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Luciana Tomasi: diferenças entre revisões

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'''Luciana Tomasi''' ([[Porto Alegre]], [[16 de janeiro]] de [[1959]]) é uma [[Produtor cinematográfico|produtora]] de cinema brasileira.
'''Luciana Tomasi''' (Porto Alegre, 16 de janeiro de 1959) é uma produtora de cinema brasileira.<ref>{{Citar web |url=http://www.filmeb.com.br/quem-e-quem/produtor/luciana-tomasi |titulo=Luciana Tomasi |acessodata=2020-10-08 |website=www.filmeb.com.br |lingua=pt-br}}</ref>


== Biografia ==
== Biografia ==
Formou-se em Comunicação Social/Jornalismo Gráfico e Audiovisual na [[Universidade Federal do Rio Grande do Sul]] em 1980 e, nos anos seguintes, trabalhou como repórter na TV Guaíba e na RBS-TV, geralmente cobrindo a área cultural. Seu colega de curso, [[Giba Assis Brasil]], fazia parte de um grupo de jovens cineastas que realizavam filmes em super-8. Entre eles, estava [[Carlos Gerbase]], mais tarde seu sócio e marido.
Formou-se em Comunicação Social/Jornalismo Gráfico e Audiovisual na Universidade Federal do Rio Grande do Sul <ref>{{Citar web |url=http://www.ufrgs.br/fabicoegressos/?todos&ord=nome&pagina=48&sel=DESC |titulo=Portal de Egressos — FABICO |acessodata=2020-10-08 |website=www.ufrgs.br}}</ref> em 1980 e, nos anos seguintes, trabalhou como repórter na TV Guaíba e na RBS-TV, geralmente cobrindo a área cultural. Seu colega de curso, Giba Assis Brasil, fazia parte de um grupo de jovens cineastas que realizavam filmes em super-8. Entre eles, estava Carlos Gerbase, mais tarde seu sócio e marido.


Na área da música, foi produtora, tecladista e vocalista de apoio da banda [[Replicantes|Os Replicantes]]. O grupo surgiu no final de 1983, reunindo Gerbase, Heron Heinz, Cláudio Heinz e Wander Wildner. Luciana atuava como produtora. Em 1985, Luciana dirigiu o primeiro videoclipe independente gravado no Rio Grande do Sul e primeiro clipe de punk rock do Brasil, para a música "Nicotina". De 1987 a 1991 também atuou como tecladista e vocalista de apoio da banda, participando dos álbuns [[Histórias de Sexo & Violência|Histórias do Sexo e Violência]] (1987), [[Papel de Mau]] (1989) e [[Androides Sonham com Guitarras Elétricas]] (1991).
Na área da música, foi produtora, tecladista e vocalista de apoio da banda Os Replicantes. O grupo surgiu no final de 1983, reunindo Gerbase, Heron Heinz, Cláudio Heinz e Wander Wildner. Luciana atuava como produtora. Em 1985, Luciana dirigiu o primeiro videoclipe independente gravado no Rio Grande do Sul e primeiro clipe de punk rock do Brasil, para a música "Nicotina". De 1987 a 1991 também atuou como tecladista e vocalista de apoio da banda, participando dos álbuns Histórias do Sexo e Violência (1987) <ref>{{Citar web |url=https://www.discogs.com/Os-Replicantes-Hist%C3%B3rias-De-Sexo-E-Viol%C3%AAncia/release/2212121 |titulo=Os Replicantes - Histórias De Sexo E Violência |acessodata=2020-10-08 |website=Discogs |lingua=en}}</ref>, Papel de Mau (1989) e Andróides Sonham com Guitarras Elétricas (1991).<ref>{{Citar web |ultimo=Comércio |primeiro=Jornal do |url=https://www.jornaldocomercio.com/_conteudo/cultura/2019/01/667933-os-35-anos-da-banda-os-replicantes.html |titulo=Os 35 anos da banda Os Replicantes |acessodata=2020-10-08 |website=Jornal do Comércio |lingua=pt-br}}</ref>


No mesmo período em que a banda foi formada, Luciana produziu e atuou no primeiro longa-metragem de Carlos Gerbase (ainda em super-8), “Inverno”, de 1983. Em 1984, Luciana, Gerbase e Heron Heinz fundaram a Invideo Produções Cinematográficas, que realizou curtas-metragens e vídeos institucionais. Em dezembro de 1987, Luciana, Gerbase e Heron Heinz se juntaram a outras dez pessoas (entre elas Giba Assis Brasil e [[Jorge Furtado]]) para formar a Casa de Cinema de Porto Alegre, em regime de cooperativa informal. Luciana foi sócia da Casa de Cinema por 24 anos.
No mesmo período em que a banda foi formada, Luciana produziu e atuou no primeiro longa- metragem de Carlos Gerbase (ainda em super-8), “Inverno”, de 1983. Em 1984, Luciana, Gerbase e Heron Heinz fundaram a Invideo Produções Cinematográficas, que realizou curtas-metragens e vídeos institucionais. Em dezembro de 1987, Luciana, Gerbase e Heron Heinz se juntaram a outras dez pessoas (entre elas Giba Assis Brasil e Jorge Furtado) para formar a Casa de Cinema de Porto Alegre, em regime de cooperativa informal.<ref>http://tede.upf.br/jspui/bitstream/tede/140/1/2006FrancineGrazziotin.pdf</ref> Luciana foi sócia da Casa de Cinema por 24 anos.<ref>{{Citar web |url=http://www.casacinepoa.com.br/ |titulo=Casa de Cinema de Porto Alegre |acessodata=2020-10-08 |website=www.casacinepoa.com.br}}</ref>


Em 1989, Tomasi produziu o primeiro grande sucesso da Casa, o documentário [[Ilha das Flores (curta-metragem)|Ilha das Flores]], com direção de Jorge Furtado, que recebeu vários prêmios nacionais e internacionais, entre eles o [[Urso de Prata]] de melhor curta-metragem no [[Festival de Berlim]] e os prêmios da crítica e do público no [[Festival Internacional de Curta-Metragem de Clermont-Ferrand|Festival de Clermont-Ferrand]], o mais importante festival de curtas do mundo. O sucesso do filme viabilizou outros projetos da Casa de Cinema, tornando possível que Luciana se dedicasse exclusivamente à produção cinematográfica.
Em 1989, Tomasi produziu o primeiro grande sucesso da Casa, o documentário Ilha das Flores <ref>{{Citation|title=Ilha das Flores - IMDb|url=http://www.imdb.com/title/tt0097564/awards|accessdate=2020-10-08}}</ref>, com direção de Jorge Furtado, que recebeu vários prêmios nacionais e internacionais, entre eles o Urso de Prata de melhor curta-metragem no Festival de Berlim <ref>{{Citar web |url=https://gauchazh.clicrbs.com.br/cultura-e-lazer/cinema/noticia/2019/05/ilha-das-flores-e-eleito-o-melhor-curta-metragem-brasileiro-da-historia-cjvb44nf300zl01pe0y6fxem7.html |titulo="Ilha das Flores" é eleito o melhor curta-metragem brasileiro da história |data=2019-05-05 |acessodata=2020-10-08 |website=GZH |lingua=pt-BR}}</ref> e os prêmios da crítica e do público no Festival de Clermont-Ferrand, o mais importante festival de curtas do mundo. O sucesso do filme viabilizou outros projetos da Casa de Cinema, tornando possível que Luciana se dedicasse exclusivamente à produção cinematográfica.<ref>{{Citar web |url=https://vimeo.com/14571405 |titulo=Luciana Tomasi |acessodata=2020-10-08 |website=Vimeo |lingua=pt}}</ref>


A partir de 1991, a Casa de Cinema se tornou uma produtora independente com seis sócios (Luciana Tomasi, Carlos Gerbase, Giba Assis Brasil, Jorge Furtado, [[Ana Luíza Azevedo|Ana Luiza Azevedo]] e Nora Goulart). Durante a década de 1990, Luciana produziu diversos curtas-metragem pela Casa, entre eles o premiado “Deus Ex Machina” (1995), de Carlos Gerbase, que recebeu nove prêmios no [[Festival de Gramado|Festival de Cinema de Gramado]] e menção honrosa no Festival de Clermont-Ferrand. Nos anos 2000, produziu uma série de longas-metragens que atingiram notoriedade nacional, como “[[Tolerância (filme)|Tolerância]]” (2000) e “[[Sal de Prata]]” (2005), de Carlos Gerbase; “[[O homem que copiava]]” (2003), “[[Meu tio matou um cara]]” (2004) e “[[Saneamento básico, o filme]]” (2007), dirigidos por Jorge Furtado. Em 2007, a Casa de Cinema foi a primeira instituição a ser premiada no Festival de Cinema de Gramado com o troféu Oscarito, entregue aos seus seis sócios.
A partir de 1991, a Casa de Cinema se tornou uma produtora independente com seis sócios (Luciana Tomasi, Carlos Gerbase, Giba Assis Brasil, Jorge Furtado, Ana Luiza Azevedo e Nora Goulart). Durante a década de 1990, Luciana produziu diversos curtas-metragem pela Casa, entre eles o premiado “Deus Ex Machina” (1995) <ref>{{Citar web |url=http://www.casacinepoa.com.br/os-filmes/produ%C3%A7%C3%A3o/curtas/deus-ex-machina |titulo=Deus ex-machina {{!}} Casa de Cinema de Porto Alegre |acessodata=2020-10-08 |website=www.casacinepoa.com.br}}</ref>, de Carlos Gerbase, que recebeu nove prêmios no Festival de Cinema de Gramado e menção honrosa no Festival de Clermont-Ferrand. Nos anos 2000, produziu uma série de longas-metragens que atingiram notoriedade nacional, como “Tolerância” (2000) e “Sal de Prata” (2005), de Carlos Gerbase; “O homem que copiava” (2003), “Meu tio matou um cara” (2004) e “Saneamento básico, o filme” (2007), dirigidos por Jorge Furtado. Em 2007, a Casa de Cinema foi a primeira instituição a ser premiada no Festival de Cinema de Gramado com o troféu Oscarito, entregue aos seus seis sócios.<ref>{{Citar web |url=http://www.casacinepoa.com.br/as-not%C3%ADcias/casa-de-cinema-recebe-trof%C3%A9u-eduardo-abelin-em-gramado |titulo=Casa de Cinema recebe troféu Eduardo Abelin em Gramado {{!}} Casa de Cinema de Porto Alegre |acessodata=2020-10-08 |website=www.casacinepoa.com.br}}</ref>


Em 2011, Luciana e Gerbase saíram da Casa de Cinema para fundar sua própria produtora, a Prana Filmes, da qual é diretora. Entre os principais filmes produzidos pela empresa estão “Bio” (2018), de Carlos Gerbase, “[[Yonlu (filme)|Yonlu]]” (2017), de Hique Montanari e “Legalidade” (2018), de Zeca Britto.
Em 2011, Luciana e Gerbase saíram da Casa de Cinema <ref>{{Citar web |url=http://www.casacinepoa.com.br/a-casa/ex-s%C3%B3cios-da-casa |titulo=Ex-Sócios da Casa {{!}} Casa de Cinema de Porto Alegre |acessodata=2020-10-08 |website=www.casacinepoa.com.br}}</ref> para fundar sua própria produtora, a Prana Filmes, da qual é diretora. <ref>{{Citar web |url=http://www.pranafilmes.com.br/prana-filmes/luciana-tomasi/ |titulo=Luciana Tomasi - Prana Filmes |acessodata=2020-10-08 |website=www.pranafilmes.com.br}}</ref> Entre os principais filmes produzidos pela empresa estão “Bio” (2018), de Carlos Gerbase, “Yonlu” (2017), de Hique Montanari e “Legalidade” (2018), de Zeca Britto.


Além do cinema e da música, uma das paixões de Tomasi é a filosofia indiana e a prática de yoga. Ela escreveu três livros em que conta histórias sobre suas viagens, particularmente pelo subcontinente indiano: ˜Um Spa na Índia˜ (2007), “Três Cidades Perto do Céu” (2011) e “Bem Longe de Casa” (2018).
Além do cinema e da música, uma das paixões de Tomasi é a filosofia indiana e a prática de yoga. Ela escreveu três livros em que conta histórias sobre suas viagens, particularmente pelo subcontinente indiano:  ̃Um Spa na Índia ̃ (2007) <ref>{{Citar web |url=http://www.accirs.com.br/um-olhar-sobre-a-india-livro-um-spa-na-india/ |titulo=Um olhar sobre a Índia (Livro Um Spa na Índia) |data=2014-03-24 |acessodata=2020-10-08 |website=ACCIRS |lingua=pt-BR}}</ref>, “Três Cidades Perto do Céu” (2011) <ref>{{Citar web |url=http://www.extremos.com.br/noticias/110609-Tres-cidades-perto-do-ceu/ |titulo=Três cidades perto do céu |acessodata=2020-10-08 |website=www.extremos.com.br}}</ref> e “Bem Longe de Casa” (2018).<ref>{{Citar web |url=https://www.matinaljornalismo.com.br/rogerlerina/agenda/casal-carlos-gerbase-e-luciana-tomasi-em-lancamento-literario-simultaneo/ |titulo=Casal Carlos Gerbase e Luciana Tomasi em lançamento literário simultâneo |data=2018-05-19 |acessodata=2020-10-08 |website=Matinal |lingua=pt-BR}}</ref>


Luciana se envolveu em uma polêmica em uma live promovida pela Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos do Rio Grande do Sul em julho de 2020. Na ocasião, a produtora disse “Não adianta a gente tentar fazer um filme da senzala, entende? Não seria o nosso melhor”. A fala foi contestada pela roteirista Mariani Ferreira. Logo após o ocorrido, Luciana pediu desculpas em nota reconhecendo que sua declaração foi infeliz <ref>{{Citar web |url=https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/carlos-gerbase/noticia/2020/07/erramos-ao-utilizar-a-palavra-senzala-de-forma-infeliz-e-racista-ckcb13rrn0073013gmhgf7zmr.html |titulo=Erramos ao utilizar a palavra “senzala” de forma infeliz e racista |data=2020-07-06 |acessodata=2020-10-08 |website=GZH |lingua=pt-BR}}</ref>.
== Acusação de racismo ==

Tomasi foi acusada de [[racismo]] quando, em um debate via [[videoconferência]] promovido pela Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos do Rio Grande do Sul em julho de 2020, afirmou, em resposta à pergunta de um espectador: "tu tá falando com um Schünemann, com uma Tomasi, uma Adami, um Gerbase… Não adianta a gente tentar fazer um filme da senzala, entende? Não seria o nosso melhor. Então, cada um tem que mostrar o que curtia e como é que veio. Então, eu acho que eu tava totalmente ambientada. Inclusive eu tenho sangue francês também, não adianta, então cada um faz da sua história”.

A fala de Tomasi foi imediatamente repudiada, ainda na videoconferência, pela [[cineasta]] [[afro-brasileiros|afro-brasileira]] Mariani Ferreira, que posteriormente manifestou em uma rede social que Tomasi foi “extremamente racista e infeliz” e que “nossa existência é muito maior do que apenas a história da dor que nossos ancestrais sofreram nas mãos dos europeus e seus descendentes". A Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos do Rio Grande do Sul também repudiou o racismo da fala de Tomasi e editou a descrição da íntegra do debate no [[YouTube]], para incluir o aviso "este vídeo contém falas de cunho racista".

Quatro dias após o debate e após ampla repercussão do ocorrido na opinião pública, Luciana Tomasi assumiu que sua fala foi "infeliz e racista" e pediu desculpas.<ref>"Produtora de “Meu Tio Matou um Cara” é acusada de racismo após fala em debate com cineastas; Caso gera revolta e diretora negra que estava na live manifesta repúdio"
https://hugogloss.uol.com.br/brasil/produtora-de-meu-tio-matou-um-cara-e-acusada-de-racismo-apos-fala-em-debate-com-cineastas-caso-gera-revolta-e-diretora-negra-que-estava-na-live-manifesta-repudio/amp/ (acessado em 08/07/2020)</ref><ref>"Produtora de 'O Homem Que Copiava' é acusada de racismo e diretora rebate" https://www.bol.uol.com.br/entretenimento/2020/07/07/mariani-ferreira-luciana-tomasi-filme-de-senzala.amp.htm (acessado em 08/07/2020)</ref><ref>"Cineasta gaúcha faz comentário racista em live e é criticada por internautas" https://revistaforum.com.br/redes-sociais/cineasta-gaucha-faz-comentario-racista-em-live-e-e-criticada-por-internautas/amp/ (acessado em 08/07/2020)</ref>


== Filmografia ==
== Filmografia ==

Revisão das 09h53min de 3 de fevereiro de 2021

Luciana Tomasi

Luciana Tomasi em maio de 2020
Conhecido(a) por Produtora de cinema

Ex-membra da banda Os Replicantes

Nascimento 16 de janeiro de 1959 (65 anos)
Porto Alegre, Brasil

Luciana Tomasi (Porto Alegre, 16 de janeiro de 1959) é uma produtora de cinema brasileira.[1]

Biografia

Formou-se em Comunicação Social/Jornalismo Gráfico e Audiovisual na Universidade Federal do Rio Grande do Sul [2] em 1980 e, nos anos seguintes, trabalhou como repórter na TV Guaíba e na RBS-TV, geralmente cobrindo a área cultural. Seu colega de curso, Giba Assis Brasil, fazia parte de um grupo de jovens cineastas que realizavam filmes em super-8. Entre eles, estava Carlos Gerbase, mais tarde seu sócio e marido.

Na área da música, foi produtora, tecladista e vocalista de apoio da banda Os Replicantes. O grupo surgiu no final de 1983, reunindo Gerbase, Heron Heinz, Cláudio Heinz e Wander Wildner. Luciana atuava como produtora. Em 1985, Luciana dirigiu o primeiro videoclipe independente gravado no Rio Grande do Sul e primeiro clipe de punk rock do Brasil, para a música "Nicotina". De 1987 a 1991 também atuou como tecladista e vocalista de apoio da banda, participando dos álbuns Histórias do Sexo e Violência (1987) [3], Papel de Mau (1989) e Andróides Sonham com Guitarras Elétricas (1991).[4]

No mesmo período em que a banda foi formada, Luciana produziu e atuou no primeiro longa- metragem de Carlos Gerbase (ainda em super-8), “Inverno”, de 1983. Em 1984, Luciana, Gerbase e Heron Heinz fundaram a Invideo Produções Cinematográficas, que realizou curtas-metragens e vídeos institucionais. Em dezembro de 1987, Luciana, Gerbase e Heron Heinz se juntaram a outras dez pessoas (entre elas Giba Assis Brasil e Jorge Furtado) para formar a Casa de Cinema de Porto Alegre, em regime de cooperativa informal.[5] Luciana foi sócia da Casa de Cinema por 24 anos.[6]

Em 1989, Tomasi produziu o primeiro grande sucesso da Casa, o documentário Ilha das Flores [7], com direção de Jorge Furtado, que recebeu vários prêmios nacionais e internacionais, entre eles o Urso de Prata de melhor curta-metragem no Festival de Berlim [8] e os prêmios da crítica e do público no Festival de Clermont-Ferrand, o mais importante festival de curtas do mundo. O sucesso do filme viabilizou outros projetos da Casa de Cinema, tornando possível que Luciana se dedicasse exclusivamente à produção cinematográfica.[9]

A partir de 1991, a Casa de Cinema se tornou uma produtora independente com seis sócios (Luciana Tomasi, Carlos Gerbase, Giba Assis Brasil, Jorge Furtado, Ana Luiza Azevedo e Nora Goulart). Durante a década de 1990, Luciana produziu diversos curtas-metragem pela Casa, entre eles o premiado “Deus Ex Machina” (1995) [10], de Carlos Gerbase, que recebeu nove prêmios no Festival de Cinema de Gramado e menção honrosa no Festival de Clermont-Ferrand. Nos anos 2000, produziu uma série de longas-metragens que atingiram notoriedade nacional, como “Tolerância” (2000) e “Sal de Prata” (2005), de Carlos Gerbase; “O homem que copiava” (2003), “Meu tio matou um cara” (2004) e “Saneamento básico, o filme” (2007), dirigidos por Jorge Furtado. Em 2007, a Casa de Cinema foi a primeira instituição a ser premiada no Festival de Cinema de Gramado com o troféu Oscarito, entregue aos seus seis sócios.[11]

Em 2011, Luciana e Gerbase saíram da Casa de Cinema [12] para fundar sua própria produtora, a Prana Filmes, da qual é diretora. [13] Entre os principais filmes produzidos pela empresa estão “Bio” (2018), de Carlos Gerbase, “Yonlu” (2017), de Hique Montanari e “Legalidade” (2018), de Zeca Britto.

Além do cinema e da música, uma das paixões de Tomasi é a filosofia indiana e a prática de yoga. Ela escreveu três livros em que conta histórias sobre suas viagens, particularmente pelo subcontinente indiano:  ̃Um Spa na Índia ̃ (2007) [14], “Três Cidades Perto do Céu” (2011) [15] e “Bem Longe de Casa” (2018).[16]

Luciana se envolveu em uma polêmica em uma live promovida pela Associação Profissional de Técnicos Cinematográficos do Rio Grande do Sul em julho de 2020. Na ocasião, a produtora disse “Não adianta a gente tentar fazer um filme da senzala, entende? Não seria o nosso melhor”. A fala foi contestada pela roteirista Mariani Ferreira. Logo após o ocorrido, Luciana pediu desculpas em nota reconhecendo que sua declaração foi infeliz [17].

Filmografia

(como produtora)

Longas-metragens

  • Legalidade (2019)
  • Yonlu (2017)
  • Bio (2017)
  • Menos que Nada (2012)
  • 1983 - O Ano Azul (2009) - Documentário
  • Antes Que o Mundo Acabe (2009)
  • Saneamento Básico, O Filme (2007)
  • Sal de Prata (2005)
  • Meu Tio Matou um Cara (2004)
  • Bens Confiscados (2004)
  • O Homem Que Copiava (2003)
  • Houve uma Vez Dois Verões (2002)
  • Tolerância (2000)
  • Felicidade É... (1995) - Episódio "Estrada"
  • Inverno (1983)

Curtas-metragens

  • A Pedra (2018)
  • Os Caminhos de Scliar (2014)
  • Amores Passageiros (2012)
  • Dona Cristina Perdeu a Memória (2002)
  • Em Frente da Lei Tem um Guarda (2000) - Documentário
  • O Sanduíche (2000)
  • 3 Minutos (1999)
  • O Oitavo Selo (1999)
  • O Velho do Saco (1999)
  • Trampolim (1998)
  • Uma História de Verdade (1998) - Documentário
  • Ângelo Anda Sumido (1997)
  • Sexo & Beethoven - O Reencontro (1997)
  • O Futuro da Terra (1997) - Documentário
  • Um Homem Sério (1996)
  • Deus Ex-machina (1995)
  • Ventre Livre (1994) - Documentário
  • Batalha Naval (1992)
  • A Coisa Mais Importante da Vida (1990)
  • Memória (1990) - Documentário
  • O Corpo de Flávia (1990)
  • Ilha das Flores (1989)
  • O Amor nos Anos 90 (1989)
  • Aulas Muito Particulares (1988)
  • Passageiros (1987)

Televisão

  • O Padeiro e as Revoluções (2007) - Episódio da série Escritores Gaúchos da RBS TV.
  • Quintana e as Musas (2006) - Episódio da série Quintana, Anjo Poeta da RBS TV.
  • O Resto É Silêncio (2005) - Episódio da série 5 Vezes Erico da RBS TV.
  • Um dos Três (2005-2006) - Série de quadros para o Fantástico da TV Globo
  • Cena Aberta (2003) - (3 episódios) Minissérie da TV Globo.
  • Brava Gente (2000-2001) (3 episódios) - Série da TV Globo.
  • Contos de Inverno (2001) (3 episódios) - Série da RBS-TV.
  • Luna Caliente (1999) - Minissérie da TV Globo.
  • Curta na TV (1997, 1998) - Programa da TVCOM
  • Anchietanos (1997) - Episódio da série A Comédia da Vida Privada da TV Globo.

DVD

Discografia

(como tecladista e vocal de apoio)

Ligações externas

Referências

  1. «Luciana Tomasi». www.filmeb.com.br. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  2. «Portal de Egressos — FABICO». www.ufrgs.br. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  3. «Os Replicantes - Histórias De Sexo E Violência». Discogs (em inglês). Consultado em 8 de outubro de 2020 
  4. Comércio, Jornal do. «Os 35 anos da banda Os Replicantes». Jornal do Comércio. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  5. http://tede.upf.br/jspui/bitstream/tede/140/1/2006FrancineGrazziotin.pdf
  6. «Casa de Cinema de Porto Alegre». www.casacinepoa.com.br. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  7. Ilha das Flores - IMDb, consultado em 8 de outubro de 2020 
  8. «"Ilha das Flores" é eleito o melhor curta-metragem brasileiro da história». GZH. 5 de maio de 2019. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  9. «Luciana Tomasi». Vimeo. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  10. «Deus ex-machina | Casa de Cinema de Porto Alegre». www.casacinepoa.com.br. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  11. «Casa de Cinema recebe troféu Eduardo Abelin em Gramado | Casa de Cinema de Porto Alegre». www.casacinepoa.com.br. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  12. «Ex-Sócios da Casa | Casa de Cinema de Porto Alegre». www.casacinepoa.com.br. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  13. «Luciana Tomasi - Prana Filmes». www.pranafilmes.com.br. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  14. «Um olhar sobre a Índia (Livro Um Spa na Índia)». ACCIRS. 24 de março de 2014. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  15. «Três cidades perto do céu». www.extremos.com.br. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  16. «Casal Carlos Gerbase e Luciana Tomasi em lançamento literário simultâneo». Matinal. 19 de maio de 2018. Consultado em 8 de outubro de 2020 
  17. «Erramos ao utilizar a palavra "senzala" de forma infeliz e racista». GZH. 6 de julho de 2020. Consultado em 8 de outubro de 2020