Aclamação real
A Aclamação era uma cerimónia, ritual e sacralizada[1], na qual um herdeiro ao trono assumia o seu reinado, de acordo com a tradição contratualista de uma determinada monarquia soberana, que ocorria em praça pública e perante os seus súbditos[2]. Nesse caso essa entronização poderia ser ou não acrescentada com uma coroação.
Era costume que esta festividade cerimonial, organizada para assistir ao momento do sucessor ser entronizado, depois que este era "levantado, reconhecido"[3], devesse ocorrer três dias depois das devidas exéquias fúnebres que acompanhavam o enterro do anterior reinante,. No entanto, por vezes, a preparação da exigente pompa e circunstância que acompanhava este evento e o mau tempo faziam atrasar a mesma[4].
A aclamação marcava a chegada de um novo rei de forma jurídica e simbólica, utilizando para isso de um rígido protocolo que delimitava as acções a serem tomadas, as pessoas e objetos que deveriam estar presentes, e as palavras a serem proferidas. No que toca ao aspecto jurídico, a cerimônia era o momento em que o soberano assumia publicamente o trono que lhe era de direito por hereditariedade e legitimidade. Ao mesmo tempo, era o espaço em que se prestavam os juramentos: o rei, de bem reger e governar seus povos de acordo com as tradições, e os súditos, de acolher e respeitar seu novo monarca[5].
Ver também
Referências
- ↑ Esta tinha o valor jurídico e simbólico necessário para sacramentar o seu reinado. - Servir e celebrar o rei: o cerimonial de aclamação de D. João VI e a Casa Real Portuguesa no Rio de Janeiro, por Giovanna Milanez de Castro, Anais Eletrônicos do XXII Encontro Estadual de História da ANPUH-SP Santos, 2014, pág. 9
- ↑ D. Carlos I (1889-1908): epílogo da monarquia em Portugal?, por Isabel Corrêa da Silva, Pasado y Memoria. Revista de Historia Contemporánea, núm. 18, pp. 63-86, Universidad de Alicante, 2019
- ↑ Servir e celebrar o rei: o cerimonial de aclamação de D. João VI e a Casa Real Portuguesa no Rio de Janeiro, por Giovanna Milanez de Castro, Anais Eletrônicos do XXII Encontro Estadual de História da ANPUH-SP Santos, 2014, pág. 9
- ↑ Real. Real. Por El-Rei de Portugal, por Patrícia Lamas, Museu de São Roque, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (consulta em 18.4.2022)
- ↑ Servir e celebrar o rei: o cerimonial de aclamação de D. João VI e a Casa Real Portuguesa no Rio de Janeiro, por Giovanna Milanez de Castro, Anais Eletrônicos do XXII Encontro Estadual de História da ANPUH-SP Santos, 2014, pág. 9