Shindo Renmei: diferenças entre revisões

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Conteúdo apagado Conteúdo adicionado
Linha 7: Linha 7:
Os recém chegados depararam-se uma terra completamente diferente de sua pátria: língua, costumes, religião, alimentação, clima, enfim, tudo era diferente daquilo a que eles estavam acostumados. Como era quase impossível alcançar o objetivo de enriquecer, muitos tentaram retornar ao Japão. Eram impedidos por fazendeiros e governo que exigiam que os contratos de trabalho fossem cumpridos.
Os recém chegados depararam-se uma terra completamente diferente de sua pátria: língua, costumes, religião, alimentação, clima, enfim, tudo era diferente daquilo a que eles estavam acostumados. Como era quase impossível alcançar o objetivo de enriquecer, muitos tentaram retornar ao Japão. Eram impedidos por fazendeiros e governo que exigiam que os contratos de trabalho fossem cumpridos.
===A Discriminação===
===A Discriminação===
O preconceito contra imigrantes asiáticos era claro. A política racial da República Velha pretendia "branquear" o Brasil. Europeus como alemães e italianos tinham a preferência para entrar no país. Nesse contexto, o imigrante japonês era visto com desconfiança já que possuía hábitos completamente diferentes dos brasileiros e de outros estrangeiros. Organizava-se em comunidades fechadas onde muitos sequer aprenderam a língua portuguesa e evitavam contatos com os brasileiros e até com outras comnidades de imigrantes. Estes fatos contribuíram ainda mais para aumentar a desconfiança contra eles.
O preconceito contra imigrantes asiáticos era claro. A política racial da [[República Velha]] pretendia "branquear" o Brasil. Europeus como alemães e italianos tinham a preferência para entrar no país. Nesse contexto, o imigrante japonês era visto com desconfiança já que possuía hábitos completamente diferentes dos brasileiros e de outros estrangeiros. Organizava-se em comunidades fechadas onde muitos sequer aprenderam a língua portuguesa e evitavam contatos com os brasileiros e até com outras comuidades de imigrantes. Estes fatos contribuíram ainda mais para aumentar a desconfiança contra eles.
==Nascimento==
===Fundadores===
===Oposição Dentro da Colônia===
[[Imagem:Nagasakibomb.jpg|thumb|250px|left|Bombardeio atômico sobre Nagasaki que determinou o fim da II Guerra Mundial]]
[[Imagem:Nagasakibomb.jpg|thumb|250px|left|Bombardeio atômico sobre Nagasaki que determinou o fim da II Guerra Mundial]]
==Termos==
==Termos==
*'''Kachigumi''': - eram aqueles que acreditavam fanaticamente na vitória do Japão. Nem todos aderiram às ações da Shindo Renmei e eram apenas simpatizantes.
*'''Kachigumi''': - eram aqueles que acreditavam fanaticamente na vitória do Japão. Nem todos aderiram às ações da Shindo Renmei e eram apenas simpatizantes. Era o grupo mais humilde da comunidade. Desejavam o retorno à pátria e eram mais numerosos.
*'''Makegumi''': - derrotistas ( também chamados de corações sujos ). Grupo que aceitou a derrota japonesa e que por isso eram considerados traidores.
*'''Makegumi''': - derrotistas ( também chamados de corações sujos ). Grupo que aceitou a derrota japonesa e que por isso eram considerados traidores. Formavam o grupo mais próspero da colônia melhor informados e melhor adaptados ao Brasil.
*'''Tokkotai''': - membros da organização encarregados das execuções. Eram sempre jovens, utlizavam armas de fogo e a espada [[katana]]. Não consideravam-se criminosos. Após as execuções entregavam-se expontâneamente às autoridades.
*'''Tokkotai''': - membros da organização encarregados das execuções. Eram sempre jovens, utlizavam armas de fogo e a espada [[katana]]. Não consideravam-se criminosos. Após as execuções entregavam-se expontâneamente às autoridades.
==Nascimento==
===Fundação===
Em 18 de Abril de 1938 o [[Estado Novo]] instituiu o decreto nº 383 que determinava várias proibições aos estrangeiros: não poderiam participar de atividades políticas, formar qualquer tipo de associação, ficavam proibidos de falar japonês em público ou ensina-lo. A transmissão de programas de rádio e quaisquer publicações ( jornais, revistas, etc. ) neste idioma foram proibidos. Na realidade a Shindo Renmei não foi a primeira organização patriótica criada por colonos japoneses no Brasil. Existiram várias outras. De fato, a Shindo Renmei pode ser considerada "derivada" de outro organização chamada "Pia". Tratava-se de uma caixa beneficiente criada para prestar ajuda aos membros pobres da Colônia e surgiu por iniciativa de católicos japoneses ( Keizo Ishihara, Margarida Watanabe e Massaru Takahashi ) que contava com a aprovação da Igreja Católica e das autoridades.
===Oposição Dentro da Colônia===
==As Ações==
==As Ações==
===Guerra de Informação===
===Guerra de Informação===

Revisão das 22h25min de 12 de setembro de 2007

Shindo Renmei ( liga do caminho dos súditos em japonês ) foi uma organização extremista criada no Brasil em 1942 por imigrantes japoneses que não admitiam a derrota do império do Japão frente aos aliados na II Guerra Mundial.

Cartaz de propaganda estimulando a imigração japonesa para o Brasil

Antecedentes

O Início da Imigração

Os primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Brasil em 1908. Vinham para trabalhar principalmente na cafeicultura. A grande maioria pretendia fazer fortuna e depois para retornar ao Japão. Foram vários os fatores que levaram ao início desta imigração: a superpopulação nas áreas rurais japonesas, o desejo do império do Japão de espalhar sua cultura e etnia pelo mundo e a necessidade de mão-de-obra na agricultura brasileira. A imigração nipônica teve início após um acordo firmado entre Brasil e Japão. Pouco depois, ocorreram problemas de adaptação e convivência o que levou a atritos sérios entre trabalhadores japoneses e fazendeiros. Este fato levou o Brasil a impedir a entrada de novos imigrantes japoneses. Durante a I Guerra Mundial, vários países deixaram de aceitar imigrantes nipônicos e em outros estes eram mal recebidos. Por isso o Brasil passou a ser uma de suas poucas alternativas. No período entre guerras ocorreu um enorme aumento deste fluxo migratório. Este, cessou no começo da Segunda Guerra Mundial, foi proibido em 1942 quando o Brasil entrou no conflito e reiniciou-se ao seu término. O Brasil possuía já na década de 1930, a maior comunidade de imigrantes japoneses do mundo.

A Difícil Adaptação

Os recém chegados depararam-se uma terra completamente diferente de sua pátria: língua, costumes, religião, alimentação, clima, enfim, tudo era diferente daquilo a que eles estavam acostumados. Como era quase impossível alcançar o objetivo de enriquecer, muitos tentaram retornar ao Japão. Eram impedidos por fazendeiros e governo que exigiam que os contratos de trabalho fossem cumpridos.

A Discriminação

O preconceito contra imigrantes asiáticos era claro. A política racial da República Velha pretendia "branquear" o Brasil. Europeus como alemães e italianos tinham a preferência para entrar no país. Nesse contexto, o imigrante japonês era visto com desconfiança já que possuía hábitos completamente diferentes dos brasileiros e de outros estrangeiros. Organizava-se em comunidades fechadas onde muitos sequer aprenderam a língua portuguesa e evitavam contatos com os brasileiros e até com outras comuidades de imigrantes. Estes fatos contribuíram ainda mais para aumentar a desconfiança contra eles.

Bombardeio atômico sobre Nagasaki que determinou o fim da II Guerra Mundial

Termos

  • Kachigumi: - eram aqueles que acreditavam fanaticamente na vitória do Japão. Nem todos aderiram às ações da Shindo Renmei e eram apenas simpatizantes. Era o grupo mais humilde da comunidade. Desejavam o retorno à pátria e eram mais numerosos.
  • Makegumi: - derrotistas ( também chamados de corações sujos ). Grupo que aceitou a derrota japonesa e que por isso eram considerados traidores. Formavam o grupo mais próspero da colônia melhor informados e melhor adaptados ao Brasil.
  • Tokkotai: - membros da organização encarregados das execuções. Eram sempre jovens, utlizavam armas de fogo e a espada katana. Não consideravam-se criminosos. Após as execuções entregavam-se expontâneamente às autoridades.

Nascimento

Fundação

Em 18 de Abril de 1938 o Estado Novo instituiu o decreto nº 383 que determinava várias proibições aos estrangeiros: não poderiam participar de atividades políticas, formar qualquer tipo de associação, ficavam proibidos de falar japonês em público ou ensina-lo. A transmissão de programas de rádio e quaisquer publicações ( jornais, revistas, etc. ) neste idioma foram proibidos. Na realidade a Shindo Renmei não foi a primeira organização patriótica criada por colonos japoneses no Brasil. Existiram várias outras. De fato, a Shindo Renmei pode ser considerada "derivada" de outro organização chamada "Pia". Tratava-se de uma caixa beneficiente criada para prestar ajuda aos membros pobres da Colônia e surgiu por iniciativa de católicos japoneses ( Keizo Ishihara, Margarida Watanabe e Massaru Takahashi ) que contava com a aprovação da Igreja Católica e das autoridades.

Oposição Dentro da Colônia

As Ações

Guerra de Informação

Ações Violentas

Repressão e Término

Este foi o mais lamentável episódio da História da Imigração japonesa no Brasil.

Bibliografia

  • Corações sujos de: Fernando Morais editora: Companhia das Letras, 2000.

Ligações Externas