Cildo Meireles

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Cildo Meireles
Cildo Meireles
Nascimento 9 de fevereiro de 1948 (76 anos)
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Ocupação escultor, pintor, conceptual artist, gravurista, artista de instalações, performista, desenhador de joias, artista visual
Prêmios
Obras destacadas While You Weight 1976 – 2009
Movimento estético arte abstrata, arte contemporânea

Cildo Meireles (Rio de Janeiro, 9 de fevereiro de 1948) é um escultor e pintor brasileiro.

Conhecido internacionalmente, Cildo cria os objetos e instalações que diretamente levam o observador em uma experiência sensorial completa, questionando, entre outros temas, a ditadura militar no Brasil(1964 - 1985) e a dependência do país na economia global.

Inmensa 1982-2001, aço 400 x 176 x 810 cm, Instituto Inhotim, Brumadinho

Ele tem desempenhado um papel chave dentro da produção artística nacional e internacional. Situando-se na transição da arte brasileira entre a produção neoconcretista do início dos anos 60 e a de sua própria geração, já influenciada pelas propostas da arte conceitual, instalações e performances, as obras de Cildo Meireles dialogam não só com as questões poéticas e sociais específicas do Brasil, mas também com os problemas gerais da estética e do objeto artístico[1]

Durante os anos 70 e 80 Cildo Meireles arquitetou uma série de trabalhos que faziam uma severa crítica à ditadura militar. Obras como Tiradentes: totem monumento ao preso político ou Introdução a uma nova crítica, que consiste em uma tenda sob a qual se encontra uma cadeira comum forrada com pontas de prego, são alguns trabalhos de cunho político do artista. Neles a questão política sempre vem acompanhada da investigação da linguagem. Inserções em circuito ideológico: Projeto Coca Cola, por exemplo, consistiu em escrever, sobre uma garrafa de Coca Cola, um dos símbolos mais eminentes do imperialismo norte-americano, a frase Yankees go home, para, posteriormente, devolvê-la à circulação. Além da questão política o projeto faz referência a toda problematização desenvolvida pelos movimentos de vanguarda e por Marcel Duchamp no início do século; uma espécie de ready made às avessas[2].

Cildo examina a falibilidade da percepção humana, os processos de comunicação, as condições do espectador, a relação da obra de arte com o mercado.

Uma de suas obras, chamada Cruzeiro zero é uma réplica fiel de uma nota do Cruzeiro (a moeda corrente naquele tempo) que não tem nenhum valor e as figuras históricas e heróicas sejam substituídas pela fotografia de um índio brasileiro e de um paciente de um hospital psiquiátrico. Há uma crítica, um comentário na super inflação e na desvalorização do cruzeiro, este trabalho joga com noções tradicionais da natureza e ' do valor ' da arte e da marginalização do Brasil no mundo internacional da arte.

Em 2008 ganhou o Premio Velázquez de las Artes Plásticas, concedido pelo Ministerio de Cultura da Espanha[3], ainda em 2008, ganhou mostra na Tate Gallery em Londres, onde expõe obras e instalações com caráter político que serão expostas até janeiro de 2009. Segundo o Jornal Folha de S. Paulo de 13 de outubro de 2008.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Gilmore, Jonathan. "Cildo Meireles at Galerie Lelong." Art in America v. 93 no. 3 (March 2005) p. 132.
  • Weinstein, Joel. "Industrial Poetry: A Conversation with Cildo Meireles." Sculpture v. 22 no. 10 (December 2003) p. 50-5.
  • Cohen, Ana Paula. "Cildo Meireles: Museu de Arte Moderna Aloisio Magalhaes." Art Nexus no. 44 (April/June 2002) p. 125-6.
  • Zamudio, Raul. "Knowing Can Be Destroying." TRANS> arts.cultures.media no. 7 (2000) p. 146-152.
  • Carvalho, Denise. "Cildo Meireles: New Museum of Contemporary Art." Sculpture v. 19 no. 10 (December 2000) p. 74-5.
  • Farmer, John Alan. "Through the Labyrinth: An Interview with Cildo Meireles." Art Journal v. 59 no. 3 (Fall 2000) p. 34-43
  • Basualdo, Carlos. "Maxima Moralia: The Work of C. Meireles." Artforum International v. 35 (February 1997) p. 58-63
  • Mosquera, Gerardo. Cildo Meireles. London : Phaidon, 1999.

Referências

  1. «Tate: Cildo Meireles». Consultado em 27 de agosto de 2009. Arquivado do original em 24 de outubro de 2008 
  2. Guardian
  3. Ministério de Cultura Espanhol

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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