Saltar para o conteúdo

Epistemologia: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 6: Linha 6:
Há ainda outras questões relativas ao conhecimento, como a apostasia da ciência de seu verdadeiro sentido e sua aproximação a outras formas de aprendizado com estruturas ilógicas e irracionais: O senso comum, a filosofia e a ciência, no mais das vezes, dão um caráter universal ao contingente, tornando-o dogmático. Assim, a ciência, que sempre julgou-se detentora única do saber, vê-se inserida em seu coexistente princípio de contradição.
Há ainda outras questões relativas ao conhecimento, como a apostasia da ciência de seu verdadeiro sentido e sua aproximação a outras formas de aprendizado com estruturas ilógicas e irracionais: O senso comum, a filosofia e a ciência, no mais das vezes, dão um caráter universal ao contingente, tornando-o dogmático. Assim, a ciência, que sempre julgou-se detentora única do saber, vê-se inserida em seu coexistente princípio de contradição.


== Origem ==
== Origem ==aaaaa
[[Ficheiro:Pythagorean proof.png|frame|right|Provável forma usada por Pitágoras para demonstrar o teorema que leva o seu nome.]]
[[Ficheiro:Pythagorean proof.png|frame|right|Provável forma usada por Pitágoras para demonstrar o teorema que leva o seu nome.]]
Pode-se dizer que a epistemologia se origina em [[Platão]]. Ele opõe a crença ou [[opinião]] ("δόξα", em [[Língua grega|grego]]) ao [[conhecimento]]. A crença é um determinado ponto de vista [[subjetividade|subjetivo]]. O conhecimento é crença [[verdade]]ira e [[justificação|justificada]].
Pode-se dizer que a epistemologia se origina em [[Platão]]. Ele opõe a crença ou [[opinião]] ("δόξα", em [[Língua grega|grego]]) ao [[conhecimento]]. A crença é um determinado ponto de vista [[subjetividade|subjetivo]]. O conhecimento é crença [[verdade]]ira e [[justificação|justificada]].

Revisão das 15h20min de 28 de setembro de 2009

Epistemologia ou teoria do conhecimento (do grego ἐπιστήμη [episteme], ciência, conhecimento; λόγος logos], discurso) é um ramo da Filosofia que trata dos problemas filosóficos relacionados à crença e ao conhecimento.

A epistemologia estuda a origem, a estrutura, os métodos e a validade do conhecimento (daí também se designar por filosofia do conhecimento). Ela se relaciona ainda com a metafísica, a lógica e o empirismo, uma vez que avalia a consistência lógica da teoria e sua coesão fatual, sendo assim a principal dentre as vertentes da filosofia (é considerada a "corregedoria" da ciência). Sua problematização compreende a questão da possibilidade do conhecimento: Será que o ser humano conseguirá algum dia atingir realmente o conhecimento total e genuíno, fazendo-nos oscilar entre uma resposta dogmática ou empirista? Outra questão abrange os limites do conhecimento: Haverá realmente a distinção entre o mundo cognoscível e o mundo incognoscível? E finalmente, a questão sobre a origem do conhecimento: Por quais faculdades atingimos o conhecimento? Haverá conhecimento certo e seguro em alguma concepção a priori?

Há ainda outras questões relativas ao conhecimento, como a apostasia da ciência de seu verdadeiro sentido e sua aproximação a outras formas de aprendizado com estruturas ilógicas e irracionais: O senso comum, a filosofia e a ciência, no mais das vezes, dão um caráter universal ao contingente, tornando-o dogmático. Assim, a ciência, que sempre julgou-se detentora única do saber, vê-se inserida em seu coexistente princípio de contradição.

== Origem ==aaaaa

Provável forma usada por Pitágoras para demonstrar o teorema que leva o seu nome.

Pode-se dizer que a epistemologia se origina em Platão. Ele opõe a crença ou opinião ("δόξα", em grego) ao conhecimento. A crença é um determinado ponto de vista subjetivo. O conhecimento é crença verdadeira e justificada.

A teoria de Platão abrange o conhecimento teórico, o saber como. Tal tipo de conhecimento é o conjunto de todas aquelas informações que descrevem e explicam o mundo natural e social que nos rodeia. Este conhecimento consiste em descrever, explicar e predizer uma realidade, isto é, analisar o que ocorre, determinar por que ocorre dessa forma e utilizar estes conhecimentos para antecipar uma realidade futura.

Há outro tipo de conhecimento, não abrangido pela teoria de Platão. Trata-se do conhecimento prático, o saber que.

A epistemologia também estuda a evidência (entendida não como mero sentimento que temos da verdade do pensamento, mas sim no sentido forense de prova), isto é, os critérios de reconhecimento da verdade.

Ante a questão da possibilidade do conhecimento, o sujeito pode tomar diferentes atitudes:

  • Dogmatismo: atitude filosófica pela qual podemos adquirir conhecimentos seguros e universais, e ter certeza disso.
  • Cepticismo: atitude filosófica oposta ao dogmatismo, a qual duvida de que seja possível um conhecimento firme e seguro, sempre questionando e pondo à prova as ditas verdades. Esta postura foi defendida por Pirro de Élis.
  • Relativismo: atitude filosófica defendida pelos sofistas que nega a existência de uma verdade absoluta e defende a idéia de que cada indivíduo possui sua própria verdade, que é em função do contexto histórico do indivíduo em questão.
  • Perspectivismo: atitude filosófica que defende a existência de uma verdade absoluta, mas pensa que nenhum de nós pode chegar a ela senão a apenas uma pequena parte. Cada ser humano tem uma visão da verdade. Esta teoria foi defendida por Nietzsche e notam-se nela ecos de platonismo.

Estudos recentes

Segundo Lalende, trata-se de uma filosofia das ciências, mas de modo especial, enquanto "é essencialmente o estudo crítico dos princípios, das hipóteses e dos resultados das diversas ciências, destinado a determinar sua origem lógica (não psicológica), seu valor e seu alcance objetivo". Para Lalande, ela se distingue, portanto, da teoria do conhecimento, da qual serve, contudo, como introdução e auxiliar indispensável.

Portanto, temos que epistemologia é o estudo sobre o conhecimento científico, ou seja, o estudo dos mecanismos que permitem o conhecimento de determinada ciência.

Japiassu distingue três tipos de Epistemologia
  • a Epistemologia global ou geral que trata do saber globalmente considerado, com a virtualidade e os problemas do conjunto de sua organização, quer sejam especulativos, quer científicos;
  • a Epistemologia particular que trata de levar em consideração um campo particular do saber, quer seja especulativo, quer científico;
  • a Epistemologia específica que trata de levar em conta uma disciplina intelectualmente constituída em unidade bem definida do saber e de estudá-la de modo próximo, detalhado e técnico, mostrando sua organização, seu funcionamento e as possíveis relações que ela mantém com as demais disciplinas.

Segundo Trindade “todo conhecimento torna-se, devido à necessária vinculação do meio ao indivíduo que pertence ao próprio meio, um auto-conhecimento. Essa interação faz-se cogente pela gênese unívoca entre os muitos integrantes do mundo da vida, sem olvidar que o homem é um desses integrantes. [...] Ocorre, deste modo, um acoplamento estrutural entre o sistema nervoso do observador e o meio proporcionando, assim, uma mútua transformação/adaptação. O ser é modificado pelo meio ao qual o próprio ser pertence e modifica”. (2007, p. 97).

Bibliografia

  • JAPIASSU, Hilton F. EPISTEMOLOGIA O mito da neutralidade científica. Rio, Imago, 1975 (Série Logoteca), 188 p.
  • SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 21 Ed.
  • TRINDADE, André. Os direitos fundamentais em uma perspectiva autopoiética. Porto Alegre: Livraria dos Advogados. 2007.
  • MANNHEIM, Karl. Ideologia e Utopia.
  • DESCARTES, Rene. Discurso do método.
  • DESCARTES, Rene. Memórias.
  • KANT, Imanuel. Crítica da Razão Pura.

BOMBASSARO, Luiz Carlos. As fronteiras da Epistemologia. 3a. ed. Petrópolis: Vozes, 1993.

Ver também

Predefinição:Portal-filosofia Predefinição:Portal-hist-cien