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Lindolfo Monteverde: diferenças entre revisões

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== Biografia ==
== Biografia ==
Descendente de [[Maranhão|maranhenses]], Lindolfo desde criança teria se interessado pelos folguedos tradicionais do [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]], uma vez que vivia na Baixa do São José, uma região onde viviam muitos nordestinos.<ref name="portal"/>
Descendente de maranhenses, Lindolfo desde criança teria se interessado pelos folguedos tradicionais do [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]], uma vez que vivia na Baixa do São José, uma região onde viviam muitos nordestinos.<ref name="portal"/>


Em 1913, Monteverde, aos 11 anos de idade, decidiu criar seu próprio ''Boizinho de Curuatá'' - um chamado boi-mirim, que até hoje é muito comum no [[Região Norte do Brasil|Norte]] e [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]] do Brasil. Aos 18 anos, devido a uma grave doença, fez uma promessa a [[João Batista|São João Batista]]: se ficasse curado, iria realizar anualmente uma [[ladainha]] e uma festa de boi em sua homenagem. Lindolfo foi atendido em seu pedido e cumpriu sua promessa. Contam os mais antigos que a apresentação começou com a ladainha e depois houve distribuição de [[aluá]], bolo de [[macaxeira]], [[tacacá]] e, no final, muito [[forró]]. Lindolfo ainda batizou seu filho mais velho de João Batista Monteverde, em homenagem ao santo.<ref name="portal"/>
Em 1913, Lindolfo, aos 11 anos de idade, decidiu criar seu próprio boizinho feito de ''Curuatá'', uma carapaça que envolve os frutos da palmeira de Inajá, o chamado boi-mirim, que até hoje é muito comum no [[Região Norte do Brasil|Norte]] e [[Região Nordeste do Brasil|Nordeste]] do Brasil. Aos 18 anos, devido a uma grave doença, fez uma promessa a [[João Batista|São João Batista]] e se ficasse curado, iria realizar anualmente uma [[ladainha]] e uma festa de boi em sua homenagem. Lindolfo foi atendido em seu pedido e cumpriu sua promessa. Contam os mais antigos que a apresentação começou com a ladainha e depois houve distribuição de aluá, bolo de macaxeira, tacacá e, no final, muito forró. Lindolfo ainda batizou seu filho mais velho de João Batista Monteverde, em homenagem ao santo.<ref name="portal"/>


Contam que Lindolfo Monteverde era um cantador e [[repentista]] que causava admiração em quem o ouvia cantar, por causa do timbre de voz que dominava os terreiros e era ouvido à distância, sem utilizar nenhum tipo de aparelho sonoro mecânico. Lindolfo também incomodava os torcedores do [[Boi Caprichoso]] com sua firmeza de voz e a inteligência nos desafios que criava junto com seus outros colegas compositores.
Contam que Lindolfo Monteverde era um cantador e repentista que causava admiração em quem o ouvia cantar, por causa do timbre de voz que dominava os terreiros e era ouvido à distância, sem utilizar nenhum tipo de aparelho sonoro mecânico. Lindolfo também incomodava os torcedores do [[Boi Caprichoso]] com sua firmeza de voz e a inteligência nos desafios que criava junto com seus outros colegas compositores.


Algumas das pessoas mais antigas do Boi Garantido afirmam que o primeiro grande rival foi o Boi Galante. Lindolfo compôs essa toada de desafio:
Algumas das pessoas mais antigas do Boi Garantido afirmam que o primeiro grande rival foi o Boi Galante. Lindolfo compôs essa toada de desafio:


:''Boi Garantido ouviu''
::''Boi Garantido ouviu''
::''Estavam falando em Deus''
::''Estavam falando em Deus''
::''Escutou na terra e olhou pra adiante''
::''Escutou na terra e olhou pra adiante''
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Em 2002 o Boi Garantido comemorou o Centenário de Lindolfo Monteverde. Em 2012 com os seus 110 anos a diretoria do bumbá oficializou o dia 2 de Janeiro como o dia da tradição.
Também era pai de Maria do Carmo Monteverde, que relatou de seu pai com Luiz Gonzaga, dirigente e, de acordo com ela, fundador do Caprichoso.<Ref name="Amazônia na Rede">{{citar web|url=http://www.amazonianarede.com.br/not%C3%ADcias/turismo-e-cultura/5797-fam%C3%ADlia-gonzaga-exige-reconhecimento-do-patriarca-como-fundador-do-boi-caprichoso |titulo=Família Gonzaga exige reconhecimento do Patriarca como fundador do Boi Caprichoso |data=09/06/2013 |acessodata=16/06/2013 |autor=Amazônia na Rede}}</ref>


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Revisão das 07h05min de 2 de junho de 2017

Lindolfo Marinho da Silva, conhecido como Lindolfo Monteverde, (2 de Janeiro de 1902), (27 de Julho de 1970), foi um compositor amazonense, famoso por ser o fundador do Boi Garantido.[1]

Biografia

Descendente de maranhenses, Lindolfo desde criança teria se interessado pelos folguedos tradicionais do Nordeste, uma vez que vivia na Baixa do São José, uma região onde viviam muitos nordestinos.[1]

Em 1913, Lindolfo, aos 11 anos de idade, decidiu criar seu próprio boizinho feito de Curuatá, uma carapaça que envolve os frutos da palmeira de Inajá, o chamado boi-mirim, que até hoje é muito comum no Norte e Nordeste do Brasil. Aos 18 anos, devido a uma grave doença, fez uma promessa a São João Batista e se ficasse curado, iria realizar anualmente uma ladainha e uma festa de boi em sua homenagem. Lindolfo foi atendido em seu pedido e cumpriu sua promessa. Contam os mais antigos que a apresentação começou com a ladainha e depois houve distribuição de aluá, bolo de macaxeira, tacacá e, no final, muito forró. Lindolfo ainda batizou seu filho mais velho de João Batista Monteverde, em homenagem ao santo.[1]

Contam que Lindolfo Monteverde era um cantador e repentista que causava admiração em quem o ouvia cantar, por causa do timbre de voz que dominava os terreiros e era ouvido à distância, sem utilizar nenhum tipo de aparelho sonoro mecânico. Lindolfo também incomodava os torcedores do Boi Caprichoso com sua firmeza de voz e a inteligência nos desafios que criava junto com seus outros colegas compositores.

Algumas das pessoas mais antigas do Boi Garantido afirmam que o primeiro grande rival foi o Boi Galante. Lindolfo compôs essa toada de desafio:

Boi Garantido ouviu
Estavam falando em Deus
Escutou na terra e olhou pra adiante
Olha Boi Galante o teu Deus sou Eu[2]

Também é pai de Maria do Carmo Monteverde, que relatou que Luiz Gonzaga, de acordo com ela, é o verdadeiro fundador do Caprichoso e que era grande amigo de Lindolfo.[3]

Em 2002 o Boi Garantido comemorou o Centenário de Lindolfo Monteverde. Em 2012 com os seus 110 anos a diretoria do bumbá oficializou o dia 2 de Janeiro como o dia da tradição.

Referências

  1. a b c Portal Amazônia (4 de fevereiro de 2013). «Fred Góes revela que livro sobre história do Garantido será lançado». Consultado em 16 de junho de 2013 
  2. BRAGA, S. I. G.. Os bois-bumbás de Parintins. 1. ed. Rio de Janeiro: FUNARTE-Ministério da Cultura, 2002. v. 1. 480 p.
  3. Amazônia na Rede (9 de junho de 2013). «Família Gonzaga exige reconhecimento do Patriarca como fundador do Boi Caprichoso». Consultado em 16 de junho de 2013