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Diogo Fernandes de Beja: diferenças entre revisões

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[[File:Assinatura de Diogo Fernandes de Beja.jpg|thumb|Assinatura de Diogo Fernandes de Beja, num documento do Arquivo Nacional da Torre do Tombo.]]


'''Diogo Fernandes de Beja''' ([[Beja]], ? - [[Chaul]], [[1551]]) foi um [[diplomata]] e militar ao serviço de [[Portugal]], capitão-mor da frota da Índia.
'''Diogo Fernandes de Beja''' (Beja, ? - Chaul, 1551) foi um diplomata e militar ao serviço de Portugal, capitão-mor da frota da Índia. Navegador experiente e inovador, fez parte do grupo de colaboradores de Afonso de Albuquerque que se salientou no serviço prestado na Índia durante a primeira metade do século XVI. Depois de ter sido moço da câmara de D. [[Manuel]], 4.º duque de Beja, elevado ao trono em 1495, deslocou-se para o Oriente, onde chegou em 1510.

==Biografia==
[[File:Assinatura de Diogo Fernandes de Beja.jpg|thumb|left|Assinatura de Diogo Fernandes de Beja, num documento do Arquivo Nacional da Torre do Tombo.]]
Navegador experiente e inovador, fez parte do grupo de colaboradores de Afonso de Albuquerque que se salientou no serviço prestado na Índia durante a primeira metade do século XVI. Depois de ter sido moço da câmara de D. [[D. Manuel I|Manuel ]], 4.º duque de Beja, elevado ao trono em 1495, deslocou-se para o Oriente, onde chegou em 1510.


Tomou parte na segunda conquista de Goa e depois, em 1511, tornou-se capitão-mor da esquadra que se dirigiu para o cabo Guarda-fui. Em 1513, juntou-se a [[Afonso de Albuquerque]] na viagem ao mar Vermelho e, em 1515, participou na conquista de Ormuz. Regressou à Índia em 1519, tornando-se capitão da fortaleza a construir em Diu. Morreu em combate, durante uma batalha naval ao largo de [[Chaul]].<ref>Ronald Bishop Smith, ''Diogo Fernandes de Beja being the Portuguese Text of Two Unpublished Letters of the National Archives of Portugal,'' [Lisboa], [edição do autor], 1977, pp. 3-13.</ref>
Tomou parte na segunda conquista de Goa e depois, em 1511, tornou-se capitão-mor da esquadra que se dirigiu para o cabo Guarda-fui. Em 1513, juntou-se a [[Afonso de Albuquerque]] na viagem ao mar Vermelho e, em 1515, participou na conquista de Ormuz. Regressou à Índia em 1519, tornando-se capitão da fortaleza a construir em Diu. Morreu em combate, durante uma batalha naval ao largo de [[Chaul]].<ref>Ronald Bishop Smith, ''Diogo Fernandes de Beja being the Portuguese Text of Two Unpublished Letters of the National Archives of Portugal,'' [Lisboa], [edição do autor], 1977, pp. 3-13.</ref>
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"ESTA IGREJA DA BENAVENTURADA SANTA CATHERINA / MANDOU FAZER DIOGO FRS. QUE MORREU NA INDIA EM / CHAUL CAPITÃO MOOR DA FROTA TODA QUE TRAZIA DIOGUO LOPEZ DE SIQUEIRA CAPITÃO-MOOR DA INDIA O QUE FOI / ELLEGIDO POR TODOS QUE NAQUELLE TEMPO / ERÃO NA INDIA E MORREU EM CHAUL PLEIANDO COM A / ARMADA DE MILACUZA DE HUA BOMBARDA QUAL / IGREJA FEZ A VIRTUOSA ISABEL BORGES SUA MOLHER E LEI/XARAM PERA SEMPRE HUA MISSA".<ref>[Diogo de] Castro e Brito, "Mais Alguns Elementos para o Estudo da Vida e Personalidade do Grande Português e Insigne Bejense Diogo Fernandes de Beja, nas suas Relações com o Ambiente Histórico do seu Tempo", em ''Arquivo de Beja'', I, 1, Beja, 1944, pp. 29--35; Túlio Espanca, ''Inventário Artístico de Portugal'', XII, ''Distrito de Beja. Concelhos de Alvito, Beja, Cuba, Ferreira do Alentejo e Vidigueira,'' 1, Lisboa, Academia Nacional de Belas-Artes, 1992, pp. 174-177.</ref>
"ESTA IGREJA DA BENAVENTURADA SANTA CATHERINA / MANDOU FAZER DIOGO FRS. QUE MORREU NA INDIA EM / CHAUL CAPITÃO MOOR DA FROTA TODA QUE TRAZIA DIOGUO LOPEZ DE SIQUEIRA CAPITÃO-MOOR DA INDIA O QUE FOI / ELLEGIDO POR TODOS QUE NAQUELLE TEMPO / ERÃO NA INDIA E MORREU EM CHAUL PLEIANDO COM A / ARMADA DE MILACUZA DE HUA BOMBARDA QUAL / IGREJA FEZ A VIRTUOSA ISABEL BORGES SUA MOLHER E LEI/XARAM PERA SEMPRE HUA MISSA".<ref>[Diogo de] Castro e Brito, "Mais Alguns Elementos para o Estudo da Vida e Personalidade do Grande Português e Insigne Bejense Diogo Fernandes de Beja, nas suas Relações com o Ambiente Histórico do seu Tempo", em ''Arquivo de Beja'', I, 1, Beja, 1944, pp. 29--35; Túlio Espanca, ''Inventário Artístico de Portugal'', XII, ''Distrito de Beja. Concelhos de Alvito, Beja, Cuba, Ferreira do Alentejo e Vidigueira,'' 1, Lisboa, Academia Nacional de Belas-Artes, 1992, pp. 174-177.</ref>


No local da ermida de Santa Catarina construiu-se, ao redor de 1734, a igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo<ref>''Id., op. cit.,'' p. 174</ref>.
No local da ermida de Santa Catarina construiu-se, ao redor de 1734, a igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo,<ref>''Id., op. cit.,'' p. 174</ref>, mas a referida cripta foi preservada, tendo vindo a ser identificada e estudada pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, sob a orientação de [[José António Falcão]], em 1991.


A cidade de [[Beja]] prestou homenagem a este seu ilustre filho na década de 1940, dando o respectivo nome a uma artéria central, a Praça Diogo Fernandes de Beja, vulgo Jardim do Bacalhau. Colocou-se igualmente uma inscrição em mármore na sala de armas da torre de menagem do castelo, a qual recorda o famoso galeão que comandou, denominado [[Frol de la mar]], navio-almirante da armada portuguesa no oceano Índico.
==Homenagens==

A cidade de [[Beja]] prestou-lhe homenagem na década de 1940, dando o respectivo nome a uma artéria central, a Praça Diogo Fernandes de Beja, vulgo Jardim do Bacalhau. Colocou-se igualmente uma inscrição em mármore na sala de armas da torre de menagem do castelo, a qual recorda o famoso galeão que comandou, denominado [[Frol de la mar]], navio-almirante da armada portuguesa no oceano Índico.
Existem descendentes de Diogo Fernandes de Beja em [[Santiago do Cacém]] e outras localidades do Alentejo,<ref>Bernardo Falcão Murzello, ''Memorias sobre a Antiga Miróbriga'', ms. da biblioteca da família Arraes Falcão Beja da Costa, Santiago do Cacém.</ref> os quais conservam ainda em sua posse artefactos - com destaque para uma notável colcha indo-portuguesa, hoje na posse do Prof. Doutor José António Falcão, historiador de arte e um dos desses descendentes - que pertenceram ao legado do capitão-mor da Índia.<ref>[Diogo de] Castro e Brito, ''op. cit.,'' p. 34.</ref>


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Revisão das 16h25min de 4 de janeiro de 2022

Diogo Fernandes de Beja
Cidadania Portugal
Ocupação explorador
Assinatura de Diogo Fernandes de Beja, num documento do Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

Diogo Fernandes de Beja (Beja, ? - Chaul, 1551) foi um diplomata e militar ao serviço de Portugal, capitão-mor da frota da Índia. Navegador experiente e inovador, fez parte do grupo de colaboradores de Afonso de Albuquerque que se salientou no serviço prestado na Índia durante a primeira metade do século XVI. Depois de ter sido moço da câmara de D. Manuel, 4.º duque de Beja, elevado ao trono em 1495, deslocou-se para o Oriente, onde chegou em 1510.

Tomou parte na segunda conquista de Goa e depois, em 1511, tornou-se capitão-mor da esquadra que se dirigiu para o cabo Guarda-fui. Em 1513, juntou-se a Afonso de Albuquerque na viagem ao mar Vermelho e, em 1515, participou na conquista de Ormuz. Regressou à Índia em 1519, tornando-se capitão da fortaleza a construir em Diu. Morreu em combate, durante uma batalha naval ao largo de Chaul.[1]

De acordo com a vontade que Diogo Fernandes de Beja expressara em vida, a sua viúva, Isabel Borges, fez construir, em Beja, a ermida de Santa Catarina, invocação por ele escolhida, em homenagem à tomada de Goa, ocorrida no dia desta mártir, padroeira dos marítimos. Falecida em 5 de Setembro de 1551, Isabel Borges ficou sepultada na cripta da dita ermida, que serviu de panteão aos Fernandes de Beja. Uma inscrição em caracteres gótico assinalava tal fundação:

"ESTA IGREJA DA BENAVENTURADA SANTA CATHERINA / MANDOU FAZER DIOGO FRS. QUE MORREU NA INDIA EM / CHAUL CAPITÃO MOOR DA FROTA TODA QUE TRAZIA DIOGUO LOPEZ DE SIQUEIRA CAPITÃO-MOOR DA INDIA O QUE FOI / ELLEGIDO POR TODOS QUE NAQUELLE TEMPO / ERÃO NA INDIA E MORREU EM CHAUL PLEIANDO COM A / ARMADA DE MILACUZA DE HUA BOMBARDA QUAL / IGREJA FEZ A VIRTUOSA ISABEL BORGES SUA MOLHER E LEI/XARAM PERA SEMPRE HUA MISSA".[2]

No local da ermida de Santa Catarina construiu-se, ao redor de 1734, a igreja da Venerável Ordem Terceira de Nossa Senhora do Monte do Carmo,[3], mas a referida cripta foi preservada, tendo vindo a ser identificada e estudada pelo Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, sob a orientação de José António Falcão, em 1991.

A cidade de Beja prestou homenagem a este seu ilustre filho na década de 1940, dando o respectivo nome a uma artéria central, a Praça Diogo Fernandes de Beja, vulgo Jardim do Bacalhau. Colocou-se igualmente uma inscrição em mármore na sala de armas da torre de menagem do castelo, a qual recorda o famoso galeão que comandou, denominado Frol de la mar, navio-almirante da armada portuguesa no oceano Índico.

Existem descendentes de Diogo Fernandes de Beja em Santiago do Cacém e outras localidades do Alentejo,[4] os quais conservam ainda em sua posse artefactos - com destaque para uma notável colcha indo-portuguesa, hoje na posse do Prof. Doutor José António Falcão, historiador de arte e um dos desses descendentes - que pertenceram ao legado do capitão-mor da Índia.[5]

Referências

  1. Ronald Bishop Smith, Diogo Fernandes de Beja being the Portuguese Text of Two Unpublished Letters of the National Archives of Portugal, [Lisboa], [edição do autor], 1977, pp. 3-13.
  2. [Diogo de] Castro e Brito, "Mais Alguns Elementos para o Estudo da Vida e Personalidade do Grande Português e Insigne Bejense Diogo Fernandes de Beja, nas suas Relações com o Ambiente Histórico do seu Tempo", em Arquivo de Beja, I, 1, Beja, 1944, pp. 29--35; Túlio Espanca, Inventário Artístico de Portugal, XII, Distrito de Beja. Concelhos de Alvito, Beja, Cuba, Ferreira do Alentejo e Vidigueira, 1, Lisboa, Academia Nacional de Belas-Artes, 1992, pp. 174-177.
  3. Id., op. cit., p. 174
  4. Bernardo Falcão Murzello, Memorias sobre a Antiga Miróbriga, ms. da biblioteca da família Arraes Falcão Beja da Costa, Santiago do Cacém.
  5. [Diogo de] Castro e Brito, op. cit., p. 34.