enumeração das características próprias dos seres, coisas, cenários, ambientes, costumes, impressões etc.[1] A visão, o tato, a audição, o olfato e o paladar constituem a base da descrição.[2]

Segundo o arquiteto e designer gráfico Richard Saul Wurman, existem três meios para se descrever: palavras ou textos, imagens e números. Geralmente, as melhores descrições são dependentes de todos os três meios, mas em algumas situações, um meio deve predominar, enquanto que os outros dois sirvam de apoio.[3]

Estrutura[editar | editar código-fonte]

Os tipos mais comuns de verbos em descrições são os verbos de ligação (ser, estar, ficar etc) porque gramaticalmente esses verbos ligam os seres (substantivos) às características (adjetivos). A estrutura de um texto descritivo contém:[4]

  • Introdução: é quando o ponto de vista de quem está observando focaliza o ser ou objeto e o distingue.
  • Desenvolvimento: o observador captura elementos do objeto em uma ordem coerente devendo caracterizá-los de forma objetiva ou subjetivamente, ou ambas.
  • Conclusão: não há um momento específico para a conclusão em textos descritivos, considera-se a conclusão quando a caracterização estiver completa.

O estilo da descrição pode ser idealista se a fantasia do escritor embeleza o objeto descrito, ou realista quando busca o máximo de fidelidade na transposição. Ainda dependendo da retórica clássica, poderia ser definida em hipotipose, segundo La Fontainer "pinta as coisas de maneira tão viva e energética que as põe de algum modo sob os olhos, e faz de um relato ou de uma descrição uma imagem, um quadro ou mesmo uma cena viva" e seu oposto a diatipose.[1]

Tipos de descrição[editar | editar código-fonte]

Um texto descritivo pode ser apresentado de duas maneiras:

Descrição objetiva[editar | editar código-fonte]

Quando se descreve os aspectos físicos e tangíveis de algo, como altura, largura, peso, cor etc, ou seja, a realidade concreta, como todo mundo vê o objeto.[5]

Descrição subjetiva[editar | editar código-fonte]

participação maior da emotividade de quem escreve, ou seja, tem foco nas impressões causadas pelo descritor nem sempre sendo comprovável por meio da observação.[6]

Exemplo
Era um pobre-diabo caminhando para os setenta anos, antipático, cabelo branco, curto e duro, como escova, barba e bigode do mesmo teor; muito macilento, com uns óculos redondos que lhe aumentavam o tamanho da pupila e davam-lhe à cara uma expressão de abutre, perfeitamente de acordo com o seu nariz adunco e com a sua boca sem lábios: viam-se-lhe ainda todos os dentes, mas, tão gastos, que pareciam limados até ao meio.
Aluísio Azevedo, O Cortiço , Capítulo II

Em desuso, usou-se definir as descrições por tipo de objeto descrito, assim topografia é a descrição de lugares, a prosopografia, a descrição de aspectos externos do personagem, cronografia, a descrição do tempo através de aspectos da natureza, a etopeia quando se descreve hábitos e costumes do personagem etc.[1]

Referências

  1. a b c Massaud Moisés. Dicionário de termos literários. Editora Cultrix; 2002. ISBN 978-85-316-0130-9. p. 118.
  2. Emília Amaral; Severino Antônio; Mauro Ferreira do Patrocínio. Novo manual nova cultural: redação - gramática - literatura - interpretação de texto - testes e exercícios. Ed. Nova Cultural Ltda.; 1994.
  3. Nadia Amoroso. The Exposed City: Mapping the Urban Invisibles. Taylor & Francis; 2010. ISBN 978-0-415-55179-3. p. 55.
  4. Rita de Cássia da Cruz Silva. Redação para concursos e vestibulares. Universo dos Livros Editora; ISBN 978-85-7873-017-8. p. 44.
  5. Lima,antonio. Redação Essencial Para Concursos. Elsevier Brasil; ISBN 978-85-352-4761-9. p. 30.
  6. Bianca Rigamonti Valeiro Garcia. Produção Do Texto Em Língua Inglesa. IESDE BRASIL SA; ISBN 978-85-387-0272-6. p. 19.