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Intervenção urbana: diferenças entre revisões

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No [[Brasil]], surge no final de 1970, principalmente no território paulistano, grupos como [[3nós3]], [[Viajou sem passaporte]] e [[Manga Rosa]] que buscavam uma forma de expressão artística que fossem além das curadorias dos museus, galerias ou qualquer forma tradicional de exposição, pois acreditavam que essas instituições trancafiam a arte, restringindo-a e a limitando a uma determinada classe social. Todavia, é possível citar outros artistas pioneiros tal como [[Flávio de Carvalho]] entre 1930 e 1950, [[Hélio Oiticica]] em 1960, e [[Paulo Bruscky]] e [[Cildo Meireles]] em 1970. Outro exemplo é [[Artur Barrio]], que durante o período ditatorial brasileiro, conseguiu, através de intervenções, realizar diversas formas de protestos a partir de trouxas de pano ensanguentadas e com restos mortais de animais. Haviam também embrulhos com carnes e ossos foram também espalhados pelos bueiros da cidade. Tal ato gerou repercussão perante à mídia e população, que acreditavam que tais pacotes fossem de fatos cadáveres do regime. No mesmo período ditatorial também [[Hervé Fischer]] realiza a Farmacia Fischer na [[Praça da República (São Paulo)|Praça da República]] (São Paulo, 1976) e uma intervenção de protestos com pôster muito amplos a partir de nomes de bairros (São Paulo, 1981).
No [[Brasil]], surge no final de 1970, principalmente no território paulistano, grupos como [[3nós3]], [[Viajou sem passaporte]] e [[Manga Rosa]] que buscavam uma forma de expressão artística que fossem além das curadorias dos museus, galerias ou qualquer forma tradicional de exposição, pois acreditavam que essas instituições trancafiam a arte, restringindo-a e a limitando a uma determinada classe social. Todavia, é possível citar outros artistas pioneiros tal como [[Flávio de Carvalho]] entre 1930 e 1950, [[Hélio Oiticica]] em 1960, e [[Paulo Bruscky]] e [[Cildo Meireles]] em 1970. Outro exemplo é [[Artur Barrio]], que durante o período ditatorial brasileiro, conseguiu, através de intervenções, realizar diversas formas de protestos a partir de trouxas de pano ensanguentadas e com restos mortais de animais. Haviam também embrulhos com carnes e ossos foram também espalhados pelos bueiros da cidade. Tal ato gerou repercussão perante à mídia e população, que acreditavam que tais pacotes fossem de fatos cadáveres do regime. No mesmo período ditatorial também [[Hervé Fischer]] realiza a Farmacia Fischer na [[Praça da República (São Paulo)|Praça da República]] (São Paulo, 1976) e uma intervenção de protestos com pôster muito amplos a partir de nomes de bairros (São Paulo, 1981).


A prática da intervenção urbana ganhou muita força no Brasil a partir do final da década de 90, principalmente devido a atuação dos [http://www.corocoletivo.org/ coletivos artísticos] que se formaram em diversas cidades do país.<ref>Biblioteca digital de teses da USP, 3 de dezembro de 2008. [http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-03122008-163436/ Insurgências poéticas: arte ativista e ação coletiva (1990-2000)]</ref>
A prática da intervenção urbana ganhou muita força no Brasil a partir do final da década de 90, principalmente devido a atuação dos [http://www.corocoletivo.org/ coletivos artísticos] como o grupo Tupynãodá de São Paulo e de outros que se formaram em diversas cidades do país.<ref>Biblioteca digital de teses da USP, 3 de dezembro de 2008. [http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8138/tde-03122008-163436/ Insurgências poéticas: arte ativista e ação coletiva (1990-2000)]</ref>


==Ligações externas==
==Ligações externas==

Revisão das 20h04min de 3 de novembro de 2016

Stuckistas realizam intervenção de protesto contra o prêmio Turner, na Tate Britain

Intervenção Urbana é uma manifestação artística, geralmente realizada em áreas centrais de grandes cidades. Consiste em uma interação com um objeto artístico previamente existente um monumento, por exemplo) ou com um espaço público, visando colocar em questão as percepções acerca do objeto artístico. São notadamente voltados para uma experiência estética que procura produzir novas maneiras de perceber o cenário urbano e criar relações afetivas com a cidade que não a da objetividade funcional que aplaca o dia-a-dia. A intervenção artística tem ligações com a arte conceitual e geralmente inclui uma performance. É associada ao Acionismo vienense (Fluxus, Happening, Body Art), ao movimento Dada, aos neodadaístas e à arte conceitual. Consiste em um desafio ou, no mínimo, um comentário sobre um objeto (eventualmente, um objeto artístico) preexistente, através de grafites, cartazes, cenas de teatro ao ar livre ou acréscimo de outros elementos plásticos, de forma a modificar o significado ou as expectativas do senso comum, quanto a esse objeto.

Nesse contexto, a Intervenção Urbana introduz a premissa da arte como meio para questionar e transformar a vida urbana cotidiana. Os sujeitos são ativos e criadores e a realidade passa a ser não mais reproduzida e sim produzida.

Essa forma de manifestação também expande os conceitos de arte, afinal, se uma pedra pintada de vermelho, uma ilha encoberta por um pano e um homem andando de saia numa avenida movimentada de São Paulo são exemplos de manifestações artísticas, então o que (não) seria arte? Tal como suas próprias inspirações citadas acima, a intervenção urbana retoma o questionamento e a lança ao espaço público incitando toda população à discussão.

A intervenção é sempre inusitada, realizada a céu aberto e por ter um caráter crítico, seja do ponto de vista ideológico, político ou social, referindo-se a aspectos da vida nos grandes centros urbanos. Uma poesia embaralhada numa estação de metrô, por exemplo, é um convite para que as pessoas parem sua maratona frenética e dediquem alguns minutos para decifrar aquelas palavras. Mas as intervenções urbanas também podem ter outros alvos, como a marginalização da arte, problemas sociais, ambientais e outros.

No Brasil, surge no final de 1970, principalmente no território paulistano, grupos como 3nós3, Viajou sem passaporte e Manga Rosa que buscavam uma forma de expressão artística que fossem além das curadorias dos museus, galerias ou qualquer forma tradicional de exposição, pois acreditavam que essas instituições trancafiam a arte, restringindo-a e a limitando a uma determinada classe social. Todavia, é possível citar outros artistas pioneiros tal como Flávio de Carvalho entre 1930 e 1950, Hélio Oiticica em 1960, e Paulo Bruscky e Cildo Meireles em 1970. Outro exemplo é Artur Barrio, que durante o período ditatorial brasileiro, conseguiu, através de intervenções, realizar diversas formas de protestos a partir de trouxas de pano ensanguentadas e com restos mortais de animais. Haviam também embrulhos com carnes e ossos foram também espalhados pelos bueiros da cidade. Tal ato gerou repercussão perante à mídia e população, que acreditavam que tais pacotes fossem de fatos cadáveres do regime. No mesmo período ditatorial também Hervé Fischer realiza a Farmacia Fischer na Praça da República (São Paulo, 1976) e uma intervenção de protestos com pôster muito amplos a partir de nomes de bairros (São Paulo, 1981).

A prática da intervenção urbana ganhou muita força no Brasil a partir do final da década de 90, principalmente devido a atuação dos coletivos artísticos como o grupo Tupynãodá de São Paulo e de outros que se formaram em diversas cidades do país.[1]

Ligações externas

Referências

  1. Biblioteca digital de teses da USP, 3 de dezembro de 2008. Insurgências poéticas: arte ativista e ação coletiva (1990-2000)