Enrique Pérez Escrich

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Enrique Perez Escrich
Enrique Pérez Escrich
Retrato de Enrique Pérez Escrich, por Ricardo María Navarrete Fos. 1873. (Museo del Prado, Madrid).
Nascimento 1829
Valência, Espanha
Morte 1897 (68 anos)
Madrid, Espanha
Ocupação Escritor
Género literário Romancista
Movimento literário Romantismo
Serviço militar
País Espanha Espanhol

Enrique Perez Escrich (Valência, 1829 - Madrid, 1897) foi um popular escritor romancista e dramaturgo espanhol.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Vários incidentes amargos marcaram sua infância, o que impediu que fizesse seus estudos de forma regular e contínua. Foi para Madrid muito jovem, como nos mostra em sua obra O Casaco Azul: Aventuras de um jovem fraco, de 1864, uma novela autobiográfica em que conta como era o ambiente boêmio em que precisou viver. Ali, se manteve precariamente produzindo artigos para jornais e teatro: cômico, de costumes, musical e hístórico, alguns com viés social, como a peça musical Viva as Cadeias!(1879), composta em parceria com seu amigo José Rogel. Saudou a Revolução de 1854 com a peça teatral alegórica A Voz das Províncias, composta com o também amigo,o jornalista democrata Antônio Altadill.

Era sinceramente religioso, como mostra o drama sacro A Paixão de Jesus. Drama sacro-bíblico em seis atos e um epílogo, escrito em verso, segundo os Evangelhos (Madrid, Ed. Dom Cipriano López, 1856). Porém sua peça mais popular foi O Cura da Aldeia, que transformou em novela com tal sucesso que decidiu consagrar-se à narrativa, escrevendo torrencialmente novelas, por encomenda e publicadas em capítulos, seguindo a moda de outro escritor, Manuel Férnandez Y González, ainda que não o imitasse. Escrevia tanto que conseguia ganhar em torno de 50 mil pesetas anuais, um bom dinheiro naquela época, o que lhe permitia viver como um homem rico e presentear seus amigos quando bem lhe aprouvesse, pelo que não economizava nada para o futuro.

Amigo do marquês De La Conquista (ou De Valdeguerrero), foi levado a conhecer as terras de Albacete e Cidade Real. Em seus últimos anos de vida, arruinado por sua prodigalidade e doente, conseguiu que o nomeassem para o cargo de diretor do Asilo das Mercês.

Foi o mais importante dos discípulos de Fernández y Gonzáles e possuia uma imaginação inesgotável, com grande facilidade para a narrativa, se mostrando um mestre em desenvolver diálogos e descrições; tinha o sentido exato para o sensacional e para o melodramático, mas sua prosa nos folhetins era muito rasa e comum, diferente da usada em outras obras, destinadas a um público mais exigente. Foi o ídolo das classes populares e durante vinte anos foram vendidos milhares de exemplares de seus romances, colecionados nos mais diferentes lugares. Conseguiu atingir, como poucos, os sentimentos mais íntimos e despertar a emoção das classes simples e das pessoas comuns de vida difícil.

Obra[editar | editar código-fonte]

A obra de Perez Escrich atingiu grande sucesso no século XIX e também no primeiro terço do século XX. Na década de 20, a editora Mercado Valenciano reimprimiu quase todas as suas novelas. Entre elas merecem destaque: O cura da aldeia[1], A caridade cristã (segunda parte da antecedente), O mártir do Gólgota (traduzido para o francês em Paris-1868 e para o inglês em Nova Iorque-1887), O último beijo, O casamento do Diabo, História de um beijo, Irmã Clemência, A inveja, A mulher adúltera, Cenas de uma vida, O inferno dos céus, A calúnia, Páginas da Desgraça, A esposa mártir, O gênio do bem, O maior dos amores, As redes do amor e Os que riem e os que choram, entre outros.

Outras obras, quiça mais interessantes e bem escritas, são as dedicadas aos temas autobiográficos, como o citado O casaco azul, Os caçadores, Episódios alegres escritos ao ar livre (Madri, Miguel Guijarro, 1876). Imprimiu, pelo menos, três coletâneas: O homem das três vacas - narrações inverossímeis (1888), Um livro para os netos - coleção de novelas, contos e artigos (1894) e Narrações literárias - século XIX (Madri, Juan Bravo, 1895).

Não há um estudo aprofundado sobre as poucas peças de teatro que escreveu: Calamidades (comédia, 1885), Ver e não ver (comédia, 1855), O maestro do baile (comédia, 1856), Legado de Lágrimas (drama, 1857), A corte do rei poeta (drama ambientado na corte do rei Juan II), Gil Blas (musical, 1860), Caricaturas (comédia, 1860), Com o coração na mão (drama, 1871), Mestre em fazer comédias (drama, 1875), A mosca morta (comédia, 1880). Porém, sua peça mais aclamada foi O cura da Aldeia.

Também trabalhou como crítico literário, como se pode ver com o artigo "Os aplausos", publicado na revista Ilustração Literária, nº 151, Barcelona, 1884.

Alguns livros do escritor[editar | editar código-fonte]

  • Os que riem e os que choram
  • O mártir do Gólgota
  • O martírio de uma esposa
  • O juramento sagrado*
  • O cura da aldeia, 1859
  • História de um beijo (eBook)
  • "O violino do diabo"

Referências

  1. Enrique Pérez Escrich. El cura de la aldea, en la Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes [1]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Javier Huerta, Emilio Peral, Héctor Urzaiz, Teatro español de la A a la Z, Madrid: Espasa-Calpe, 2005.